pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Editorial: As narrativas em torno do ataque ao hospital da Faixa de Gaza.



Prossegue a guerra de narrativas em torno do ataque criminoso ao hospital na Faixa de Gaza, que resultou na tragédia da morte de 500 pessoas. O ataque, naturalmente, suscitou o clamor humintário em escala global. Em sua defesa, o Estado de Israel emite comunicado de que o ataque não teria sido de sua responsabilidade, mas provocado pela Jihad Islâmica, decorrente de uma falha técnica, de um míssil que seria dirigido aos ataques ao Estado Judeu. Além da participação do Hamas, declaradamente em guerra contra Israel, difícil fazer aqui alguma avaliação sobre a efetiva participação de outros grupos organizados palestinos em torno do conflito. São poucas - e talvez infundadas - a participação, por exemplo, do Hezbollah. Nem mesmo as lideranças desses grupos admitem abertamente ter entrado no conflito. 

Conforme antecipamos em outras postagens, a guerra de narrativas é um componente inerente aos conflitos. Todas as hipóteses são lançadas, inclusive, em alguns casos, para conquistar a opinião pública. Se, de fato, podemos atribuir o episódio ao Estado Judeu, foram incontáveis os protestos, até mesmo de chefes de Estado, como Recep Erdogan da Turquia, além de manifestações de governos, como o Irã, notório inimigo de Israel, ao afirmar que o Estado Judeu havia superado todos os limites.

A Faixa de Gaza está vivendo uma calamidade, como já seria previsto, depois das ameaças e ataques de Israel. Falta alimentos, falta remédios e até água. O Estado de Israel determinou a evacuação da área, em poucas horas, de uma população de milhões de pessoas, algo humanamente impossível.  

Charge! Ibrahim Tuncay via Facebook

 


terça-feira, 17 de outubro de 2023

Editorial: O relatório da CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro.



Numa das vezes em que esteve aqui em Pernambuco, logo nas primeiras horas da manhã, o ex-presidente Jânio Quadros resolveu fazer uma visita de cortesia ao sociólogo Gilberto Freyre, em seu imponente Casarão, localizado no bucólico bairro de Apipucos, no Recife. Jânio tinha uma verdadeira veneração pelo sociólogo, mas já teria chegado ao recinto "mamado', o que o impediu de experimentar o tradicional de licor de pitangas servido aos convidados e visitantes. Segundo dizem, o licor era preparado pelo próprio sociólogo, com pitangas recolhidas do seu quintal, seguindo um ritual específico e nunca compartilhado. 

O licor geralmente era servido acompanhado do famoso bolo pão de ló. A lista de personalidades importantes que experimentaram tal licor é enorme. Amigos pessoais, cineastas, escritores, filósofos, políticos, entre outras personalidades, como Jean-Paul Sartre, Jorge Amado, José Lins do Rego, Sérgio Buarque de Holanda, Federico Felllini, Albert Camus, Aldous Huxley. O espaço deste editorial seria pequeno se resolvêssemos citar todos os nomes que passaram por ali. 

A trajetória política de Jânio Quadros, como se sabe, é impressionante. Saiu de vereador à Presidência da República. Quem cumpre tal rito, precisa conhecer muito sobre o país. E Jânio conhecia bem o país, ao ponto de considerar que as coisas por aqui se assemelhavam a uma espécie de hímen complacente, ou seja, o Brasil é um país que nunca rompe. Lembramos dessa citação do ex-presidente ao nos aprofundarmos um pouco mais sobre a a vida privada da instituição criada pelo sociólogo. Num trabalho de garimpagem, com muita paciência, aqui e ali, estamos descobrindo coisas curiosas e surpreendentes. 

O Brasil é o país do eterno adiamento, da rodada seguinte, onde tudo se resolve com um tapinha nas costas, como costuma enfatizar o comendador Arnaldo. Na realidade, não se resolve. Formou-se uma grande expecativa em torno do relatório da senadora Eliziane Gama(PSD-MA), lido na manhã de hoje, 17, por ocasião do encerramento dos trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro. Em razão dessa nevrálgica relação entre poder militar e poder civil, a grande questão seria como o relatório iria se comportar em relação aos militares que, comprovadamente, atentaram contra as instituições democráticas do país.

O tal hímen complacente, ao qual se referia o ex-presidente, não funcionou por aqui. A senadora sugere o indiciamento de todos os militares envolvidos diretamente naqueles episódios. A questão agora é saber se este hímen se manterá complacente nos próximos passos ao da apresentação do relatório, corfirmando a conclusão do ex-presidente. O esperneio será grande e as reações já começaram hoje, dia 18, pelas redes sociais.     

Charge! Alajili Elabidi via Facebook!

 


Editorial: Bancada da Lacração.



Existem algumas bancadas bem definidas no Congresso Nacional, a exemplo da Bancada da Bala, da Bíblia, do Agro, entre outras. Talvez possamos inserir aqui uma outra bancada, a Bancada da Lacração, formada por um conjunto de parlamentares que se identificam com algumas causas bem específicas, que não propõem nada além disso e utilizam aquele espaço apenas para se locupletarem das benesses auferidas pelo cargo, transformados em verdadeiros picadeiros para as suas performances

Depois dessas exibições, logo seus seguidores ocupam suas redes sociais para replicarem tais "posições", sempre dentro do politicamente correto, conforme suas convicçções. Um deles ganhou mais de trinta mil seguidores depois de suas atitudes transfóbicas em pleno plenário. É expressivo o número de parlamentares que podem ser perfilados neste perfil, daí a sugestão de identificá-los como a Bancada da Lacração. Se fizermos um esforço, talvez encontremos um substantivo iniciado com a letra "B", para rimar com as demais bancadas. 

Por ocasião das manobras institucionais turvas que ocorreram em 2016, quando da derrubada da presidente Dilma Rousseff, depois de algumas leituras, chegamos à conclusão de que havia uma bancada fortíssima, com maior concentração de atuação aqui na região Nordeste, que teve um papel decisivo na derrocada da ex-presidente. Era uma bancada "escravocrata", por sua identificação com práticas de trabalhos análogos à escravidão. Observem que a tal Lista Negra do Trabalho escravo foi praticamente engavetada no Governo do ex-presidente Temer. 

O curioso é que o mesmo zelo ou intransigência dessa bancada em defesa de algumas teses não se aplica ao uso do dinheiro público, a julgar por algumas denúncias que estão chegando ao público. Um deles poderia trocar facilmente de profissão. Poderia ser perfeitamente um piloto de fórmula um, uma vez que existem notas de abastecimento - com dinheiro do erário - do seu automóvel, em Brasília e em Belo Horizonte quase que no mesmo horário. Os internautas calcularam que ele deveria ter desenvolvido velocidade de jato para materializar a proeza, o que sugere a eventualidade de malversação.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Editorial: O drama humanitário dos civis da Faixa de Gaza.

 


Estima-se que mais de um milhão de palestinos já tenha saído do Norte em direção ao Sul da Faixa de Gaza, depois do ultimato do Estado de Israel. Não há apelo diplomático ou recomendação de organismos internacinais - como a ONU, por exemplo - capaz de convencer o Estado Judeu de que uma carnificina está prestes a ocorrer sem precisar disparar um tiro sequer. Não se procede uma evacuação gigantesca como esta sem consequências óbvias. Israel, por outro lado, parece irresoluto em sua decisão de varrer o Hamas do mapa, independentemente dos danos colaterais, como se convenciou tratar o massacre da população civil palestina, o que tem provocado protestos e condenações em diversos países.   

A situação é caótica, uma vez que a ajuda humanitária tem dificuldade de chegar aos desabrigados; países como o Egito não suportaria recepcionar tanta gente; tampouco o Estado Judeu compreende a dimensão da tragédia humanitária que se avizinha. Neste intervalo, segue a grande discussão do momento, resumida a uma guerra de narrativas em torno do assunto, o que não conduzirá a uma equação do problema. A China e outros países já voltaram a bater na tecla da criação de um Estado Palestino livre e soberano, sem o qual não há solução aparente. 

Numa entrevista recente, o nosso assessor do Ministério das Relações Exteriores, Celso Amorim, teve que fazer uma ginástica linguística dos diabos para tentar explicar alguns pronunciamento de autoridades brasileiras em torno do assunto. Algumas dessas autoridades terão que se explicar à oposição, uma vez que os requerimentos já foram encaminhados. Melhor e mais produtivo seria se a Oposição se unisse ao Governo Brasileiro, que vem se conduzindo bem em relação ao conflito no Oriente Médio. Infelizmente, neste clima de beligerância, eles não perdem uma oportunidade de assacar o Governo.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


Editorial: Eu acho é pouco. Eu quero é "BIS".



Nem os chocolates escapam dessas indisposições entre petistas e bolsonaristas. E olha que não estamos falando aqui daquela franquia conhecida, onde um notório bolsonarista conseguia a proeza de obter balanços com faturamentos similares em todas as épocas do ano. Tinha coelhinho da Páscoa todos os dias. No dia de ontem, as redes sociais foram tomadas por uma verdadeira campanha de bolsonaristas no sentido de incentivarem o boicote ao chocolate da marca BIS. No início, ficamos sem entender muito bem,mas, logo em seguida, surgiu a motivação da campanha. Felipe Neto, influencer apoiador da campanha de Lula e do Governo Lula, tornou-se garoto-propagana da marca de chocolate, provocando a ira entre os bolsonaristas. Os petistas não são tão ativos quantos os bolsonaristas, mas também produzem um bom barulho quando provocados. 

Logo veio a resposta, desta vez não apenas enfatizando as qualidades do chocolate, mas pegando uma deixa criativa para sugerir a reeleiçao de Lula nas próximas eleições presidenciais de 2026, ou seja, eu quero é BIS. Até senadores da República se engajaram na campanha, como foi o caso de Randolfo Rodrigues e Humberto Costa, que aparecem elogiando o chocolate em seus perfis. Pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas constata que o clima de animosidade deve persistir até as próximas eleições de 2026. Simplesmente não há espaço no eleitorado brasileiro para a afirmação de uma terceira-via. 

Possivelmente o morubixaba petista alimenta expectativas de se manter no poder. A questão é saber se as condições de saúde permitiriam. A forma como ele se recuperará da última cirurgia poderá ser um indicador confiável neste sentido. O grupo mais próximo ao líder petista - aqueles que desejam ser ungidos - fazem seus planos apenas para 2030. Curiosa a constatação dos analistas do Instituto Paraná Pesquisas de que, na realidade, falta aos aspirantes da terceira-via um discurso ou uma plataforma programática com a qual parcela do eleitorado venha a se identificar. É preciso aprofundar essa questão, uma vez que, não se pode dizer que o ex-candidato Ciro Gomes(PDT-CE) não tentou construir essa alternativa, indicando, claramente, seus diferenciais entre as duas alternativas que polarizaram as últimas eleições presidenciais. Ciro tinha o programa de governo bem mais arrumado entre os postulantes. Quanto mais batia, mas eles cresciam e se distanciavam do cearense. Ciro, de longe, era o candidato mais bem preparado entre eles. Na nossa modesta opinião, falta mais alguma coisa para explicar essa reação do eleitorado a uma terceira-via.      

domingo, 15 de outubro de 2023

Editorial: Em tempos de radicalização, o PCO se declara 1000% Hamas.



O Partido da Causa Operária ainda se coloca como um partido ideologicamente orientado, situado ali no escopo da extrema-esquerda. Continua mantendo suas desconfianças em termos do processo de institucionalização, imposto pela democracia burguesa, embora dele participe, apesar de ainda não ter eleito representantes no plano nacional. Se o antropólogo Gilbert Durand estivesse entre nós, diria  que se trata apenas de uma questão de tempo para o partido integrar a bacia semântica. O fato é que já faz algum tempo que o partido continua mantendo sua linha radical de atuação, formalmente constituído como partido, mas atuando numa linha tênue, que beira a clandestinidade. 

Com o seu presidente Rui Pimenta não tem meios termos ou posturas diplomáticas. Enquanto o Governo enfrenta grandes dificuldades por se mostrar reticente em condenar os ataques ou classificar o grupo Hamas como um grupo terrorista, o PCO já se declarou 1000% Hamas. Não ter rabo preso com a Oposição ou com o Governo, encontrar-se livre das amarras institucionais -o partido não tem represetante no parlamento - ajuda a legenda a manter esse posicionamento mais claro sobre grandes temas. Um desprendimento que ajuda a se posicionar nessas ocasiões. 

Segundo algumas matérias dos grandes jornais, no dia de hoje, 15, a Oposição afina a pena nas convocações de membros do Governo para se pronunciarem sobre os comunicados dúbios emitidos sobre o conflito no Oriente Médio. Pesa contra o PT o fato de alguns integrantes da legenda declararem abertamente suas simpatias pela Causa Palestina, que é bastante diferente de apoiar atos terroristas, mas a Oposição dá sempre um jeitinho de distorcer os fatos. Afinal, eles são especialistas nisso. Que especialistas em disseminar fake news procedam dessa forma até se entende. O pavoroso é observar que setores da imprensa embarcarem nas narrativas em defesa de práticas genocidas, apontando massacres de seres humanos como efeitos colaterais ou "danos", "relativisando" essas atrocidades. Se cometidas pelo Hamas, um crime hediondo. Se cometidas pelo Estado Judeu, "dano".  Isso não é jornalismo, mas canalhice. 

Editorial: Quantos relatórios, afinal, teremos sobre as conclusões da CPMI dos Atos Antidemocráticos?



Uma CPI não consegue produzir bons resultados por inúmeos fatores. A CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro mereceria uma análise mais aprofundada quando se discute os seus resultados, sobretudo num país como o nosso, de forte tradição autoritária, marcado por uma relação sempre nevrálgica entre poder civil e poder militar. Em sua reta final, todos estavam torcendo pelo fim dessa CPMI, alguns até considerando que ela já havia acabado muito antes, quando o Governo manobrou para que alguns atores não fossem ouvidos durante as sessões, assim como deixou de fornecer dados importantes para o andamento dos trabalhos, como as famosas fitas requisitadas, que nunca chegaram à CPMI ou chegaram, mas com dados comprometidos ou insuficientes. 

Acredita-se, por outro lado, que os militares também fizeram um lobby em favor de membros da tropa envolvidos naqueles episódios. Na reta, final, atores importantíssimos deixaram de ser ouvidos, o que, em si, pode significar um comprometimento do resultado dos trabalhos. Isentamos aqui o seu presidente, o competente Deputado Federal Arthur Maia(UB-BA, dos eventuais resultados pífios alcançados. Os problemas enfrentados pela CPMI não são de sua responsabilidade.  Ele deu o melhor de sua habilidade política na presidência, fato que mereceu o reconhecimento até da barulhenta oposição.    

Na terça-feira, 17, o relatório oficial será apresentado, mas já estão sendo divulgados ou antecipado pela imprensa que teremos outros tantos, os não-oficiais ou paralelos, em sua maioria partindo da oposição. Pelo andar da carruagem política, seja lá de que lado vierem esses relatórios, podemos concluir que eles, muito provavelmente, serão contemporizadores em relação a alguns atores que tiveram participação ativa naqueles episódios, ervas daninhas que continuarão a vicejar, permitindo abertura para novas investidas de caráter autoritário.   

Charge! Quinho via Twitter!

 


sábado, 14 de outubro de 2023

Editorial: Crise de segurança pública instaurada no país.


Há poucos dias atrás, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer a uma audiência pública, convocada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara Federal. Para nós, enquanto sociedade civil, a sua ausência foi muito sentida. Para os parlamentares presentes, todos da oposição, a postura do ministro foi veementemente condenada, sob os "aplausos" de todos os presentes, numa sessão digna da bancada da Bala. As rusgas entre o parlamento e o ministro permanecem. Ou, em particular, para sermos mais precisos, entre o ministro e setores mais radicais da oposição, aqueles mais alinhados ao bolsonarismo. A briga é feia, uma vez que essa bancada é composta de militares ou representantes das polícias militares e civis estaduais, gente com uma determinada espertise no enfrentamento do crime organizado. 

Lamentamos, mas por outro lado, conforme já afirmamos em outra oportunidade, a audiência certamente não chegaria a bom termo, em razão do clima marcadamente de beligerância entre Governo e Oposição. O cara não seria convocado para ser ouvido, mas para ser ultrajado. Os índices de violência estão pipocando em alguns estados da federação, em particular em estados como a Bahia e o Rio de Janeiro. Até recentemente, por um descuido do Poder Judiciário, um desembargador autorizou a soltura de um suspeito de liderar a facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco, que aterroriza o estado da Bahia. Quando um outro desembargador revogou a decisão, já era tarde. 

Uma pena que  estados como o Rio de Janeiro e a Bahia estejam enfrentando tal situação. Tomar um chopp com os amigos no Rio Vermelho, ao lado da estátua de Jorge Amado e Zélia Gattai tornou-se uma missão complicada. Tardes em Itapuã apenas nas músicas do inesquecível Venícius de Moraes. Agora vem a cereja do bolo, digamos assim, dessa crise de segurança pública, que nos parece definitivamente instaurada: 25 metralhadores do arsenal do Exército Brasileiro, de sua unidade de Barueri, foram furtadas. São metralhadoras antiaérea que podem estar em mãos da bandidagem. Uma temeridade.  

Editorial: Latuff: O talento em defesa de uma causa.



Infelizmente, em escala global, a imprensa está tomando partido em relação ao conflito no Oriente Médio. Na realidade, estamos tratando aqui, ao constatarmos este fato, não de jornalismo, mas de propaganda velada, como advertia o escritor George Oswell. Alguém, por exemplo, que sugere que o que ocorre em relação aos ataques dos Hamas a Israel são mortes e classifica como danos os ataques do Estado Judeu aos habitantes da Faixa de Gaza - que já ceifaram mais de 2000 mil vítimas, entre as quais crianças, mulheres e cidadãos da sociedade civil sem ligações com o Hamas - deve ser levado muito a sério, pois está prestando um grande deserviço à população. Este não seria o único caso de "jornalistas" com este perfil deste canal de comunicação. Trata-se aqui de uma linha editorial em defesa das atrocidades cometidas pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza. Bastante pontual, o indivíduo chegou a defender que não se deve chegar ao fim dos conflitos pelas vias diplomáticas. Pensamos que ele ainda não está satisfeito com o massacre da população civil palestina.  

É neste contexto que assume uma importância singular o trabalho do cartunista Carlos Latuff, diuturnamente trabalhando nas redes sociais, usando de todo o seu talento, para desconstruir essas narrativas enganosas sobre o conflito. Um canal de TV indiano realizou uma matéria sobre o trabalho do cartunista, que pode ser conferido em suas redes sociais, assim como em alguns veículos onde ele é publicado no Brasil. Até gestões diplomáticas já teriam sido implementadas no sentido de se assegurar o direito do povo palestino de se pronunciarem sobre o conflito, garantindo seu direito de fala em alguns veículos de comunicação de perfil marcadamente tendencioso. A profusão é tanta que nem precisamos citá-los por aqui, uma vez que o nossos leitores são bem-informados. 

Para este "jornalista", profeta do caos, convém esclarecer que até a ONU já se pronuciou sobre a eventual carnificina que irá significar retirar mais de um milhão pessoas, em poucas horas, da Faixa de Gaza, conforme determinou o Governo de Israel. Presenciaríamos uma calamidade. Um outro aspecto a ser considerado são os eventuais ataques terroristas pelo mundo. Há poucas horas, o Museu do Louvre precisou ser evacuado sob a ameaça de um possível bomba em suas instalações. Já vimos este filmes antes e não foi nada agradável tal retrocesso civilizatório. O melhor que se tem a fazer é reconhecer os direitos dos palestinos, instituindo um Estado livre e soberano para o seu povo.     

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Charge! Latuff via Twitter!

 


Editorial: Decisão judicial põe em liberdade Ednaldo Freire Ferreira, acusado de chefiar a facção Bonde do Maluco.



Os Três Poderes da República passam por um momento delicado. Ninguém mais se entende e ainda há aqueles atores que preferem atuar como incendiários, quando a atuação dos bombeiros seria o mais apropriado nesses momentos bicudos. Faz falta um grande pacificador neste momento, alguém capaz de desarmar os espíritos em estado de guerra. A recente ausência do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a uma sessão da Comissão de Segurança Publica da Câmara dos Deputados, produziu nos parlamentares presentes no plenário, todos de oposição,uma espécie de cartase, cada qual procurando se esmerar nos impropérios dirigidos ao ausente. Coisas para tirar as crianças da sala, uma vez que posturas republicanas e civilizadas andam distante do nosso parlamento nos últimos anos.  

Como sociedade civil, lamentamos a ausência do ministro - já tínhamos até preparado a pipoca - mas, como diria um ex-lutador de box pernambucano, caso o senhor Flávio Dino estivesse presente, seria "estraçaiado". Assim mesmo, literalmente. Nossa previsão é que o andamento dos trabalhos não chegaria a bons termos, possivelmente um cálculo que estava no radar do Ministro Flávio Dino. O Minstro faz um trabalho exemplar em sua pasta, mas agora está tendo que lidar com um problema complexo: os altos índices de violência que estão recrudescendo no país. Não se trata de uma questão de fácil enfrentamento e os resultados também demoram décadas a aparecer nas estatísticas. 

Existem algumas variáveis concernentes a este fenômeno que fogem completamente ao controle dos gestores públicos, uma vez que o crime organizado corrompe o aparelho de Estado em suas diversas esferas. O grau de contaminação é tão corrosivo que chega-se a um estágio onde não se sabe o que é um coisa nem outra. O Brasil já está repleto dessas zonas cinzentas, onde o papel do Estado é exercido pelas milícias ou traficantes de drogas. Moradias, transporte, acesso à internet, energia e até a água já estão sob o controle desses grupos organizados. Até recentemente, foi morto, em confronto com policiais, um ex-policial conhecido como Batoré, que controlava o serviço de vans numa dessas favelas. Ficamos espantado com o montante que este cidadão movimentava apenas com as taxas cobradas para autorizar o transporte de passageiros na comunidade onde ele atuava. Os exemplos desse contágio pernicioso são inúmeros. Lembram do caso daquele famoso batathão que só aplicava a lei aos traficantes que não pagavam propina. 

Na última incursão das Polícias Civil e Militar nos complexo de favelas do Rio de Janeiro, apenas 06 mandados de prisão foram cumpridos, quando havia mais de cem deles emitidos. O mesmo sistema também funciona nos complexso prisionais, onde a morte de desafetos são determinadas através de vídeo-conferência, como ocorreu recentemente, pelos chefões de facções. Em Pernambuco, nenhum governo se atreveu a enfrentar a figura dos "Chaveiros", que são apenados que cumprem pena e impõe a disciplina nas unidades presionais. Não há como mudar tal situação, a começar pelo déficit de policiais penais atuando nos presídios, em proporções bem aquém do necessário.  

Na Babia, estado que enfrenta gravíssimos problemas de segurança pública, num desses plantões judiciais, um desembargador resolveu relaxar a prisão de Ednaldo Freire Ferreira. Quando um outro desembargador se deu conta do problema, já era tarde demais. O rapaz, que foi detido aqui em Pernambuco, é simplesmente o fundador e chefe da facção do BDM - Bonde do Maluco, que aterroriza o estado. Existem outras situações preocupantes, como processos de criminosos de alta periculosidade que estão sumindo dos computadores.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 11 de outubro de 2023

René Georges Hermann-Paul!

 


Editorial: O grupo Hezbollah entra no conflito entre Israel e Hamas.



Oficialmente, o Estado de Israel ainda não admite a entrada do grupo Hezbollah no conflito, embora as sirenas estejam soando no norte do país, alertando a população sobre eventuais ataques. Em situações de guerra é sempre prudente tomar alguns cuidados com as narrativas, por razões óbvias. Por outro lado, já não se pode confiar na inteligência do Estado judeu como antes. O fato é que, para os analistas do conflito, não resta mais quaisquer dúvida sobre a entrada do grupo Hezbollah no conflito, atuando a partir de bases no Líbano ou na fronteira da Síria. E o que isso signifca, afinal? 

Israel tem o maior e mais bem preparado exército do Oriente Médio, mas as coisas tendem a se complicar a partir deste momento. O grupo Hezbollah é bem mais preparado e armado do que o grupo Hamas. Um exército treinado sistematicamente para enfrentar o inimigo sionista. De imediato, Israel enfrenta dois problemas: a incursão por terra, através da Faixa de Gaza - operação de alto risco, embora cada vez mais necessária - em razão das escaramuças preparadas pelo grupo Hamas e as dificuldades apresentadas pelo próprio solo, um estreito onde os flancos tornam o terreno vulnerável, facilitando os ataques dos adversários. E, agora, a necessidade de defender o lado norte, impondo-se o ataque sistemático às posições do Hezbollah no Líbano - ou na Síria, o que seria pior - o que pode significar uma carnificina de civis inocentes mortos nesses ataques.

Diante das circunstâncias, os alvos preferenciais tornam-se uma escolha difícil. Outro grande problema diz respeito aos reféns, comprovadamente admitidos. O Hamas promete executá-los, caso não cessem os ataques a civis no Líbano. Nem na guerra dos Seis Dias Israel enfrentou um conflito com tamanha complexidade. Pegos de surpresa pelos ataques, eles ainda estão "aturdidos", à procura de Moshe Dayan, aquele general do tapão no olho.    

Editorial: A fake news sobre a decapitação de crianças pelo Hamas.



Não seria incomum a disseminação de notícias falsas durante os momentos de conflitos entre nações. Faz parte do jogo de "narrativas", seja no campo diplomático,seja por integrar, igualmente, as estratégias dos grupos em conflito, por vezes até para confundir as ações ou reações dos adversários, como, por exemplo, sobre se Israel irá ou não realizar as incursões terrestres na faixa de Gaza, arcando com as consequências daí decorrentes, posto que o que se presume é que os grupos extreminstas palestinos possam ter "preparado" o terreno.  

O que ocorreu nesse estágio anticivilizatório que estamos enfrentando é que ocorreu uma "banalização" da mentira ou uma relativizaçao da "verdade". Ocorreram duas situações bastante emblemáticas no dia de ontem, corroborando com o que afirmamos acima. As redes sociais reproduziram a fake news de que o grupo extreminsta Hamas, em guerra contra o Estado de Israel, teriam decapitado quarenta crianças judias. A fake news foi bastante disseminada, sobretudo por parte daqueles que se identificam com o Estado Judeu no conflito. 

Aqui no Brasil, setores da oposição embarcaram nessa fake news, sempre com o propósito de atingir o Governo do PT, que teria realizado alguns pronunciamentos considerados lenientes sobre o conflito. Aliás, por falar no PT, uma repórter conhecida, de um grande veículo de comunicação, cometeu o deslize de associar o PT ao Hamas, algo que vem sendo bastante explorado pela oposição. Que a torcida organizada do bolsonarismo - que adoram propagar fake news - embarquem nessas armadilhas é até possível compreender. Quanto a uma profissional de imprensa, experiente, com vários anos de batente, é um pouco demais. O Governo Lula parece ter ajustado o discurso. Condena os ataques terroristas do Hamas, mas defende uma solução para o povo palestino na região. Simples assim.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folah de São Paulo

 


terça-feira, 10 de outubro de 2023

Editorial: Ministro Flávio Dino não comparece à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.



O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer à convocação a audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, programada para o dia de hoje, 10\10. O Ministério da Justiça enviou à comissão uma nota informando as razões pelas quais se justificariam a sua ausência. Não conhecemos os reais motivos, mas a sua ausência foi veementemente condenada pelos parlamentares presentes, todos da oposição. 

Criou-se uma cortina de fumaça em torno do assunto, quanso se sabe que o ministro tem a exata dimensão de suas funções, nunca se negando a comparecer às audiências na Casa Legislativa. Está em jogo aqui uma obrigação ou uma contingência imposta constitucionalmente, inclusive com implicações punitivas. Certamente há outros fatores aqui inseridos - que motivaram o não comparecimento - mas, a rigor, seja lá qual seja a motivação, não pegou bem. O Presidente da Comissão, o Deputado Federal Ubiratan Sanderson(PL-RS), já afirmou que irá esgotar todos os recursos possíveis neste sentido. 

Havia uma grande expectativa da sociedade em torno do assunto. Os leitores que interagem conosco aqui pelo blog, já estavam preparando a pipoca e o refrigerante. O ambiente era sensivelmente hostil, naturalmente. Uma bancada bolsonarista radical, também conhecida como bancada da bala, formada por militares e delegados da Polícia Civil. Faltou ao ministro uma outra leitura, a necessidade premente de se colocar em razão dos gargalos de segurança pública que o país enfrenta neste momento. O povo é soberano e, infelizmente, temos represetantes hegemonicamente identificado com um eleitorado de centro-direita e até de extrema-direita. Pode-se ler isso através de suas falas. É nesse ambiente político que conseguimos eleger Lula presidente da República. É neste ambiente que seus ministros operam e precisam dar uma satisfação não apenas a eles, mas à população. Principalmente à população. O povo é soberano.  

Editorial: O teto de vidro do Governo Lula.



No dia ontem, publicamos por aqui, a informação sobre uma megaoperação das polícias civil e militar num conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Precisamente no Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus. Ainda não tínhamos essa informação, mas agora se sabe que o objetivo da operação seria o de prender pessoas supostamente envolvidas na morte dos médicos, na Barra da Tijuca, uma execução por engano. O intento dos  executores seria a morte de um miliciano. A assessoria de imprensa das corporações policiais construíram a narrativa de que lograram êxito na operação, uma vez que prenderam 06 pessoas - quando haviam 100 deles sendo procurados - além de provocarem um prejuízo de milhões aos traficantes. 

Como os ânimos estão bastante inflamados no que concerne à guerra de narrativas, vamos apenas expor aqui o montante de forças empregadas nessa operação: mil homens. Realmente, ficamos em dúvidas sobre os parâmetros utilizados para se concluir sobre o êxito da operação. Soma-se a isso, dois helicópteros avariados durante a incursão, atingidos por disparos dos traficantes. Felizmente sem registros de mortes. Isso não faz refletir sobre o quão complexo tornou-se a simples situação de se cumprir mandados de prisão em ambientes assim, sob controle de milícias e do crime organizado. 

Nem os evangélicos escaparam dessa influência malígna, cedendo ao pecado da carne e outros tantos pecados. Há grupos neopentecostais envolvidos até a medula em práticas ilícitas, como o tráfico de drogas. Possivelmente o tema será abordado no dia de hoje, quando teremos a presença do Ministro Flávio Dino na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Estamos criando essas zonas cinzentas, em ambientes de favelas e até mesmo dentro das unidades prisionais. A morte dos assassinos do médicos foi ordenada de dentro dos presídios, através de vídeo conferência. 

Não brinquem não. Os caras foram condenados sumariamente, sem direito a defesa e aos ritos do devido processo legal. No tribunal do crime já está instituída, inclusive, a pena de morte. Há alguns anos atrás, estourou uma rebelião num complexo de unidades prisionais em Pernambuco. O então Secretario de Direitos Humanos à época, atendendo aos clamores da imprensa para se pronunciar sobre o assunto, tranquilizou a população, informando que já havia telefonado para um "chaveiro", que seria o líder do grupo, e ele já havia confirmado que estava tudo sob controle. Encontrem aqui,leitores, os erros desse jogo.  

Chaege! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Editorial: Flávio Dino na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.



Amanhã, dia 10, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, estará em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Salvo melhor juízo, no mesmo horário haverá uma reunião deliberativa da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Não teremos mais audiências da CPMI até o dia 17, quando a relatora, a senadora Eliziane Gama, deverá apresentar o relatório aos membros da comissão. Como já comentamos em outro momento, um fim melancólico para uma comissão que começou com expectativas tão positivas, como a de esclarecer os fatos e indiciar os implicados nos atos antidemocráticos. Como diria o poeta, venceu o tapinha nas costas. 

Sobre segurança pública, há um subterrâneo nebuloso a ser explorado, sobre o qual Governo e Oposição possuem entendimentos bastante assimétricos. Faz pouco tempo que o STF apontou falhas clamorosas no nosso sistema prisional. Assim como ocorre no Oriente Médio, também estamos em guerra. Há um recrudescimento evidente dos índices de violência no país, com destaque para alguns estados, a exemplo da Bahia e do Rio de Janeiro. E, por falar no Rio de Janeiro, a segunda-feira começou com uma megaoperação das Polícias Militar e Civil, envolvendo mil homens, em operações no complexo militar da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus. 

Há rumores de que dois helicópteros da polícia precisaram fazer um pouso de emergência, depois de atingidos por disparos dos traficantes. Como ficou evidente durante o episódio da morte dos médicos na Barra da Tijuca, deu para perceber o grau de contaminação do crime organizado sobre as instituições de estado. Teremos, certamente, uma dessas reunião tensas. Talvez a mais tensa de todas, inclusive porque o ministro aponta a licenciosidade na aquisição de armas da era bolsonarista como uma das causas do recrudescimento desses índices de violência. Vá dizer isso a um bolsonarista roxo, desses que associam o PT ao crime organizado.   

Editorial: Ricardo Salles volta ao jogo intrincado da disputa pela Prefeitura de São Paulo.



O jogo de xadrez político que envolve a disputa pela Prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2024, de fato, torna-se, a cada dia, mais intrincado. Por um conjunto de fatores, o resultado dessa eleição poderá produzir alguns indicadores políticos importantes sobre as eleições presidenciais seguintes, que será disputada em 2026. É como se fosse uma prévia de uma eventual sinalização do eleitorado sobre que virá em 2026.PrivatizaçãoXestatização;LulismoXBolsonarismo; direitos humanosXbandidobomébandido morto; políticasdegêneroXhomeméhomemmulherémulher. Não tenho dúvida de que essas hashtag surgirão nas redes sociais duranta as disputas, levantadas pelas torcidas organizadas de ambos os expectros políticos.  

O ex-Ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles, que já andou afirmando que já havia desistindo da disputa, numa reviravolta, afirma que está de volta ao jogo. Possivelmente, um dos fatores que devem ter pesado é um eventual apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como afirmamos no início, o jogo é batante intrincado, uma vez que o atual gestor, Ricardo Nunes(MDB-SP) é candidatíssimo, já entabulou negociações com o PL e tenta convencer o governador Tarcísio de Freitas, do Progressistas, a apoiá-lo. Tarcísio poderia indicar o vice em sua chapa.

Questionado a esse respeito, o atual prefeito classificou como estranha essa mudança de atitude do ex-ministro. Salles considera, inclusive, desligar-se do PL para entrar na disputa. O ex-presidente Jair Bolsonaro já teve uma relação melhor com o atual prefeito. Andaram se estranhando. Afirmou que irá procurar o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, para tratar dessa questão. Passou a ser simpático a uma eventual disputa do pupilo.  

Charge! João Montanaro Via Folha de São Paulo