A cada dia ficamos mais impressionados com a capacidade de
agregar do governador do Estado, Eduardo Campos. Não fosse suficiente essa
política de distensionamento em relação ao senador Jarbas Vasconcelos – reflexo
da “limpeza” da pequena área para chutar a bola em gol rumo ao Palácio do
Planalto – agora o governador faz uma homenagem ao ex-governador do Estado –
Paulo Guerra – que ficou no lugar do seu avô, quando este foi deposto pelos
militares, em 1964. O Hospital da Restauração, construído por Paulo Guerra,
deverá levar o seu nome. Lá no seu túmulo, Paulo deve estar lembrando de uma
frase atribuída a ele e bastante citada aqui no Blog do Jolugue: Em política não
existem nunca nem jamais. Nada mais justo aplicar essa
máxima à conduta do governador Eduardo Campos. Confesso que nunca nutrimos
grande simpatia por Paulo Guerra e, para mim, era suficiente o motivo dele ter
ficado no lugar de Miguel Arraes. Politicamente, ele teria ficado no cargo por ser um ator político “confiável” aos militares. Paulo estaria naquela “cota”
das oligarquias pernambucanas cindidas nas estratégias utilizadas por Arraes,
sempre que ocupou o Palácio do Campo das Princesas. Provocado em relação a esse
respeito, o governador Eduardo Campos, entretanto, enaltece a figura de Paulo
Guerra, inclusive lembrando que o avô mantinha por ele uma grande admiração.
Nós, aqui do Blog do Jolugue, só esperamos que Eduardo Campos não sobreponha seu
projeto presidencial aos seus princípios e à sensibilidade social herdada da
convivência com o Dr. Miguel Arraes, e não precise, como afirma o compositor Zé Ramalho,
transar com Deus e com o Diabo para entender o jogo dos homens.
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