Uma CPI não consegue produzir bons resultados por inúmeos fatores. A CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro mereceria uma análise mais aprofundada quando se discute os seus resultados, sobretudo num país como o nosso, de forte tradição autoritária, marcado por uma relação sempre nevrálgica entre poder civil e poder militar. Em sua reta final, todos estavam torcendo pelo fim dessa CPMI, alguns até considerando que ela já havia acabado muito antes, quando o Governo manobrou para que alguns atores não fossem ouvidos durante as sessões, assim como deixou de fornecer dados importantes para o andamento dos trabalhos, como as famosas fitas requisitadas, que nunca chegaram à CPMI ou chegaram, mas com dados comprometidos ou insuficientes.
Acredita-se, por outro lado, que os militares também fizeram um lobby em favor de membros da tropa envolvidos naqueles episódios. Na reta, final, atores importantíssimos deixaram de ser ouvidos, o que, em si, pode significar um comprometimento do resultado dos trabalhos. Isentamos aqui o seu presidente, o competente Deputado Federal Arthur Maia(UB-BA, dos eventuais resultados pífios alcançados. Os problemas enfrentados pela CPMI não são de sua responsabilidade. Ele deu o melhor de sua habilidade política na presidência, fato que mereceu o reconhecimento até da barulhenta oposição.
Na terça-feira, 17, o relatório oficial será apresentado, mas já estão sendo divulgados ou antecipado pela imprensa que teremos outros tantos, os não-oficiais ou paralelos, em sua maioria partindo da oposição. Pelo andar da carruagem política, seja lá de que lado vierem esses relatórios, podemos concluir que eles, muito provavelmente, serão contemporizadores em relação a alguns atores que tiveram participação ativa naqueles episódios, ervas daninhas que continuarão a vicejar, permitindo abertura para novas investidas de caráter autoritário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário