pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Ricardo Lewandowski determina que, em 48 horas, seja definido um plano de vacinação da população contra a Covid-19.
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Editorial: Ricardo Lewandowski determina que, em 48 horas, seja definido um plano de vacinação da população contra a Covid-19.


Houve um tempo em que as atitudes dos governantes em situações de calamidades públicas ou catástrofes eram bem mais previsíveis. Hoje, os tempos são outros e, até em situações assim, a construção de um consenso em torno de ações que envolvam medidas concretas para o enfrentamento de alguma pandemia torna-se difícil. O bate-cabeça entre o Governo Federal e os entes federados em torno da definição de uma política de vacinação da população contra a Covid-19, encaixa-se nessa premissa. Na medida em que os governantes não se entendem em torno do assunto, a população continua desasistida, sem leitos de UTIs, sem assistência social, num momento crucial de uma nova onda da doença, infectando e ceifando vidas pelo país afora. No final, quem paga os custos desses desentendimentos é a população. E um preço muito alto, hoje calculado oficialmente em mais de 180 mil vidas. Aqui na província pernambucana, engrossa essas estatísticas o ex-Deputado Federal do antigo PMDB, hoje filiado ao Solidariedade, Carlos Eduardo Cadoca, que estava internado no Hospital Português.  

Há algo muito maior em jogo do que as picuinhas políticas, do que a troca de farpas de governadores de Estado, parece-nos que muito mais movidas por interesses políticos do que propriamente preocupados com a saúde da população. Um deles, o "engomadinho" é um animal político  de ambições desmedidas, o que não lhes permitiu o menor pudor em utilizar este momento bastante delicado vivido pelo país com o objetivo de antecipar a campanha das eleições presidenciais de 2022. É a ética das consequências utilizadas em seu estado mais puro, meu caro Max Weber. Neste aspecto, seus críticos tem toda a razão. Depois, a decisão sobre o assunto, de fato, cabe ao Ministério da Saúde, que deve desenvolver um plano de vacinação de caráter democrático, amplo e irrestrito, distribuido consoante critérios logísticos e cientíticos adequados a cada situação. Permitir que um ente federado assuma a dianteira deste processo, de fato, pode provocar muitos problemas, incluisve um alto índice de insatisfação da população dos estados não contemplados. 

Essa queda de braços entre o Governo Federal e os entes federados já se desenrola desde o início da pandemia, com adoções de medidas distintas para o enfrentamento do problema. A ajuda emergencial do Governo Federal também enfrentou vários problemas, como um índice elevado de concessões de benefícios fraudulentos, assim como, o que é mais trágico, a demora da destravamento burocrático para atender aquele contingente populacional que, de fato, precisava do auxílio. Quatro milhões de "invisíveis" foram descobertos no período de cadastramento, ou seja, pessoas que, sequer, possuíam um registro de nascimento. Conforme já afirmamos em editoriais anteriores, o Brasil enfrentou esta pandemia num dos seus momentos políticos mais conturbados, o que, certamente, pode ter contribuído para o agravamento dos problemas por ela provocados, como a queda das atividades econômicas, o desemprego, entre outros.  

Diante do exposto, como costuma dizer os advogados de defesa, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewansdowski, atendendo a uma solicitação da Rede Sustentabilidade, determinou que o Ministperio da Saude, no prazo de 48 horas, defina um plano de vacinação para a população, explictando o início e o término dos trabalhos. É lamentável que um quadro grave de saúde pública tenha se transformado numa arena de disputas políticas. Ainda ontem, acompanhei um vídeo alarmante sobre as pessoas sem teto que estão morando ali nas proximidades da Igreja do Pátio de Nossa Senhora do Carmo, aqui no Recife. Crianças e adultos dormindo ao relento, cobertas com papelão e roupas estendidas em varais. Este é um quadro que tende agravar-se em razão de não solução capitalista aos problemas dos indivíduos que não se integram no circuito do consumo. O esgarçamento dessa lógica de racionalidade ultraliberal está conduzindo a humanidade ao caos. Espero que possamos construir urgentemente uma alternativa pós-capitalista. É isso ou a barbárie.  

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