pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Sérgio Moro não conhece o pelourinho profundo.
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sábado, 25 de dezembro de 2021

Editorial: Sérgio Moro não conhece o pelourinho profundo.

 


Não faz muito tempo que publicamos por aqui um editorial, onde o articulista da revista Veja, Thomas Traumann, alertava para a necessidade de que os candidatos presidenciais mantivessem uma estratégia de comunicação que atingisse os estratos mais socialmente fragilizados da sociedade brasileira. Do contrário, enfrentariam alguns problemas em relação às suas performances nas pesquisas, uma vez que se faz necessário, no Brasil, dialogar com a Avenida Paulista e com Cabrobó, se o candidato deseja vencer uma eleição presidencial.

Nas entrelinhas,o articulista sugere que isso poderia justificar, por exemplo, que o candidato do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), estivesse, até o momento, liderando todas as pesquisas de intenção de voto. Tomamos o mote como referência e produzimos um editorial por aqui, usando uma imagem do educador Anísio Teixeira sobre o país, onde o baiano - numa referência às desigualdades sociais - cunha uma expressão de grande significado: o Brasil possui um pelourinho profundo, numa referência, naturalmente, às demandas históricas das camadas sociais mais empobrecidas da sociedade brasileira. 

Acabo de ler, neste momento, uma outra matéria, na mesma publicação, acerca da personalidade e da narrativa discursiva adotada pelo ex-ministro da Lava Jato, Sérgio Moro(Podemos), que tenta viabilizar-se como opção da terceira via. Há problemas nítidos com a sua imagem e com sua mensagem, dirigidas a segmentos específicos do eleitorado e, possivelmente, ignorada pelos eleitores dos estratos sociais mais fragilizados da nossa sociedade, esse eleitorado que perdeu o emprego; vendeu o carro por não ter condição de acompanhar os aumentos da gasolina; trocaram a costela de boi pelos pés e pescoços de frango; não mais realiza seus churrasquinhos na laje com os amigos e, em alguns casos, dependem do Aúxilo Brasil para adquirirem o básico para a sua sobrevivência. 

Naquele editorial comentávamos que, de fato, Lula conhecia o pelourinho profundo, ao qual se referia o educador Anísio Teixeira. Aliás, para ser mais preciso, Lula vem do pelourinho profundo, pois passou fome, obteve pouca instrução, subiu num pau de arara e coisas assim. Na década de 80 do século passado, quando vinha ao Recife, seguia com o senador Humberto Costa(PT-PE) para Garanhuns, numa Brasília Amarela velha, para visitar os parentes. No caminho, uma parada para comer um capão, acompanhado de feijão verde e suco de umbu. 

Por sua personalidade, por sua origem, nenhuma marqueteiro conseguiria a proeza de transformar Sérgio Moro num candidato de perfil popular. A única favela que ele conhece - e de passagem, registre-se - é uma que fica entre a sua residência e o fórum de Curitiba, onde trabalhava como juiz, conforme observava o articulista Thomas Traumann. Sérgio Moro pode até usar um chapéu de vaqueiro, deixar os paletós bem cortados para usar mangas de camisa, mas vai sempre soar estranho ver o ex-magistrado tomar uma lapada de cachaça com uma coxa de preá como tiragosto, algo tão comum no castigado Sertão Nordestino. Isso só a vida ensina.

Crédio da foto: Divulgação.  

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