pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 25 de dezembro de 2021

Editorial: Sérgio Moro não conhece o pelourinho profundo.

 


Não faz muito tempo que publicamos por aqui um editorial, onde o articulista da revista Veja, Thomas Traumann, alertava para a necessidade de que os candidatos presidenciais mantivessem uma estratégia de comunicação que atingisse os estratos mais socialmente fragilizados da sociedade brasileira. Do contrário, enfrentariam alguns problemas em relação às suas performances nas pesquisas, uma vez que se faz necessário, no Brasil, dialogar com a Avenida Paulista e com Cabrobó, se o candidato deseja vencer uma eleição presidencial.

Nas entrelinhas,o articulista sugere que isso poderia justificar, por exemplo, que o candidato do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), estivesse, até o momento, liderando todas as pesquisas de intenção de voto. Tomamos o mote como referência e produzimos um editorial por aqui, usando uma imagem do educador Anísio Teixeira sobre o país, onde o baiano - numa referência às desigualdades sociais - cunha uma expressão de grande significado: o Brasil possui um pelourinho profundo, numa referência, naturalmente, às demandas históricas das camadas sociais mais empobrecidas da sociedade brasileira. 

Acabo de ler, neste momento, uma outra matéria, na mesma publicação, acerca da personalidade e da narrativa discursiva adotada pelo ex-ministro da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos), que tenta viabilizar-se como opção da terceira via. Há problemas nítidos com a sua imagem e com sua mensagem, dirigidas a segmentos específicos do eleitorado e, possivelmente, ignorada pelos eleitores dos estratos sociais mais fragilizados da nossa sociedade, esse eleitorado que perdeu o emprego; vendeu o carro por não ter condição de acompanhar os aumentos da gasolina; trocaram a costela de boi pelos pés e pescoços de frango; não mais realiza seus churrasquinhos na laje com os amigos e, em alguns casos, dependem do Aúxilo Brasil para adquirirem o básico para a sua sobrevivência. 

Naquele editorial comentávamos que, de fato, Lula conhecia o pelourinho profundo, ao qual se referia o educador Anísio Teixeira. Aliás, para ser mais preciso, Lula vem do pelourinho profundo, pois passou fome, obteve pouca instrução, subiu num pau de arara e coisas assim. Na década de 80 do século passado, quando vinha ao Recife, seguia com o senador Humberto Costa(PT-PE) para Garanhuns, numa Brasília Amarela velha, para visitar os parentes. No caminho, uma parada para comer um capão, acompanhado de feijão verde e suco de umbu. 

Por sua personalidade, por sua origem, nenhuma marqueteiro conseguiria a proeza de transformar Sérgio Moro num candidato de perfil popular. A única favela que ele conhece - e de passagem, registre-se - é uma que fica entre a sua residência e o fórum de Curitiba, onde trabalhava como juiz, conforme observava o articulista Thomas Traumann. Sérgio Moro pode até usar um chapéu de vaqueiro, deixar os paletós bem cortados para usar mangas de camisa, mas vai sempre soar estranho ver o ex-magistrado tomar uma lapada de cachaça com uma coxa de preá como tiragosto, algo tão comum no castigado Sertão Nordestino. Isso só a vida ensina.

Crédio da foto: Divulgação.  

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Editorial: Um editorial de Natal.


É sabido que o país encontra-se num dos seus momentos mais delicados, seja do ponto de vista político\institucional, seja no que concerne aos problemas econômicos e sociais, agravado por uma crise sanitária que ainda está longe de ser superada,embora, em razão da campanha de vacinação em curso, emita indicadores de arrefecimento. Curioso que nem aqui temos um consenso entre os órgãos, as autoridades de saúde e os representantes do Governo Federal,quando se está em discussão, por exemplo, a vacinação de crianças. 

É evidente que não se deveriam criar obstáculos para a vacinação das nossas criancinhas,sobretudo quando se abre as expectativas de ampliação do retorno às aulas presenciais no próximo ano. Definitivamente, perdemos a perspectiva do diálogo, que poderia produzir os consensos fundamentais num regime democrático. Era o sociólogo jamaicano Stuart Hall quem alertava para os problemas decorrentes desses "binômios', onde um dos polos, inevitavelmente, deseja esmagar o outro. Creio que nem o Papai Noel, com sua vestimenta vermelha, deve ter escapado da sanha dos caçadores de "comunistas' neste Natal, um termo que deixou de ser um verbete dos dicionários de Ciência Política e foi parar nos boletins de ocorrências policiais, posto que alguns desejam "criminalizá-lo'. 

Estamos num país cindido pela ideologia política ou, mais precisamente, por um tipo de "patologia política". Como diria o filósofo, dormimos o sono político que produziu o "monstro", que renasceu a partir das mobilizações de rua contrário ao aumento de centavos nas passagens do transporte coletivo e culminou com a ruptura institucional de 2016. O ódio disseminado pelas milícias digitais, aliado aos procedimentos jurídicos irregulares encarregaram-se de completar o serviço, destruindo reputações de pessoas e instituições, quebrando um dos pilares sagrados da convivência democrática, onde pressupõe-se as garantias das prerrogativas legais exaladas pelo Estado Democrático de Direito.  

É assim que vamos terminar 2021, com instituições em conflito, um país dilacerado, sob uma baita crise social e econômica, que já jogou mais de 22 milhões de brasileiros na condição de extrema pobreza, ou de insegurança alimentar, catando restos de alimentos em caminhões de transporte de lixo e coisas assim. Mesmo num período como este - onde o desejável seria as mesas fartas para todas as famílias brasileiras - temos que falar da simbologia do "osso", que deixou uma marca "indelével" como símbolo da crise social que o país enfrenta neste momento. 

Neste contexto, a única coisa que podemos desejar aos amigos e amigas que nos acompanham por aqui é o "discernimento' necessário para superarmos esses impasses em 2022, retomando terrenos democráticos perdidos, recuperando direitos surrupiados por tais políticas de corte neoliberal, o respeito e a tolerância com grupos indígenas, quilombolas, LGBTQIA+ e, principalmente, exigir  a implemrntação de políticas públicas estruturadoras, que superem a crise econômica e permitam  que os brasileiras e brasileiros excluídos voltem a comer três vezes por dia. Um Feliz Natal para os amigos e amigas que nos acompanham por aqui.  

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Editorial: As indefinições políticas de Brasília e seus reflexos em Pernambuco.



A quadra política em Brasília continua bastante confusa e isso não deixa de produzir seus reflexos aqui na província pernambucana. O pré-candidato do DEM ou União Brasil, Miguel Coelho, prefeito de Petrolina, cidade do Sertão do São Francisco, continua suas movimentações políticas pelo Estado, sempre tergirversando sobre um assunto nevrálgico: Quem será o candidato presidencial que ele deverá apoiar aqui no Estado. O fundo eleitoral torna sua campanha robusta, o que vem atraindo uma boa base de apoios, abrindo defecções, inclusive, em redutos socialistas insatisfeitas. 

Por outro lado, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, dirigente do PL, continua integrado ao movimento Levanta Pernambuco, acompanhando a pré-candidata Raquel Lyra(PSDB-PE), prefeita de Caruaru, em suas andanças pelo Estado. Na realidade, ninguém tem moral suficiente para cobrar nada de ninguém. A velha guarda da Mangueira do MDB esteve num encontro recente com o candidato Lula, promovido pelo Grupo Prerrogativas, inclusive seu presidente nacional, Baleia Rossi(MDB-SP), quando o partido, em tese, tem candidato ao pleito presidencial de 2022, a senadora Simone Tebet(MDB-MS). 

O PP, do senador Ciro Nogueira, da base de apoio bolsonarista, liberou seus parlamentares em São Paulo para apoiar o candidato de João Dória(PSDB-SP) ao Governo do Estado, Rodrigo Garcia(PSDB-SP). Hoje, João Dória é um dos maiores adversários de Jair Bolsonaro(PL). Para desespero dos petistas raízes, Lula entabula negociações com o ex-governador tucano, Geraldo Alckmin(Sem Partido), que ainda não se definiu se será o vice em sua chapa. Alckmin vive um dilema terrível, pois lidera todas as pesquisas de intenção de voto para o Governo Paulista até este momento. 

Até ACM Neto, Secretário Nacional da legenda formada com a fusão do DEM com o PSL, União Brasil, que, em tese, teria um pré-candidato presidencial - o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta - anda com um canal de diálogo aberto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Nem entro no mérito do PSB local, cujos dirigentes ainda não ajustaram as condições para uma aliança com PT no plano nacional, o que também produz reflexos, aqui no Estado, no tocante à definição do candidato que deverá concorrer ao Governo, pois Lula talvez interceda em favor do senador Humberto Costa(PT-PE), seu fiel escudeiro, uma hipótese improvável de ser aceita pela cúpula socialista local.  

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Charge! Via Folha de São Paulo

 


Editorial: O freio de arrumação da política brasileira nesta fase da disputa.




A expressão "freio de arrumação' é bastante conhecida dos brasileiros, principalmente daqueles que dependem do transporte público. Um freio brusco do motorista, leva as pessoas, por força da gravidade, a reestabelecerem suas posições no coletivo, numa espécie de "arrumação', no dizer popular. É mais ou menos isso o que está ocorrendo com a política brasileira neste momento, onde partidos e candidatos ao pleito presidencial de 2022 procuram definir ou redefinir suas posições e alianças políticas. 

Estão ocorrendo alguns fatos inusitados por aqui, como uma janela de negociação entre o PT e o União Brasil, sob a chancela do neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, Secretário Nacional da legenda formada pela fusão do DEM e do PSL. Surpresos? Não se surpreendam. Até mesmo uma improvável reaproximação entre Jair Bolsonaro(PL) e o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos), já chegou a ser especulada. Imaginamos que tal hipótese não deve passar dos planos das especulações. O fato concreto, no entanto, quando estamos tratando da terceira via é que a mesma deverá passar por um processo natural de "decantação'. Nossa previsão está sendo confirmada pelas pesquisas de intenção de voto, que já demonstraram que só haverá espaço para um candidato. Se houver. 

Se tal candidato "vingar", superando os obstáculos das dificuldades de viabilização desta via, que sempre existiram no cenário político brasileiro. Nesta fase da disputa tudo é possível, mesmo com os protestos dos radicais. Lula, por exemplo, precisa ampliar seu arco de alianças ao centro. Do contrário, a direita dará um jeito de tentar o quase impossível: Reaproximar Jair Bolsonaro(PL) de Sérgio Moro(Podemos). Não duvidem do que eles seriam capazes. Isso seria o de menos. 

Até recentemente, grupos petistas mais autênticos lançaram um manifesto contra a inclusão do ex-governador Geraldo Alckimin(Sem Partido) na chapa de Lula, na condição de vice. Seria uma temeridade, algo semelhante ao que representou Michel Temer(MDB-SP) para a ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG). Não preciso entrar nos detalhes, para não ferir susceptibilidades. Fico imaginando o que eles não dirão dessas conversas do morubixaba petista com o neto de Antonio Carlos Magalhães. 

Em São Paulo, mesmo com os mimos e afagos generosos do orçamento, o senador Cid Nogueira,  do Centrão, liberou seu partido, o PP, para apoiar o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia(PSDB-SP), que conta com o apoio de um arquiinimigo do presidente Jair Bolsonaro e candidato presidencial, o tucano João Dória(PSDB-SP). O curioso é que, até o momento, as faíscas não acenderam na capital federal. Aqui na província, depois do seu retorno efetivo ao périplo das caminhadas pelo Estado, o pré-candidato Miguel Coelho, do DEM ou UB, sempre tergirversa quando o assunto é o palanque presidencial que ele deverá montar no Estado. Afirma que o União Brasil ainda não se definiu. É verdade. Dizem que ACM Neto estaria muito preocupado em formalizar com o PT um pacto de não agressão em seu reduto político, a Bahia.   

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

A violência contra as mulheres é reacionária

 


A violência contra as mulheres é reacionária
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(Foto: Reprodução)

por Betty Ruth Lozano e María Campo

O estupro de mulheres foi construído histórica e socialmente, legitimado e consentido desde o projeto colonial que Colombo inaugurou nestas terras e em nossos territórios. O estupro de mulheres faz parte do projeto colonizador que se impõe como uma “cultura” que responsabiliza a vítima e se materializa em um elevado número de mulheres vítimas de violência sexual em todas as esferas da sociedade e nos locais onde acreditamos estar seguras junto com nossos “camaradas em luta”, em coletivos, grupos, movimentos, processos e partidos, que se dizem ou se declaram alternativos, de esquerda, de/descoloniais, e por isso pretendem mudar a ordem existente, mas sem questionar as práticas patriarcais que são exercidas de dentro.

É impressionante o número elevado de mulheres que, nos últimos anos, ousaram divulgar seus casos de violência sexual, em alguns casos cometidos por vários homens, nessas organizações. A maioria mulheres muito jovens que vêm a esses processos com grande ilusão e entusiasmo, confiantes de que a vida de todas as pessoas está nas mãos de outros, portanto, não esperam ser abusadas enquanto estão inconscientes devido a alguns drinques compartilhados e, ainda menos, que essa inconsciência seja produzida propositalmente por um parceiro. As mulheres jovens veem seus pares masculinos como seus parceiros de luta, enquanto eles as veem como objetos para a satisfação de seus desejos. Os homens de esquerda permanecem ancorados na cultura cristã patriarcal que expropriou as mulheres de seus corpos. O corpo da mulher deve ser levado, acessado, abusado, violado, seu consentimento não é necessário, pois é um direito masculino. Todos podem decidir sobre o corpo da mulher: o Estado, a Igreja, o pai, o marido, o partido, o movimento, o companheiro de luta, exceto elas mesmas.

É dito a uma mulher que é violada em uma organização que ela não tem o direito de estar ali, que este não é o seu lugar, ou que ela está ali a serviço do desejo masculino, para discipliná-la e objetificá-la, especialmente se ela se declarar uma feminista. O estupro, o abuso sexual, as diferentes formas de violência contra a mulher, obrigam-nas a abandonar esses processos organizacionais, negando-as a possibilidade de contribuir com todo o seu potencial para essas lutas, retardando a possibilidade de transformação. Estabelecendo um feminicídio político.

A violência contra as mulheres é reacionária. Não se pode esperar justiça para as mulheres do Estado, nem daqueles que apenas lutam para substituí-lo ou simplesmente para encontrar um lugar nele. As mulheres não se contentam com a transformação de uma pequena parte do social, queremos mudar TUDO. A luta deve ser uma luta feminista antirracista, que vá às raízes de todas as opressões, não como um lenço da moda para obter votos; sem folclorização do indígena e do negro; reconhecendo e valorizando as diversidades sexuais e dissidências de gênero; sem condescendência em posar de politicamente correto.

O “proibido de esquecer” que é proclamado para os crimes de Estado não o é para mulheres estupradas, pois nos dizem: “Esqueça agora”, “já passou”, “deixe isso para trás”, “supere”, como nos disse um companheiro em uma jornada de reflexão em busca de construção de alternativas: “Que bom que os paramilitares não matam as mulheres, só as estupram”, mal menor. O “companheiro” não sabe que existem muitas maneiras de matar. Essas formas de violência são toleradas e, nesta medida, são legitimadas, não são percebidas como parte do sistema de opressões que enfrentamos apenas por sermos mulheres e que contribuem para a reprodução do sistema mundial capitalista patriarcal.

A cultura de estupro inaugurada pelos invasores não está em questão. Queremos dar de comer aos pobres, mas estupramos as mulheres pobres e quem quer que fique no caminho! e, como no estilo da Colônia, os homens das organizações ou grupos de esquerda ou progressistas exercem seu “Direito da primeira noite” sobre as mulheres, quer seja como ritual de iniciação à vida política ou para garantir a sua permanência na organização, o que evidencia a reprodução das estruturas de dominação patriarcal.

Vale lembrar que o “Direito da primeira noite” é uma prática histórica de abusos e servidão sexual exercida durante séculos por “senhores”, latifundiários, padres, mordomos, chefes políticos e patrões contra mulheres em condição de subordinação, dependência e obediência, como as negras, indígenas, camponesas, trabalhadoras domésticas, arrendatárias, entre outras.

Com esse modus operandi mostra-se que, tanto em seu discurso quanto na prática, gênero e sexo não entram como categorias de opressão dentro de suas bandeiras de luta e, por consequência, definem em uma espécie de seleção quem são seus pares políticos: é claro, os seus homólogos masculinos, visto que suas companheiras obviamente não são consideradas sujeitas políticas em igualdade de condições, pelo contrário, são subordinadas e, portanto, a violação não trará sanções morais ao vitimário nem ético-políticas para a organização, por se tratar de uma questão da esfera pessoal, o que não configura crime passível de denúncia. Nos casos em que a vítima se atreve a denunciar, a pouca efetividade da Procuradoria-Geral da Nação é inadmissível, o que facilita a perpetuação da impunidade, um dos maiores problemas da justiça colombiana. Prova disso é que, entre 2014 e 2018, o número de homens acusados ​​de acesso carnal violento foi de 1.560, sendo apenas 969 condenados, 62%.

O estupro é uma forma brutal de acesso ao nosso corpo-território, é um crime. Agora, ao vincular essa prática predatória às organizações mistas de negros e indígenas da Colômbia, suas ações reivindicativas têm sido a garantia de direitos étnico-territoriais e coletivos, seja de reconhecimento ou de reparação; mas nessa tortura e com a prática patriarcal de estupro, os direitos das mulheres racializadas como negras ou indígenas ficaram invisíveis, e se não queremos falar de direitos porque marcamos no sistema político liberal, falemos dos fato de que as violações aniquilam a possibilidade de viver das mulheres, onde está a narrativa do que somos corpo-território? Aquilo que se interpela aos grupos armados: “as mulheres são saque de guerra”, também deverá ser questionado dentro dos movimentos, visto que, para manter o pacto de masculinidade e as hierarquias sexo-gênero nas organizações, é necessário demonstrar quem exerce poder: homens, e quem está em condição de subordinação: mulheres. Via de regra, é estabelecido o pacto doméstico, os estupradores não são denunciados e não são confrontados, pois a ordem patriarcal não pode ser alterada, há de acolher o agressor e expulsar as vítimas, se há denúncia, um atentado contra a vida organizativa, e quem se preocupa com a vida das mulheres? Com o agravante de que as mulheres que adquiriram lideranças nessas organizações não ousam questionar os agressores, pois são eles que as incentivam a serem líderes. Virar-se contra eles significa colocar em risco o status conquistado, tornando-se assim participantes do pacto patriarcal.

É um direito masculino inquestionável o acesso às mulheres que movem seu desejo, por quê? Por serem homens e os homens não podem controlar suas paixões e precisam desabafar sexualmente, como argumentou um juiz argentino em 2020 em uma audiência diante de uma acusação por crime de estupro, quão benevolente e acomodatícia o sistema judiciário tem sido com os homens! Portanto, como mulheres, não nos surpreendemos ao ouvir de alguns companheiros que o estupro é um mal menor. E os movimentos de esquerda? E o movimento social? Eles estão todos na trilha da campanha. A democracia é o sistema mais justo para os povos, para as mulheres? Eles afirmam que o acesso às instituições do Estado vai mudar o status quo, vai mudar? Certamente não para as mulheres. A eliminação da violência contra a mulher continua sendo atos comemorativos de certas datas ou discursos destinados à obtenção de votos e recursos. Mas na realidade concreta, a violência continua impune, os perpetradores continuam participando ativamente de suas organizações e mulheres condenadas ao exílio, revitimizadas até por outras mulheres, que temem que suas posições de liderança sejam afetadas se falarem contra os líderes agressores.

Organizações que se dizem revolucionárias na realidade o que desejam é melhorar os privilégios daqueles que já são privilegiados dentro do sistema patriarcal: os homens. O que essas organizações querem é que todos os homens tenham os privilégios de homens brancos de classe alta, proprietários, que tenham acesso e controle sobre todas as mulheres, em uma espécie de neocriollismo que não está realmente interessado em realizar transformações radicais na sociedade. Nessas organizações, as mulheres continuam a ser vistas como objetos a serem possuídos, usados, manipulados, a serviço do desejo masculino.

Nesse sistema patriarcal colonial, tudo o que representa o feminino ou feminizado deve ser possuído, aniquilado, destruído. Nos referimos às mulheres, às meninas, aos corpos feminilizados, às identidades não binárias, à terra. É assim que os estupros têm nexo com o capitalismo, mas há tanta miopia nos movimentos sociais que eles qualificam essa reflexão como um ataque contra eles, colocar as lentes para analisar e realizar ações para frear esse flagelo têm sido percebido como algo arriscado, e a quem denuncia como traidoras. À medida que avançam as agendas globais dos objetivos de desenvolvimento sustentável, as ODSs de combate às mudanças climáticas, a luta contra a desertificação e a seca, as reformas: tributária, sanitária, agrária, que fazem parte das agendas dos mais progressistas em tempos pré-eleitorais; assim mesmo, aumentam os números da violência contra as mulheres nas casas, nas ruas, nos escritórios, nos abrigos, nos conselhos comunitários e nas organizações onde militam. Na Colômbia não há lugar seguro para nós, falar de justiça não deixará de ser uma enteléquia, será meramente instrumental, contanto que as bases sobre as quais esta ordem patriarcal feminicida é construída não sejam minadas.

Para que ser mulher não seja um perigo mortal!

Este texto é resultado de
uma parceria entre a Revista
Cult e a La Laboratoria:
espacio transnacional de
investigación feminista

(Publicado originalmente no site da Revista Cult)

Publisher: The unstable victory of the left in the Chilean elections



Some analysts note that neoliberal policies entered Latin America from Chile, in 1973, with the coup d'état that overthrew the Salvador Allende government, with a socialist orientation. Correct assessment or not, the concrete fact is that, from then on, authoritarianism and neoliberalism began to establish a siamesa relationship in that country, where even water resources were privatized. This combination - which certainly would not surprise the French philosopher Michel Foucault - brought tragic consequences for the population, which soured one of the bloodiest dictatorships on the continent and, more recently, gigantic economic tightenings, which led the population to organize several protests of street, with harsh repression of the state apparatus.

Even in this adverse political and economic context, some achievements were obtained during this period, such as a tenacious reaction of the Chilean people against the dictatorship and neo-fascist groups. Chile made significant advances, for example, in reconstituting the memory of that period of darkness and obscurantism of the Pinochet dictatorship, through institutions created for this purpose. The expulsion, live, from a TV talk show, where one of the participants denied that there had been physical torture during the dictatorship, became emblematic. with a rifle butt and was murdered with 42 shots, in a refinement of cruelty committed by the minions of the dictatorship.

These opening comments are to give an overview of the political picture of that country, where the candidate of the left, Gabriel Boric recently defeated the ultra-rightist José Antonio Kast, in a victory much celebrated by the progressive forces of the continent. Is there anything to celebrate? Yes. There is nothing worse than allowing the ultra-right to return to govern that country, mainly because of its sympathies with the dictatorial Government of Augusto Pinochet and its flirtations with neo-fascist groups, which mobilized around his election. The big question, however, is the profile of the elected candidate and the political and economic capillarity that conservative groups have conquered in that country, as well as in the entire continent, including Brazil.

It is often said that public transport companies have reduced their fleets in those peripheral neighborhoods, where candidate Gabriel Boric would have greater support from the population, in a clear boycott of his candidacy. The Boric government will therefore suffer violent harassment from these groups and their representatives in parliament. What happened in 2016 here in Brazil is a historical lesson, where windmills were activated so that President Dilma Rousseff (PT-MG) would not complete her term. A political tourniquet that culminated in an institutional coup. Another historical reference is the government of the also leftist, Professor Pedro Castillo, in Peru, which suffers violent harassment from conservative groups inside and outside parliament.

Another noteworthy fact is that candidate Gabriel Boriç cannot be considered a root leftist. He is someone who has made a career in the student movement, never flirted with Marxist ideas, forged alliances with conservative groups and is silent on the arrest of leaders who participated in the last protests in that country. Better than an ultra-right? yes, but the left should be putting its beards to rest with regard to expectations about its government.

Charge! Duke via O Tempo

 


Editorial: A instável vitória da esquerda nas eleições chilenas.



Alguns analistas observam que as políticas neoliberais entraram na América Latina a partir do Chile, em 1973, com o golpe de Estado que derrubou o Governo Salvador Allende, de orientação socialista. Avaliação correta ou não, o fato concreto é que, a partir de então, autoritarismo e neoliberalismo passaram a estabelecer uma relação siamesa naquele país, onde até os recursos hídricos foram privatizados. Essa combinação - que, certamente, não causaria surpresa ao filósofo francês Michel Foucault -  trouxe consequências trágicas para a população, que amargou uma das ditaduras mais sangrentas do continente e, mais recentemente, arrochos econômicos gigantestos, que levou a população a organizar vários protestos de rua, com repressão dura do aparelho de Estado. 

Mesmo neste contexto político e econômico adverso, algumas conquistas foram obtidas neste período, como uma reação tenaz do povo chileno contra a ditadura e aos grupos de orientação neofascistas. O Chile conseguiu avanços significativos, por exemplo, em reconstituir a memória daquele período de trevas e obscurantismo da ditadura de Pinochet, através de instituições criadas com este propósito. Tornou-se emblemática a expulsão, ao vivo, de um programa de entrevistas transmitidos por uma TV,onde um dos participantes negou que houvesse ocorrida torturas físicas durante a ditadura.Doloroso ouvir esses nagacionistas, quando sabemos que o cantor Victor Jara teve suas mãos esmagadas a coronhadas e foi assassinado com 42 tiros, num requinte de crueldade cometido pelos asseclas da ditadura. 

Esses comentários iniciais são para dar um panorama do quadro político daquele país, onde o candidato da esquerda, Gabriel Boric recentemente derrotou o ultradireitista José Antonio Kast, numa vitória bastante festejada pelas forças progressistas do continente. Há o que comemorar? Sim. Nada pior do que permitir que a ultradireita voltasse a governar aquele país, principalmente por suas simpatias com o Governo ditatorial de Augusto Pinochet e o flerte com grupos neofascistas, que se mobilizaram em torno de sua eleição. A grande questão, no entanto é o perfil do candidato eleito e capilarirade política e econômica que os grupos conservadores conquistaram naquele país,como de resto em toto o continente, inclusive no Brasil.  

Amiúde, comenta-se que as empresas de transporte público reduziram a suas frotas naqueles bairros periféricos, onde o candidato Gabriel Boric teria um apoio maior da população, num claro boicote à sua candidatura. O governo Boric, portanto, sofrerá um assédio violento desses grupos e seus represetantes no parlamento. Fica como lição histórica o que ocorreu em 2016 aqui no Brasil, onde moinhos de ventos foram acionados para que a presidente Dilma Rousseff(PT-MG) não concluísse o seu mandato. Um torniquete político que culminou num golpe institucional. Uma outra referência histórica é o governo do também esquerdista, o professor Pedro Castillo, no Peru, que sofre um assédio violento dos grupos conservadores dentro e fora do parlamento.    

Um outro fato digno de registro é que o candidato Gabriel Boriç não pode ser considerado um esquerdista raiz. Trata-se de alguém que fez carreira no movimento estudantil, nunca flertou com ideias marxistas, celebrou alianças com grupos conservadores e é omisso no tocante à prisão dos líderes que participaram dos ùltimos protestos naquele país. Melhor do que um ultradireitista? sim, mas a esquerda deve ir  colocando as barbas de molho no tocante às expectativas sobre o seu governo. 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Editorial: Entre os candidatos, Lula é o único que conhece o pelourinho profundo.


Um bom exercício para pesquisadores - seja da área de Ciência Política ou não - é o de adentrar nos relatórios dessas pesquisas de intenção de voto para conhecer os seus pormenores, muito além daqueles números absolutos que apontam a performance dos candidatos "x" ou "y". Assim, ficamos sabendo, por exemplo, quais os estratos sociais mais simpáticos a este ou aquele postulante, seu nível de instrução ou região geógráfica,faixa etária, raça e até questões de gênero podem ser inferidas. É uma espécie de raio x da pesquisa, de onde, de fato,pode-se tirar conclusões importantes. 

Os grupos mais radicais do PT,por exemplo,rejeitam de forma veemente essa aliança entre Lula e o ex-governador tucano, Geraldo Alckmin(Sem Partido), mas ela é fumdamental para o PT tranquilizar o mercado e conseguir estabelecer um link com o eleitorado mais conservador, uma costura política importante, que contribuiu, por exemplo, para a vitória do candidato da esquerda nas eleições chilenas, Gabriel Boric. Sabe-se que, se chegar ao Planalto, governará, de certa forma, de mãos amarradas, dentro dos limites estritos estabelecidos por nossa elite econômica e política. Reformas fundamentais para o país deixaram ser implementadas durante os governos da coalizão petista. Por outro lado, uma chapa "puro sangue" encontraria enormes dificuldades de sagrar-se exitosa, principalmente na conjuntura política brasileira. Puro sangue só ultrapassa a porteira se for de direita.  

O candidato petista, sem trocadilho, também possui um pé na senzala, no pelourinho profundo da pobreza e das desigualdades sociais do país. Eis aqui uma expressão feliz do educador Anísio Teixeira. Entre os postulantes que aí estão, Lula é o único que conhece de perto o drama da pobreza. Pobreza que,inclusive, vem se agravando nos últimos anos, em razão da pandemia, da recessão, do desemprego e da gradativa perda de renda. Embora, toquem nesta ferida, a exemplo de Sérgio Moro(Podemos) e de João Dória(PSDB), soa artificial, vindo de gente dos fóruns de Curitiba ou de empreendedores da Avenida Paulista. É diferente de alguém que conhece a linguagem do "Beco da Fome" ou do Vale do Jequitinhonha.  

E é exatamente este diferencial do petista - em relação aos demais candidatos - segundo o articulista Thomas Traumann, da revista Veja, que está fazendo a diferença. De acordo com os dois últimos levantamentos de intenção de voto, realizados respectivamente pelo IPEC e o Datafolha, Lula pode liquidar a fatura ainda no primeiro turno. Claro que muito água ainda deverá rolar no rio dessas próximas eleições presidenciais. Tirar conclusões definitivas, neste momento, seria precipitado, mas o petista deverá manter a primazia da comunicação com essa gente pobre, um eleitor que ele conhece tão bem, assim como suas necessidades: Desde colocar um filho numa universidade pública àquele churrasquinho na laje com os familiares e amigos, num final de semana. Nem precisa ser picanha, basta uma asinha de frango. 

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 19 de dezembro de 2021

Editorial: A inviabilidade da terceira via?



A orfandade de um eleitorado que não se sentia compelido a votar nem em Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e nem em Jair Bolsonaro(PL-DF) nas próximas eleições presidenciais suscitou uma grande expectativa entre os partidos e atores políticos que almejavam ocupar a cadeira do Palácio do Planalto. Assim,surgiu um pelotão de candidatos com o propósito de ocuparem esse espaço, apresentando-se como possíveis alternativas a este eleitorado. Como já afirmamos em outros momentos, ocorre que estamos diante de um eleitorado bastante exigente e reticiente, conforme atestam as inúmeras pesquisas de intenção de voto realizadas até agora.

Exceto, talvez, o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos), que chega a pontuar com 11% das intenções de voto em algumas pesquisas de intenção de voto, nenhum outro nome deste pelotão despontou, de fato, até este momento, como um nome competitivo, capaz de ameaçar a polarização entre os principais concorrentes. É bom que se informe, igualmente, que o ex-juiz amarga uma altíssima taxa de rejeição (61%) e, pelas últimas pesquisas realizadas, Instituto IPEC e Datafolha, ele aparece estacionado.

Ciro Gomes(PDT-CE) e João Dória(PSDB-SP) parecem não ser alternativas a este eleitorado, o pedetista crava 5% e o tucano do bico fino 4% das intenções de voto. São candidaturas com prazo de validade já determinadas. Se não decolarem até abril, deverá ocorrer um estouro da boiada. O governador João Dória tinha um grande trunfo, algo que os institutos já haviam detectado, ou seja, que o eleitorado irá considerar nas próximas eleições: Como o gestor público comportou-se no tocante à crise sanitária que assolou o país. Dória tomou medidas acertadas, mas, com o arrefecimento da pandemia e a memória fraca dos eleitores, há indicadores de que o timing já teria passado.

Confessso aos meus diletos leitores e leitoras que começo a analisar, como muito carinho, as hipóteses de inviabilidade desta terceira via, como sugeriam alguns analistas, desde o início. A coisa é tão complexa que já tem alguém sugerindo uma improvável reaproximação entre Jair Bolsonaro(PL-DF) e Sérgio Moro(Podemos), para se confrontarem com Luiz Inácio Lula da Slva(PT-SP), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto até o momento. Como ensinava uma raposa da política pernambucana, em política não existe "Nunca" nem "Jamais".

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo


 

Publisher: How is the health of democracies doing?



Rankings on the health of democracies, for obvious reasons, always arouse great interest from the population. Perhaps we could say that, especially in Brazil, a country where such an experience has always been a major concern among scholars on the subject. Many adjectives have already been used to define our democratic experience. The historian Sérgio Buarque de Holanda, for example, used to say that, in our case, it was never more than a big misunderstanding. In a country with the historical experience of slavery and predatory colonialism - inducing great social and economic inequalities - the historian is not without his reasons.

In Brazil, everything is a kind of provisional concession of our clumsy, insane and lewd elite. It was like that with the institutional liberation of slaves, it has been like that with our educational system - split into an education for the poor and blacks and another for the rich whites - and, of course, it would be no different with democracy. Uncertainty, inherent in democratic processes, was never on the menu of this insensitive elite. Until recently, in 2016, some adjustments were made in the democratic process, precisely to satisfy their interests, supposedly harmed by meeting the humanitarian demands of the bottom floor of the social pyramid.

For very little, the autocratic process did not escalate once and for all. Attempts have taken place. Fortunately, some strategic actors did not endorse such maneuvers. We've written a long editorial here on the blog dealing with the health of our democracy. It was one of the most read and celebrated editorials among readers. There are, as I inform in that text, some bodies that monitor the health of democracies around the world. Yesterday, the University of Gothenburg, Sweden, through its Institute Variations of Democracy, published its ranking, where Brazil appears as the 4th most vulnerable or threatened democracy on the planet.

Among the indicators listed by that Institute - to reach the level of harassment - only the indicator of freedom of association would not have been reduced. In all other items, we have suffered some form of harassment. We are only ahead of countries like Poland, Hungary and Turkey, now classified as autocratic regimes. Victor Orban and Recep Erdogan, who govern Hungary and Turkey respectively, are considered despots. Our democracy, as I said before, has structural, historical problems. There are some new variables, such as the rearrangement of international financial capitalism, whose cumulative dynamics started to demand more closed political regimes and states more consistent with this logic, hence the strengthening of the Executive power - to the detriment of the Legislative and the Judiciary - a premise quite common among these new autocratic experiences.

By admitting the so-called waves of autocracies, such as that of 1994 - although they do not enter into the merits of how these waves were formed - the Instituto Variações da Democracia, converges with our reasoning. It is very important to mention here the indicators measured by that Institute in order to reach these conclusions. See where we suffer autocratic harassment: a) Degree of freedom of action by the Judiciary and the Legislature; b) Freedom of expression for the population; c) Dissemination of false information by official bodies; d) Repression of civil society demonstrations; e) Freedom of the press; f) Freedom from political opposition.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Charge! Via Folha de São Paulo

 


Editorial: O imbróglio da escolha do candidato do PSB para disputar o Governo do Estado.

 



No momento, um dos assuntos de maior importância na cena política pernambucana recente talvez seja mesmo o último Encontro Estadual dos Socialistas, que contou com algumas defecções emblemáticas e trouxe à baila os problemas enfrentados por aquela agremiação partidária no Estado. A ausência mais notada talvez tenha sido mesmo a do ex-prefeito do Recife, por dois mandatos, Geraldo Júlio(PSB-PE), que seria o nome “natural” para tentar suceder o governador Paulo Câmara(PSB-PE) no Palácio do Campo das Princesas. Natural, inclusive, pelos seus fortes vínculos com a família Campos, herdeira do espólio político do ex-governador Eduardo Campos. Mas, por algum motivo, o hoje Secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado de Pernambuco tem afirmado reiteradas vezes que não pretende disputar o cargo de governador nas próximas eleições estaduais. E este fato já teria deixado de ser cautela ou estratégia.

Não vamos aqui fazer um exercício de dissecação desses motivos - embora o conheçamos - mas,é inegável que a sua relação com o governador do Estado, Paulo Câmara(PSB-PE), já teve dias melhores, uma afinidade construída depois da orfandade deixada pelo ex-governador Eduardo Campos, o grande timoneiro do grupo. Ambos foram quadros técnicos pinçados à condição de políticos. Uma estratégia que Eduardo encontrou para apaziguar as disputas internas dentro da legenda, sobretudo no tocante aos seus quadros políticos. 16 anos ininterruptos de exercício do poder pode ser muito interessante para se conhecer todas as nuances e o azeite da máquina, mas também produz muito desgaste, uma espécie de fadiga de material. 

Exigiria dos governantes um constante grau de oxigenação da máquina, cuidados redobrados com a imagem, boas estratégias de comunicação, projetos sincoronizados com esses 'novos tempos', para se contrapor a esse desgate natural. Os afazeres domésticos - como diria as nossas estimadas senhoras do lar - por vezes, impedem esses cuidados. Alguma coisa falhou por aqui e hoje a preocupação seria a de evitar uma sangria maior, a ampliação da perda de contato com as bases, submetidas ao assédio constante dos  adversários da oposição, que, aliás, estão aparecendo muito bem nas primeiras pesquisas de intenção de voto.  

Conforme comentamos por aqui numa postagem anterior, o mesmo fenômeno estaria ocorrendo na Bahia, governada pelo PT por 16 anos, que vê no horizonte uma possível volta do Carlismo, na pessoa de ACM Neto(União Brasil-BA), de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto. Há muito água ainda para correr no rio das eleições de 2022, mas, ele apresenta-se como um candidato forte, que não será fácil derrotar.  O governador Paulo Câmara está sendo cobrado no tocante a uma definição deste nome, uma vez que é ele que deve comandar o processo sucessório dentro das hostes socialistas. 

Com a iminente exclusão do nome do ex-prefeito Geraldo Júlio, novos nomes surgem na bolsa de apostas das possibilidades de escolha, como os políticos Tadeu Alencar(PSB-PE), Danilo Cabral(PSB-PE) e o Secretário da Casa Civil, José Neto, ator de um excelente trânsito político dentro e fora do Governo, uma qualidade muita enaltecida até mesmo pela oposição. Dentre os três, aquele que possui maior afinidade com a família Campos seria Danilo Cabral, além de possuir bases políticas bem adubadas no interior do Estado.  

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Editorial: O grande dilema de Geraldo Alckmin

 


O comentarista político do portal UOL, Matheus Pichonelli, criou uma imagem bastante feliz para se referir a uma possível composição de chapa entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e o ex-governador Geraldo Alckmin, hoje sem partido, posto que já comunicou seu afastamento do ninho tucano. Segundo aquele comentarista, Alckmin estaria deixando uma estrada pavimentada e asfaltada para o Palácio dos Bandeirantes para percorrer uma estrada cheia de pedregulhos até o Palácio do Planalto, uma vez que há bastante otimismo no tocante à uma possível eleição sua para o Governo de São Paulo. 

Certamente, não tem sido uma decisão muito simples para Geraldo Alckmin, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para o Governo Paulista, realizadas até o momento. Assim como a corrida para o Palácio do Planalto,a corrida para o Palácio dos Bandeirantes está apenas no começo, o que quer dizer que não exista nada de absolutamente certo, mas, pelo andar da carruagem política, ele reúne grandes chances de torna-se governador a partir de 2022. 

As chances de tornar-se vice presidente também existem, mas, afinal, que tipo de vice presidente ele seria? Que acordo estaria sendo costurado entre ele e Lula? Seria apoiado por ele depois do segundo mandato, uma vez que todos os inquilinos desejam permanecer na cadeira por mais 04 anos? Trata-se de um cálculo político relativamente longo para uma raposa política emplumada como Geraldo Alckmin. Lula, por sua vez, preenche várias lacunas uma vez firmando o acordo com o político paulista. 

Alckmin possui um perfil conservador, o que emite as credenciais necessárias para o mercado; Segundo dizem, também poderia facilitar o  trânsito de Lula junto a setores evangélicos, um eleitorado onde o candidato Jair Bolsonaro(PL-DF) leva nítida vantagem. Por ser um ator político com atuação em São Paulo, possivelmente também agregaria densidade eleitoral à chapa, pois o PT precisa ter inserção nesses redutos eleitorais importantes, situados na região Sudeste. Enfim, trata-se de uma composição que ajudaria bastante o petista. Há, ainda, um fato a acrescentar, como o equacionamento de um impasse fundamental para a costura da aliança entre o PT e o PSB, que não abdicaria de abrir mão da candidatura de Márcio França ao Governo paulista. Numa entrevista recente, o socialista afirmou que existia 99% de chance da aliança consolidar-se. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Publisher: Education in the city of Jaboatão dos Guararapes wins recognition and UN award




The city of Jaboatão dos Guararapres deserves to be very well studied when it comes to public education. A few years ago, we visited that city, as a teacher, accompanied by our students, to learn about some innovative projects developed there, which had gained prominence in the books adopted by our disciplines, which aroused great interest in the class, which had debated these projects in the classroom. It would be a unique opportunity to get to know these experiences up close, solving doubts and consolidating knowledge.

With the same purpose, we went to the city of Icapuí, in Ceará, then administered by a priest, who received us with great affection, with an unusual promptness. But, let's talk about the experience of Icapuí in another opportunity. What most caught our attention in these innovative education projects in the municipality of Jaboatão dos Guararapes was their inspiration, conceived on a theoretical basis that brought them closer to a Socialist Pedagogy, in the style, amazingly, of the Cuban education model, when the municipality's administration it was in charge of Mayor Geraldo Mello, a former PMDB militant, who, as a communist, did not have much.

I ask my dear readers to be careful with the expression "communist" used by this editor, since the term goes through a process of "vulgarization" and, worse, "criminalization". - in view of the disregard for public education of some of our managers - that the funds destined for this sector would be systematically being diverted to non-republican purposes - according to the suspicions of the Federal Police, the Federal Comptroller General and the Public Ministry. , a thinker and statesman of public education, like Anísio Teixeira, in the year of his centenary of birth, would be appalled by these facts, given the purpose of his life, to make public education universal, of quality for all and destined to consolidate the democracy in the country.

But there are also reasons to make you happy in this year of your centenary. Public education in the municipality of Jaboatão dos Guararapes received the second award from the UN, due to the good projects developed there, with the objective of meeting the demands of impoverished students. Jaboatão was the only municipality contemplated in the entire continent of South America. In 2017 the municipality began to develop a program, together with public schools that house the most fragile students, with the purpose of making them competitive to compete for the competitive places of the federal and state technical schools. Result: 86% of these students passed the contest, which is undoubtedly a great success, crowning the efforts of teachers, other public agents involved and the public administration, currently exercised by Mayor Anderson Ferreira (PL-PE).

As it is said here, all the ends of the skein were duly found, that is, whenever a problem arose - as in the case of the Covid-19 Pandemic - the solutions appeared, without failing to meet the objectives. Classes started on Saturdays, then became regular, even through whatsapp groups. The serious problems of digital exclusion - which penalizes needy students much more - were also circumvented by the government, as I said, preventing any part of the skein from being adrift. The result is there.

Charge! Duke via O Tempo

 




Editorial: O golpe de mestre de Lula



Comendo o mingau quente pelas beiradas - como se recomenda em tempos turbulentos como este que estamos vivendo - aos poucos, Lula vai costuranto alianças importantes e se consolidando na liderança da corrida presidencial de 2022. Jogadas estratégicas foram utilizadas nos últimos dias, como a declaração de solidariedade ao também candidato Ciro Gomes (PDT-CE), vítima de uma operação da Polícia Federal que apura possíveis irregularidades nas obras de requalificação da Arena Castelão. Por outro lado, a anunciada saída do ex-governador Geraldo Alckmin do PSDB é praticamente um indicativo de que ele deverá compor a chapa de Lula, na condição de vice, como se previa. 

Já há até um encontro agendado entre ambos, no próximo domingo, organizado por uma instituição denominada de Prerrogativas, coordenada por Marco Aurélio de Carvalho, como uma espécie de confraternização de final de ano, que reunirá políticos e lideranças empresariais, sinalizando para futuras composições. Os ingressos, ao preço de 500 reais, logo foram esgotados. O lance de trazer Geraldo Alckmin(Sem Partido) para chapa,resolve o imbróglio em São Paulo e empresta à composição um verniz conservador, como sugeriu o colunista da revista Veja Matheus Leitão. 

Em São Paulo, Márcio França(PSB-SP) deverá ser candidato ao Governo do Estado, ao lado de Fernando Haddad (PT-SP), que concorrerá ao Senado Federal. Essa era a grande condição para o PSB fechar um acordo aliancista com o PT. Com grande capilaridade política nas regiões Norte e Nordeste, a chapa precisa fortalecer-se na região Sudeste, região de grandes colégios eleitorais. Assim, sem sobressaltos ou alardes, o pestita vai consolidando o seu espaço. Quando perguntado se é candidato, afirma que ainda não tomou tal decisão, seguindo um script previamente traçado, moderando o discurso e definindo com muito cuidado as ações. Há quem informe, por exemplo, que sua viagem à Europa teve como propósito esfriar o clima na província e evitar exposições desnecessária. Aqui e ali, ele atira um petardo, como este último em direção ao ex-ministro Sérgio Moro.  

Na última pesquisa do Datafolha, publicada no dia de hoje, ele confirma a pesquisa anterior, realizada pelo Instituto IPEC, aparecendo com 48% das intenções de voto. O principal adversário, Jair Bolsonaro(PL-DF), crava 22%. O curioso nessas últimas duas pesquisas é que o ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro(Podemos) grande esperança de superar o pelotão da terceira via, aparece "estacionado", com seus 11%. É bom sempre lembrar que ele amarga uma rejeição de 61% do eleitorado. Uma das maiores. Mas, cautela e canja de galinha, como recomendava nossos avós, não fazem mal a ninguém. Ainda é cedo para tirar conclusões mais consistentes sobre o comportamento do perfil do ex-juiz nessas pesquisas de intenção de voto. Seria preciso aguardar um pouco mais.     

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Editorial: Lula na frente, mas preocupado.

 


Não faz muito tempo, um cientista político aqui da província minimizou a importância das pesquisas de intenção de voto. Afirmamos, à época, tratar-se de um equívoco do ilustre cientista político, pois, embora essas pesquisas retratem momentos específicos da condição dos candidatos - neste caso a mais de um ano da data das eleições - por outro lado, há, nesta série histórica de pesquisas realizadas pelos mais distintos institutos, alguns indicadores importantes, passíveis de extrairmos algumas conclusões. A última delas, realizada pelo Instituto IPEC - que seria o substituto do IBOPE - por exemplo, é bastante emblemática. Ela sugere que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, poderia liquidar a fatura das próximas eleições presidenciais ainda no primeiro turno, pois ele abre 27 pontos de diferença em relação ao seu principal oponente, o presidente Jair Bolsonaro(PL-DF).

Indica, também, que o chamado eleitorado Nem Nem permanece Nem Nem, ainda bastante reticente em relação às opções que se apresentaram para disputar aqueles votos. Nem mesmo o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos)consegue aparecer bem neste último levantamento, cravando 8%, embora se consideramos a margem de erro para cima, ele permanece com seus 11% dos últimos levantamentos - portanto com dois dígito, o que o coloca na melhor posição entre os postulantes da terceira via -, mas ainda muito distante de ameaçar os dois candidatos que estão à frente da disputa. Aqui é que a porca torce o rabo, pois, com Lula disparado na frente, todos os demais postulantes teriam que rever as suas estratégias, principalmente o pelotão da terceira via, ainda muito embolado. 

Alguns deles sequer pontuam nesta última pesquisa, aparecendo com aquele famoso tracinho. Ciro Gomes(PDT-CE), como se não fossem suficientes os problemas que já enfrenta com as pesquisas, agora se ver às voltas com uma operação da Polícia Federal, que levanta eventuais suspeitas nas obras de requalificação do estádio Arena Castelão. O candidato lançou uma nota oficial, tecendo duras críticas a esta operação e acusando o governo de implantar uma espécie de Estado policial no país. Precipitado fazer algum julgamento antes que os fatos sejam devidamente esclarecidos, dentro do devido processo legal.  

Como temos comentando por aqui, a nossa frágil experiência democrática passa por um momento delicado, principalmente depois dos episódios de 2016. Na realidade, de acordo com os organismos que medem a saúde das democracias no mundo, o Brasil viveu bons momentos até 2015. A partir daí começaram os assédios sistemáticos às nossas instituições da democracia. Nós, que já convivemos com algumas patologias autoritárias crônicas, tivemos novos complicadores. Até pilares basilares, como o sistema de freios, pesos e contrapesos exercido pelos três poderes, esteve comprometido.

Mas, afinal, com o que estaria preocupado um candidato que aparece tão bem nas pesquisas de intenção de voto, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP)? Quando as coisas iam bem para o candidato Jair Bolsonaro(PL-DF), seus seguidores diziam sempre que o melhor candidato a ser derrotado seria o ex-presidente, uma vez que aguçaria a rivalidade e a polarização, com uma capacidade enorme mobilizar a militância. Hoje, os estrategistas de campanha de Lula estabelecem o mesmo raciocínio. Um derretemente muito rápido de Jair Bolsonaro pode criar uma situação nova, como o surgimento de um novo nome neste cenário, o que implicaria, no mínimo, em mudanças de estratégia.    

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Editorial: Educação de Jaboatão dos Guararapes ganha reconhecimento e premiação da ONU.

 


A cidade de Jaboatão dos Guararapres merece ser muito bem estudada quando o assunto é educação pública. Há alguns anos atrás, visitamos aquela cidade,na condição de professor, acompanhado por nossos alunos e alunas, para conhecer alguns projetos inovadores ali desenvolvidos, que ganhara destaque nos livros adotados por nossas disciplinas, o que despertou grande interesse na turma, que havia debatido esses projetos em sala de aula. Seria uma oportunidade única de conhecer de perto tais experiências, dirimindo dúvidas e consolidando conhecimentos.

Com o mesmo propósito, fomos até a cidade de Icapuí, no Ceará, então administrada por um padre, que nos recebeu com muito carinho, com uma presteza incomum. Mas, deixemos para falar da experiência de Icapuí numa outra oportunidade. O que mais nos chamou a atenção nesses projetos inovadores de educação no município de Jaboatão dos Guararapes foi sua inspiração, concebida em bases teóricas que os aproximava de uma Pedagogia Socialista, ao estilo, pasmém, do modelo de educação cubano, quando a administração do município estava à cargo do prefeito Geraldo Mello, militante do antigo PMDB, que, de comunista, não tinha muita coisa. 

Peço aos diletos leitores e leitoras para tomarem alguns cuidados com a expressão "comunista", usada por este editor, uma vez que o termo passa por um processo de "vulgarização' e, pior, "criminalização".  Há bem pouco tempo comentamos por aqui - diante do descaso com a educação pública de alguns dos nossos gestores - que as verbas destinadas a este setor estariam sendo sistematicamente desviadas para fins nada republicanos - de acordo com as suspeitas da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e do Ministério Público. Possivelmente, um pensador e estadista da educação pública, como Anísio Teixeira, no ano de seu centenário de nascimento, ficaria estarrecido com esses fatos, diante do propósito de sua vida, de tornar a educação pública universal, de qualidade para todos e destinada a consolidar a democracia no país. 

Mas, há também motivos para deixá-lo feliz neste ano do seu centenário. A educação pública do município de Jaboatão dos Guararapes recebeu a segunda premiação da ONU, em razão dos bons projetos ali desenvolvidos, com o objetivo de atender às demandas de alunos e alunas empobrecidos.  Jaboatão foi o único município contemplado em todo o continente da América do Sul. Em 2017 o município começou a desenvolver um programa, junto às escolas públicas que abrigam os alunos mais fragilizados, com o propósito de torná-los competitivos para disputarem as concorridas vagas das escolas técnicas federais e estaduais. Resultado: 86% desses alunos foram aprovados no certame, o que se constitui, sem dúvida, um grande êxito, coroando os esforços dos professores, de outros agentes públicos envolvidos e da administração pública, hoje exercida pelo prefeito Anderson Ferreira(PL-PE). 

Como se diz por aqui, todas as pontas do novelo foram devidamente encontradas, ou seja, sempre que um problema surgia - como no caso da Pandemia da Covid-19 - as soluções apareciam, sem que os objetivos deixassem de ser cumpridos. As aulas começaram nos sábados, depois passaram a ser regulares, através, inclusive, de grupos de whatsapp. Os graves problemas de exclusão digital - que penaliza muito mais os alunos carentes - também foram contornados pelo poder público, como disse, evitando que alguma ponta do novelo ficasse à deriva. O resultado aí está.      

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 12 de dezembro de 2021

Tijolinho: Raquel Lyra e Priscila Krause arruando pelo Recife... sem Anderson Ferreira.



A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), chega ao Recife em meio às turbulências de mais uma operação da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e do Ministério Público, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades em contratos celebrados entre entes públicos e privados, visando atender demandas de material escolar para a rede pública de ensino, ocorrência que, certamente, entra na pauta das atenções da Deputada Estadual, Priscila Krause, uma ferrenha fiscal das ações do poder público, uma das atividades mais visíveis de sua atuação como parlamentar. Cogita-se que Priscila Krause possa compor a chapa que concorrerá ao Palácio do Campo das Princesas, na condição de vice, nas eleições estaduais de 2022, encabeçada pela tucana. 

Mas chegou em tempo, também, de rogar as bênçãos derramadas sobre a cidade pela padroeira de todos os pernambucanos - mas do Morro da Conceição, em particular - Nossa Senhora da Conceição. Ambas realizaram um périplo pela cidade, passando pela FENEARTE, a visita a um mestre de capoeira e a homenagem a santa, no Morro da Conceição. Iniciaram o périplo pela cidade de Paulista, acompanhada pelo ex-senador Armando Monteiro.

Como já afirmamos antes, presenças ou ausências, em política, constitui-se fortes indicadores. Desta vez, o companheiro de jornadas Anderson Ferreira(PL-PE), prefeito de Jaboatão dos Guararapes, não acompanhou a comitiva, produzindo várias ruídos. Muita água ainda vai rolar até as eleições de 2022. Ainda é precipitado tirar alguma conclusão sobre essa sua ausência na comitiva, embora ela emita algumas sinalizações. Por enquanto, as nuvens ainda estão indefinidas, conforme advertia a raposa Magalhães Pinto.