Os Três Poderes da República passam por um momento delicado. Ninguém mais se entende e ainda há aqueles atores que preferem atuar como incendiários, quando a atuação dos bombeiros seria o mais apropriado nesses momentos bicudos. Faz falta um grande pacificador neste momento, alguém capaz de desarmar os espíritos em estado de guerra. A recente ausência do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a uma sessão da Comissão de Segurança Publica da Câmara dos Deputados, produziu nos parlamentares presentes no plenário, todos de oposição,uma espécie de cartase, cada qual procurando se esmerar nos impropérios dirigidos ao ausente. Coisas para tirar as crianças da sala, uma vez que posturas republicanas e civilizadas andam distante do nosso parlamento nos últimos anos.
Como sociedade civil, lamentamos a ausência do ministro - já tínhamos até preparado a pipoca - mas, como diria um ex-lutador de box pernambucano, caso o senhor Flávio Dino estivesse presente, seria "estraçaiado". Assim mesmo, literalmente. Nossa previsão é que o andamento dos trabalhos não chegaria a bons termos, possivelmente um cálculo que estava no radar do Ministro Flávio Dino. O Minstro faz um trabalho exemplar em sua pasta, mas agora está tendo que lidar com um problema complexo: os altos índices de violência que estão recrudescendo no país. Não se trata de uma questão de fácil enfrentamento e os resultados também demoram décadas a aparecer nas estatísticas.
Existem algumas variáveis concernentes a este fenômeno que fogem completamente ao controle dos gestores públicos, uma vez que o crime organizado corrompe o aparelho de Estado em suas diversas esferas. O grau de contaminação é tão corrosivo que chega-se a um estágio onde não se sabe o que é um coisa nem outra. O Brasil já está repleto dessas zonas cinzentas, onde o papel do Estado é exercido pelas milícias ou traficantes de drogas. Moradias, transporte, acesso à internet, energia e até a água já estão sob o controle desses grupos organizados. Até recentemente, foi morto, em confronto com policiais, um ex-policial conhecido como Batoré, que controlava o serviço de vans numa dessas favelas. Ficamos espantado com o montante que este cidadão movimentava apenas com as taxas cobradas para autorizar o transporte de passageiros na comunidade onde ele atuava. Os exemplos desse contágio pernicioso são inúmeros. Lembram do caso daquele famoso batathão que só aplicava a lei aos traficantes que não pagavam propina.
Na última incursão das Polícias Civil e Militar nos complexo de favelas do Rio de Janeiro, apenas 06 mandados de prisão foram cumpridos, quando havia mais de cem deles emitidos. O mesmo sistema também funciona nos complexso prisionais, onde a morte de desafetos são determinadas através de vídeo-conferência, como ocorreu recentemente, pelos chefões de facções. Em Pernambuco, nenhum governo se atreveu a enfrentar a figura dos "Chaveiros", que são apenados que cumprem pena e impõe a disciplina nas unidades presionais. Não há como mudar tal situação, a começar pelo déficit de policiais penais atuando nos presídios, em proporções bem aquém do necessário.
Na Babia, estado que enfrenta gravíssimos problemas de segurança pública, num desses plantões judiciais, um desembargador resolveu relaxar a prisão de Ednaldo Freire Ferreira. Quando um outro desembargador se deu conta do problema, já era tarde demais. O rapaz, que foi detido aqui em Pernambuco, é simplesmente o fundador e chefe da facção do BDM - Bonde do Maluco, que aterroriza o estado. Existem outras situações preocupantes, como processos de criminosos de alta periculosidade que estão sumindo dos computadores.
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