Quando o assunto são as licitações em torno de compras palacianas, aqui, então, é que há elementos para se realizar boas pesquisas, mesmo com a tristeza de saber que isso pode ter significado desvios de recursos públicos. Mesmo nessas circunstâncias, não tenho dúvidas de que o trabalho poderia resultar em bons textos, seja pelos itens incluídos, seja em razão das exorbitantes quantias pagas. Algumas delas chamaram a atenção dos órgãos de fiscalização e controle do Estado. Há fatos engraçados - nunca pelo peculato que isso representou, naturalmente - como os lanches oferecidos a um determinado ministro durante os voos ou a compra de 460 latas de farinha láctea, para uso em 30 dias, adquiridas por uma primeira-dama do Estado vizinho. Haja mingau! O pior - ou melhor para os folcloristas - são as justificativas apresentadas pelos compradores durante as investigações. No caso do ministro, se ele não recebesse esse suplemento alimentar durante as viagens, suas decisões poderiam ser afetadas. E olha que, se ele tomasse decisões acertadas e coletivamente interessantes a partir desses 'lanchinhos" exóticos, até que valeria a pena o sacrifício.
Isso vem a propósito de uma louvável medida de austeridade que pode vir a ser tomada em relação à diplomação dos novos vereadores do Recife. Embora haja aqueles marinheiros de primeira viagem que não gostariam de dispensar os ritos e pompas, medidas de austeridades representam não apenas economia de gastos - onde a Câmara Municipal poderia dar um bom exemplo - mas o zelo com a saúde dos futuros parlametares e seus familiares. Bom que se construa um consenso em torno deste assunto, adotando-se os ritos impostos pela pandemia do Coronavírus, como a transmissão online da cerimônia, por exemplo, conforme recomendações da própria Justiça Eleitoral. Tudo indica que teremos um ano muito difícil em 2021, o que sempre recomenda cautela e as ponderações de praxe.
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