Há rigor, não há informações precisas sobre as resistência na caserna em relação ao golpe civil-militar de 1964. Possivelmente houve, mas não é um tema muito explorado pelos pesquisadores que se debruçam acerca deste tema. Sobre esta última tentativa de golpe de Estado no país, no entanto, as fissuras entre os militares golpistas e os militares legalistas ficaram mais evidentes. Ontem, por exemplo, os Ministros da Suprema Corte resolveram não aceitar as denúncias contra dois militares, um general e um coronel, por não encontrarem elementos que pudessem comprovar a sua participação na trama golpista. As denúncias contra outros 11 militares foram aceitas.
Dois comandantes de forças militares foram cruciais para interromperem as tessituras deste último golpe. O general Freire Gomes, que já foi ouvido pelo STF, e o Brigadeiro Baptista Junior, com audiência marcada pra o dia de hoje. Segundo avalição do Ministro Alexandre de Moares, o depoimento do general Freire Gomes entrou em contradição com o que ele havia afirmado antes na Polícia Federal. Confirmada as suspeitas do Ministro Alexandre de Moraes, há de se perguntar sobre as motivações que teriam levado o general a se posicionar desta forma. O mais provável é que resolveu atenuar em relação a um colega militar. O episódio, naturalmente, aumentou as expectativas em relação ao depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Junior, que assumiu uma postura legalista, em respeito à Constituição Federal naquela ocasião.
Num encontro no dia de ontem, em Brasília, que reuniu milhares de prefeitos de todo o país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado em diversos momentos, numa demonstração da insatisfação dos gestores municipais sobre a condução da política nacional, que acaba se refletindo na ponta, a exemplo desta propalada isenção de impostos para quem ganha até cinco salários mínimos. O Governo Lula 3 navega sobre águas turbulentas.
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