pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho: Em política não existem "nunca" nem "jamais". O PT deve continuar no Governo Paulo Câmara.
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Tijolinho: Em política não existem "nunca" nem "jamais". O PT deve continuar no Governo Paulo Câmara.


Por ocasião do golpe civil-militar de 1964, militares se dirigiram ao Palácio do Campo das Princesas para depor o então governador do Estado, Dr. Miguel Arraes de Alencar. A forma altiva e soberana com que o governador Arraes enfrentou a situação já é do conhecimento dos brasileiros, honrando os votos dos pernambucanos que o elegeram ainda na vigência do processo democrático. Afastado do cargo e conduzido ao Presídio de Fernando de Noronha, seu vice, Paulo Guerra, não encontrou dificuldades em assumir o cargo, pois sua condição de representante das tradicionais oligarquias políticas do Estado não causaria estranhmanto aos militares. Paulo Guerra era um ator político da "cota oligáquica" da política de alianças do Dr.Arraes, que cindia os redutos conservadores, facilitando suas eleições, ao unificar os apoios do campo de esquerda ou progressista. Penso que Arraes aprendeu isso ao dirigir o IAA, mas o professor Michel Zaidan, em artigo, apresenta outra possibilidade. 

Em todo caso, essa estratégia do grande político pernambucano não é o mais importante. O mais importante para este post é uma dessas frases que se tornam perenes na política ao longo dos anos. Atribuída a Paulo Guerra, a frase é: Em política não existem "nunca" nem "jamais". Isso vem a propósito de um anunciado encontro entre o governador Paulo Câmara(PSB-PE) e a Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann. Segundo dizem, eles teriam tratado da conjuntura política e das rusgas entre as duas agremiações partidárias por ocasião do segundo turno das eleições municipais de 2021, vencida pelo socialista João Campos. Naturalmente, a participação de integrantes da legenda petista no Governo Paulo Câmara, também foi discutida e, em nome de um acordo de cavalheiros e das articulações políticas em torno das eleições presidenciais de 2022, esses integrantes da legenda devem permancecer no Governo até o final de 2021.  

Vejo aqui uma situação confusa, preocupante e vexatória. Confusa na medida em que pouco se sabe a opinião de um ator político como Lula, duramente atingido durante a campanha, embora Gleisi seja muito próxima a ele. Por outro lado, os arranjos nacionais não estão nada claros e já houve algum aceno do PSB ao PDT, na medida em que seu presidenciável, Ciro Gomes, esteve aqui na província emprestando seu apoio ao nome do candidato Joaõ Campos. Contrariando uma resolução da Direção Nacional do PSB, sua bancada sugere fechar questão em torno do voto no nome de Arthur Lira(PP-AL) para a Presidência da Câmara dos Deputados. Preocupante porque lá atrás, ao invés de constituir-se numa força política independente - e construir a musculatura política necessária para torna-se competitvo - o PT optou por ser força auxiliar dos socialistas, em nome de cargos e composições nas chapas majoritárias. Vexatória na medida em que fica claro que alguns dos seus integrantes abdicaram dos projetos coletivos em nome dos interesses comezinhos. 


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