A expressão "freio de arrumação' é bastante conhecida dos brasileiros, principalmente daqueles que dependem do transporte público. Um freio brusco do motorista, leva as pessoas, por força da gravidade, a reestabelecerem suas posições no coletivo, numa espécie de "arrumação', no dizer popular. É mais ou menos isso o que está ocorrendo com a política brasileira neste momento, onde partidos e candidatos ao pleito presidencial de 2022 procuram definir ou redefinir suas posições e alianças políticas.
Estão ocorrendo alguns fatos inusitados por aqui, como uma janela de negociação entre o PT e o União Brasil, sob a chancela do neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, Secretário Nacional da legenda formada pela fusão do DEM e do PSL. Surpresos? Não se surpreendam. Até mesmo uma improvável reaproximação entre Jair Bolsonaro(PL) e o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos), já chegou a ser especulada. Imaginamos que tal hipótese não deve passar dos planos das especulações. O fato concreto, no entanto, quando estamos tratando da terceira via é que a mesma deverá passar por um processo natural de "decantação'. Nossa previsão está sendo confirmada pelas pesquisas de intenção de voto, que já demonstraram que só haverá espaço para um candidato. Se houver.
Se tal candidato "vingar", superando os obstáculos das dificuldades de viabilização desta via, que sempre existiram no cenário político brasileiro. Nesta fase da disputa tudo é possível, mesmo com os protestos dos radicais. Lula, por exemplo, precisa ampliar seu arco de alianças ao centro. Do contrário, a direita dará um jeito de tentar o quase impossível: Reaproximar Jair Bolsonaro(PL) de Sérgio Moro(Podemos). Não duvidem do que eles seriam capazes. Isso seria o de menos.
Até recentemente, grupos petistas mais autênticos lançaram um manifesto contra a inclusão do ex-governador Geraldo Alckimin(Sem Partido) na chapa de Lula, na condição de vice. Seria uma temeridade, algo semelhante ao que representou Michel Temer(MDB-SP) para a ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG). Não preciso entrar nos detalhes, para não ferir susceptibilidades. Fico imaginando o que eles não dirão dessas conversas do morubixaba petista com o neto de Antonio Carlos Magalhães.
Em São Paulo, mesmo com os mimos e afagos generosos do orçamento, o senador Cid Nogueira, do Centrão, liberou seu partido, o PP, para apoiar o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia(PSDB-SP), que conta com o apoio de um arquiinimigo do presidente Jair Bolsonaro e candidato presidencial, o tucano João Dória(PSDB-SP). O curioso é que, até o momento, as faíscas não acenderam na capital federal. Aqui na província, depois do seu retorno efetivo ao périplo das caminhadas pelo Estado, o pré-candidato Miguel Coelho, do DEM ou UB, sempre tergirversa quando o assunto é o palanque presidencial que ele deverá montar no Estado. Afirma que o União Brasil ainda não se definiu. É verdade. Dizem que ACM Neto estaria muito preocupado em formalizar com o PT um pacto de não agressão em seu reduto político, a Bahia.
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