É evidente que não se deveriam criar obstáculos para a vacinação das nossas criancinhas,sobretudo quando se abre as expectativas de ampliação do retorno às aulas presenciais no próximo ano. Definitivamente, perdemos a perspectiva do diálogo, que poderia produzir os consensos fundamentais num regime democrático. Era o sociólogo jamaicano Stuart Hall quem alertava para os problemas decorrentes desses "binômios', onde um dos polos, inevitavelmente, deseja esmagar o outro. Creio que nem o Papai Noel, com sua vestimenta vermelha, deve ter escapado da sanha dos caçadores de "comunistas' neste Natal, um termo que deixou de ser um verbete dos dicionários de Ciência Política e foi parar nos boletins de ocorrências policiais, posto que alguns desejam "criminalizá-lo'.
Estamos num país cindido pela ideologia política ou, mais precisamente, por um tipo de "patologia política". Como diria o filósofo, dormimos o sono político que produziu o "monstro", que renasceu a partir das mobilizações de rua contrário ao aumento de centavos nas passagens do transporte coletivo e culminou com a ruptura institucional de 2016. O ódio disseminado pelas milícias digitais, aliado aos procedimentos jurídicos irregulares encarregaram-se de completar o serviço, destruindo reputações de pessoas e instituições, quebrando um dos pilares sagrados da convivência democrática, onde pressupõe-se as garantias das prerrogativas legais exaladas pelo Estado Democrático de Direito.
É assim que vamos terminar 2021, com instituições em conflito, um país dilacerado, sob uma baita crise social e econômica, que já jogou mais de 22 milhões de brasileiros na condição de extrema pobreza, ou de insegurança alimentar, catando restos de alimentos em caminhões de transporte de lixo e coisas assim. Mesmo num período como este - onde o desejável seria as mesas fartas para todas as famílias brasileiras - temos que falar da simbologia do "osso", que deixou uma marca "indelével" como símbolo da crise social que o país enfrenta neste momento.
Neste contexto, a única coisa que podemos desejar aos amigos e amigas que nos acompanham por aqui é o "discernimento' necessário para superarmos esses impasses em 2022, retomando terrenos democráticos perdidos, recuperando direitos surrupiados por tais políticas de corte neoliberal, o respeito e a tolerância com grupos indígenas, quilombolas, LGBTQIA+ e, principalmente, exigir a implemrntação de políticas públicas estruturadoras, que superem a crise econômica e permitam que os brasileiras e brasileiros excluídos voltem a comer três vezes por dia. Um Feliz Natal para os amigos e amigas que nos acompanham por aqui.
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