Há poucos dias atrás, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer a uma audiência pública, convocada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara Federal. Para nós, enquanto sociedade civil, a sua ausência foi muito sentida. Para os parlamentares presentes, todos da oposição, a postura do ministro foi veementemente condenada, sob os "aplausos" de todos os presentes, numa sessão digna da bancada da Bala. As rusgas entre o parlamento e o ministro permanecem. Ou, em particular, para sermos mais precisos, entre o ministro e setores mais radicais da oposição, aqueles mais alinhados ao bolsonarismo. A briga é feia, uma vez que essa bancada é composta de militares ou representantes das polícias militares e civis estaduais, gente com uma determinada espertise no enfrentamento do crime organizado.
Lamentamos, mas por outro lado, conforme já afirmamos em outra oportunidade, a audiência certamente não chegaria a bom termo, em razão do clima marcadamente de beligerância entre Governo e Oposição. O cara não seria convocado para ser ouvido, mas para ser ultrajado. Os índices de violência estão pipocando em alguns estados da federação, em particular em estados como a Bahia e o Rio de Janeiro. Até recentemente, por um descuido do Poder Judiciário, um desembargador autorizou a soltura de um suspeito de liderar a facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco, que aterroriza o estado da Bahia. Quando um outro desembargador revogou a decisão, já era tarde.
Uma pena que estados como o Rio de Janeiro e a Bahia estejam enfrentando tal situação. Tomar um chopp com os amigos no Rio Vermelho, ao lado da estátua de Jorge Amado e Zélia Gattai tornou-se uma missão complicada. Tardes em Itapuã apenas nas músicas do inesquecível Venícius de Moraes. Agora vem a cereja do bolo, digamos assim, dessa crise de segurança pública, que nos parece definitivamente instaurada: 25 metralhadores do arsenal do Exército Brasileiro, de sua unidade de Barueri, foram furtadas. São metralhadoras antiaérea que podem estar em mãos da bandidagem. Uma temeridade.
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