pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho: Automação é morte.
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domingo, 20 de dezembro de 2020

Tijolinho: Automação é morte.

Há dois grandes estudiosos cujos trabalhos e reflexões, não raro, se complementam entre si. Um faz uma análise mais geral da conjuntura política, enquanto o outro se detém nos reflexos dessa conjuntura sobre o mundo do trabalho. Muito embora que, para debruçar-se sobre esse recorte, faz-se necessário entender a conjuntura mais complexa. Ambos são sociólogos. Um português e um brasileiro. Os leitores mais perspicazes já devem ter matado a charada. Estamos nos referindo a Boaventura de Souza Santos e ao professor Ricardo Antunes, decano da Universidade de Campinas, a maior autoridade acadêmica brasileira sobre o mundo do trabalho. Outro dia li um texto dele, publicado num site conhecido, onde ele faz um resumo da equação da barbárie de nosso tempo, um tempo onde as forças conscientes e consequentes do campo progressista procedem uma grande reflexão sobre um modelo de sociedade que supere o capitalismo. Salvo melhor juízo, a equação é esta: Tecnologia(automação) +capitalismo: morte.

Os pernambucanos que leram os jornais de hoje se depararam com uma queda de braço entre a categoria dos rodoviários e o Governo do Estado, com uma previsão de decretação de greve a partir da terça-feira, em plena semana natalina, quando os recifenses menos cuidadosos não relutariam em sair para as compras do período, mesmo em meio ao agravamento dos problemas relacionados ao Coronavírus. Para comprovar essa tese, basta acompnhar os jornais televisivos, com suas imagens aéreas, mostrando as aglomerações nos grandes centros de compras do país. Há outros itens na pauta dos rodoviários, mas a questão mais crucial é um impasse em relação à automação dos serviços de cobrança de passagens, o que implicaria numa demissão em massa de cobradores, o que já vem ocorrendo em outras praças do país. Salvo melhor juízo, até o poder judiciário já se pronunciou sobre este assunto, defendendo, coerentemetne, o serviço físico, realizado por outro profissional - que não o motorista - até por uma questão de segurança. 

O Governo do Estado foi bastante contundente em sua resposta aos rodoviários. Não vou aqui entrar no mérito no tocante a quem tem razão sobre o assunto, até porque não tenho acompanhado essa pendenga de forma mais efetiva. Mas convergimos aqui com a mesma preocupação do grande Ricardo Antunes, ou seja, num momento crítico como este que estamos vivendo, medidas que representam o desemprego em massa de profissionais devem ser repelidas. Outro dia citei o caso aqui das chamadas portarias remotas, que igualmente irá representar a demissão de milhares de profissionais que trabalham nas portarias dos prédios. Na condição de um ator político de responsabilidade pública, de caráter coletivo, na autonomia que lhe compete, penso que o Poder Público deve intensificar esforços no sentido de impedr essa manobra do capital, que, em última análise como alerta Antunes, pode significar a morte em sua forma mais cruel.


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