Ficou célebre no folclore político uma expressão para designar aquelas reuniões arranjadas de véspera, que fogem de pautas importantes, onde tudo parece ser acertado com antecedência para evitar surpresas. É assim que começo a ver as reuniões programadas pelo Partido dos Trabalhadores aqui em Pernambuco. Há uma reunião programada para esta segunda-feira, mas a situação de apoio ou não ao Governo Paulo Câmara(PSB-PE) não entraria na pauta dos debates. O PT foge dessa discussão como o Diabo foge da cruz. E olha que citei aqui o Diabo e não os seus secretários. Mais uma vez elogio aqui a postura assumida pela Juventude do Partido, que, sem muitos rodeios ou tergiversações, se pronunciou sobre os petistas que abandonaram a candidatura do partido para continuarem no Governo Paulo Câmara. Concluiu que, se eles desejarem continuar com o Governo, que peçam,antes, desfiliação do partido. Nada mais coerente. O que não se pode permitir é que, uma vez o partido tendo um candidato oficial, haja esse tipo de postura por parte de alguns dos membros da legenda.
Escrevi recentmentee um longo editorial sobre possíveis críticas à candidata Marília Arraes, em função de uma visita sua ao prefeito Anderson Ferreira, do PL, prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Tenho profundas diferenças com esse grupo político, mas, sinceramente, eles foram mais confiáveis à então candidata do que certos integrantes do partido que, durante a campanha, até pronunciamento fizeram contra Marília Arraes. Como diria o velho Dr. Miguel Arraes de Alencar, pelo admiração que tenho por ela, não gostaria que Marília entrasse nesse "mal caminho". Por outro lado, para uma pessoa que parece-nos que alimenta ambições majoritárias, seus pleitos dentro da agremiação serão sempre solapados. Como afirmo naquele editorial, Marília é uma espécie de estranha no ninho petista. Há um grupo bastante satisfeito com a condição de força auxiliar dos socialistas no Estado, o que significa dizer que estão priorizando interesses individuais em detrimento do interesse coletivo.
Velho estudioso do partido, observo que uma das marcas "daquele PT de outrora" era a coerência. Ao longo desse período, o partido oligarquizou-se e perdeu bastante em termos de manutenção de uma linha de coerência que o diferenciava em relação a outros grêmios partidários. Hoje são poucos os atores políticos do partido que se mantém fiéis a essa característica. Salvo, talvez, por um texto que li recentemente, onde um integrante da legenda lembrava a incoerência de o partido apoiar o nome indicado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que teve sua origem no PFL, hoje no DEM, cujo grêmio apoiou todas as manobras antidemocráticas em período recente da história política do país. Este talvez seja daquela cota que ainda sabe o significado dessa expressão. Aquele radical que se defende, informando ao seus opositores que "radical" são aqueles que vão até às raizes. Um adendo: Não é pernambucano, muito menos da ala que dá sustentação ao Governo Paulo Câmara(PSB-PE).
Concordo
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