quinta-feira, 14 de novembro de 2024
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Editorial: Duda Lima no Roda Viva: É cedo para falarmos em 2026.
O marqueteiro que comandou a campanha vitoriosa do prefeito de São Paulo à reeleição, Duda Lima, foi o entrevistado do Programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 11. Há vários recortes que poderiam ser explorados de suas falas, mas vamos nos deter num questionamento sobre se Lula teria alguma chance de se reeleger em 2026. Prudentemente, o marqueteiro observou que ainda é muito cedo para se especular em torno do assunto. Já antecipamos por aqui, em outra postagens, que, se as eleições fossem hoje, com os atuais índices de aprovação que ostenta e a economia em frangalhos, Lula não seria reeleito. Nos Estados Unidos, um dos motivos da derrota de Kamala Harris foi minimizar o debate sobre o tema, optando pelas pautas identitárias, quando parte mais sensível do ser humano, conforme ensinava Roberto Campos, continua sendo o bolso.
Mas, como observou Duda, teremos um longo caminho até outubro de 2026. As testagens já estão nas ruas. Salvo melhor juízo, o PL andou realizando algumas sondagens sobre o assunto e, a rigor, quem melhor se apresenta como eventual concorrente do presidente Lula - já que não se vislumbra um outro nome no campo progressista - é o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, embora haja um veto até mesmo familiar às suas pretensões políticas, que estipulam que uma candidatura dela ao Senado Federal pelo Distrito Federal já estaria de bom tamanho. Na realidade, mas do que nunca, Bolsonaro pretende voltar à Presidência da República em 2026, se assim a inelegibilidade permitir.
A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos deu um novo impulso ao capitão. Aqui em Pernambuco, os institutos de pesquisa também já estão nas ruas realizando seus levantamentos em relação às projeções de nomes para 2026. O curioso é que, se ao final e ao cabo, o PL descobrir que o único nome capaz de derrotar Lula seja Michelle Bolsonaro. Como eles vão se arranjar com o capitão, que não abre mão do protagonismo. Uma curiosidade sobre Duda Lima. Sua formação acadêmica é em Farmácia. Com especialização em suturas políticas, presume-se.
Editorial: O mar que avança em Baía da Traição.
Também lá há registro da cerimônias do Partido Nazista, o que aumenta as especulações sobre eventuais simpatias - se não da família - mas dos operários alemães da fábrica, pelo Nazismo. As tarefas da indústria que exigiam maior qualificação técnica eram realizadas pelos engenheiros alemães que vieram trabalhar na indústria. Li uma importante tese de doutorado onde se refuta completamente a hipótese de a família Lundgren manter alguma simpatia pelo Partido Nazista. Por outro lado, curiosamente, dois encontros dos simpatizantes do partido no Nordeste foram realizados onde a oligarquia industrial mantinha interesses: Paulista e Rio Tinto.
Quanto à molecada, que deve ter lido o livro à procura das reminiscência de sua recôndita infância, as vivências são as mesmas: Peladas nos finais da tarde, batismo ou uma de jia nos riachos e ribeirinhos, coletas de frutas da época - lá a mangaba ainda é muito abundante - pesca do camarão Pitu, burrica, cabra cega, cabo de guerra, amarelinha, corridas de patinetes, bola de gude, pau de sebo nos festejos juninos, capturas de passarinhos canoros, banhos de bica nos dias de chuva, pipas ao vento, revoadas das tanajuras, o time de várzea, os primeiros alumbramentos. Confesso que Vivi, como diria o poeta chileno Pablo Neruda.
P.S.: Do Contexto Político: Para os leitores que solicitaram mais informações sobre o livro, o mesmo pode ser adquirido pelo blog ou pelo site da Estante Virtual.
Editorial: Degenerescência institucional.
O Brasil passa por um dos seus momentos mais delicados. Antes o problema tratar-se apenas dos incêndios na região do Amazonas; o dragão da inflação, que já começa a rondar as gôndolas dos supermercados, com seu apetite voraz; os mosquitos da dengue, que agora incidem em todas as estações do ano; as nevrálgicas questões relacionadas à segurança pública ou as agruras que passa o Governo Lula3, completamente desnorteado, sem saída, metido numa sinuca de bico. Infelizmente é preciso admitir que o Governo Lula3 não vai bem. Restou como alternativa sinalizar que vai mexer na aposentadoria dos militares, o que significa mexer num vespeiro. Nem em tempos de "normalidade" houve espaço para tal discussão. Imaginem num momento de instabilidade institucional crônica.
O processo é mais grave e diz respeito a uma espécie de degenerescência institucional generalizada. Uma metástase. Até recentemente, por muito pouco não se instala na dependência de um órgão de fiscalização e controle das contas públicas um salão de beleza para atendimento dos servidores, onde se oferecia até mesmo depilação de contorno. Nas repartições públicas são recorrentes as denúncias de assédios institucionalizados, que é quando os gestores e dirigentes, que deveriam atuar de forma isenta e republicana, sugere-se que dão sinal verde para as perseguições sistemáticas a determinados servidores que não se coadunam com os grupelhos encastelados.
As investigações sobre o assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que seria um delator de uma organização do crime organizado, desmonta um novelho estarrecedor, evidenciando que a corrupção do aparelho policial de São Paulo, assim como de outras praças do país, não é menor do que em relação ao Rio de Janeiro, implicando num ônus pesado para a população. Vamos fazer por aqui uma presunção dos tempos do faro investigativo. A organização criminosa, de fato, tinha interesse na morte do empresário, mas o mais provável é que ele tenha sido morto pela banda podre. No Maranhão e no Mato Grosso, no que concerne à corrupção também presente no sistema judiciário, se o indivíduo reúne as condições econômicas, poderia comprar a decisão de sentenças em seu favor. O dinheiro saía em poucas horas, de forma expressa, sacado na boca do caixa, por zelosos auxiliários dos envolvidos.
Na Paraíba, o GAECO e o MPPB, que realizam um trabalho digno do reconhecimento da população, impetraram uma grande ação junto à Defensoria Pública do Estado, onde, supostamente, há indícios de irregularidades relacionadas aos desvios de funções praticadas por alguns servidores. Neste caso, precisamos até consultar alguém da área para saber como isso seria possível numa instituição que, em princípio, foi concebida exatamente para proporcionar a chance de defesa ao cidadão ou cidadã que não poderia bancar as custas de um processo. Não vamos entrar em mais detalhes por aqui para não melindrarmos, mas está tudo dominado.
terça-feira, 12 de novembro de 2024
Editorial: A queda de braços entre o mercado e o PT. Lula no meio.
O ajuste fiscal, se sair, possivelmente não terá atendido às expectativas do mercado. Isso se conclui pelo andar da carruagem política, onde, em certo momento, alguns membros mais identificados com as diretrizes partidárias parecem desconhecer que o PT é Governo. Estabeleceu-se uma verdadeira batalha campal entre o mercado e dirigentes do partido, que lançaram até um manifesto em defesa das teses históricas da legenda, onde não se cogita efetuar cortes que atinjam os programas sociais ou abortem políticas públicas que possam prejudicar o atendimento de serviços como o SUS, por exemplo. Não vamos chegar a algum denominador comum. Sabe-se que Fernando Haddad já deu o caso por encerrado.
Já colocou as cartas na mesa, deixou todo mundo informado sobre a real situação das contas públicas no país. Aliás, infelizmente, também se pode concluir que essas reuniões não estão sendo nada produtivas, uma vez que a insatisfação entre os dirigentes dos ministérios atingidos é grande. Há trocas de farpas e até ameaças de demissão. É a típica situação onde não se pode afirmar que, entre mortos e feridos, escaparam todos. Alguém vai sair chamuscado. A bola agora encontra-se com o morubixaba petista, que deve arbitrar sobre essa querela, mas as suas declarações também não são nada alvissareiras, sugerindo que o núcleo duro do PT possa ter sido mais convincente ao petista do que a sua área econômica.
Quem não suporta mais esse lenga-lenga é o Fernando Haddad. Ficamos aqui somente imaginando qual será o futuro do ministro Fernando Haddad neste governo. Certamente ampliará sua área de atrito com os companheiros e, pela frente, um futuro incerto sobre a economia, onde amplos segmentos do governo se mostram reticentes a entender a necessidade desse ajuste fiscal. Caso ele não supere essa fase, aí sim é que as coisas tendem a degringolar de vez, desgastando-o ainda mais. Essa briga com o mercado é uma fantasia criada pelos ideólogos da legenda.
Editorial: Vereador que desejava licença de órgão público para se fazer caridade, torra 76 mil em verbas públicas em padaria.
Ontem, dia 11, esteve ocupando o topo do Trending Topics X, uma matéria com a informação de que o tal vereador teria gasto algo em torno de 76 mil reais em dinheiro, pago pelo erário, numa padaria conhecida. Não raro, surgem notícias assim pelos jornais ou redes sociais, sempre envolvendo homens públicos. Além dos apreciados pães de queijo mineiro, outro duto de desvios são os combustíveis, sempre realizados em locais e postos específicos, envolvendo tanques cheios para ir daqui à esquina, gasolina que daria para dá a volta ao mundo, numa evidência clara de irregularidades. Num período não muito distante, até o lanche da rapaziada das motociatas eram pagos com cartões corporativos.
A proposta de licença para se fazer caridade soou tão mal que foi retirada. Pelo perfil de quem torra 76 mil em lanchinhos numa padaria, sugere-se que a proposta indecente tinha como objetivo mesmo atingir o trabalho humanitário realizado pelo sacerdote. Continuamos carecendo de bons exemplos, de homens com espírito público, capazes de separar a verba do erário dos seus proventos.
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Editorial: Lula tenta uma reaproximação com os evangélicos.
Mesmo antes das eleições presidenciais de 2022, o nicho eleitoral dos evangélicos passou a representar uma grande preocupação para o morubixaba petista. Uma das afirmações de Lula é não saber como este divórcio se deu, ao longo dos anos, quando essas relações já teriam sido bem melhores no passado. Essa discussão já foi amplamente debatida por este blog, onde tratamos deste assunto em inúmeras ocasiões. Para não saturar os nossos leitores, vamos aos fatos. Nesta minirreforma ministerial que estaria sendo pensada no Planalto, depois da refrega das últimas eleições municipais, prevê-se o convite a um evangélico, de preferência uma mulher.
Primeiro que não é com a abertura de espaço na Esplanada dos Ministérios que o problema da relação truncada com os evangélicos será sanada. Longe disso. O problema é bem mais complexo. Mais uma vez, ao sugerir convidar uma mulher, o partido sugere não ter entendido que essa discussão identitária chegou ao limite em amplos segmentos sociais. Uma das razões pelas quais ocorreu o sucesso da candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos foi exatamente a insistência de Kamara Harris em insistir nessa pauta de gênero, quando a inflação estava nas alturas, o americano comum endividado e a avaliação de Joe Biden descendo as escadarias.
A notícia boa é que já existem alguns segmentos dentro do PT manifestando uma preocupação efetiva com este assunto, sugerindo focar no bolso, no emprego, na segurança, nos salários e menos em lacrações. O PT perdeu essa organicidade com os evangélicos depois do processo de oligarquização a que foi submetido, quando se criaram as castas dirigentes, muito mais preocupadas com o processo eleitoral do que com a atenção às suas bases. Houve um tempo em que existiam núcleos evangélicos dentro da legenda, que faziam essas interlocuções. Este é um dos motivos. Existem outros, talvez ainda mais determinantes.
Editorial: E os cortes, Haddad?
Algo sugere que vamos ter alguns problemas por aqui. Os cortes não deverão sair conforme as expectativas do mercado. O mercado, aliás, passou a ser o grande vilão do Governo Lula3, que passou a identificar nesta entidade um inimigo de suas políticas públicas. Ceder aos seus "caprichos" - que neste caso poderia ser traduzido como por ordem nas contas pública - significa boicotar o próprio governo, praticamente inviabilizando suas pretensões de continuar como inquilino do Palácio do Planalto. Ninguém consegue convencer o morubixaba petista do contrário, embora uma ala mais consequente considere a possibilidade da adoção dessas medidas como uma credencial positiva junta à população.
O que ninguém aguenta mesmo é a corrosão do poder de compra dos salários, para satisfazer os desejos incontroláveis do dragão da inflação, que já começa a rondar as gôndolas dos supermercados. Principalmente os estratos mais pobres, com os quais as relações do PT estão truncadas. Os ricos se protegem com os juros da taxa selic nas alturas. Segundo os economistas, o bicho gosta de boa iluminação, de coxão mole e, para variar, de vitamina de abatate, que chegou a R$ 35,00 reais o quilo num mercadinho aqui próximo. Não se pode negar o bom gosto do bicho.
Penso que o morubixaba petista tinha bons planos para o pupilo Fernando Haddad. Hoje é visível o seu desgaste no Governo Lula3. Segundo o próprio ministro, não há mais o que conversar. Já ocorreram várias conversas. A chiadeira, no entanto, é generalizada. Vai desde os petistas que se contrapõem às medidas draconianas, aos que temem os cortes em suas respectivas pastas. Alguns até ameaçam com pedido de demissão. Lula deve bater o martelo esta semana.
domingo, 10 de novembro de 2024
Editorial: "Quem não se comunica, se trumbica, PT"
Esta expressão tornou-se popular através do comunicador pernambucano Abelardo Barbosa, o Chacrinha, que comandou um programa de auditório durante anos, sempre com grande audiência. Hoje, dia 10, tivemos a oportunidade de acompanharmos duas entrevistas concedidas por dois atores políticos relevantes do Partido dos Trabalhadores, o senador pernambucano, Humberto Costa, e o Ministro da Educação, Camilo Santana. Se nos pedissem uma síntese dessas duas entrevistas, diríamos, sem medo de errar, que a ênfase foi dada sobre a necessidade de o PT enfrentar o problema de comunicação. Há um verdadeiro hiato entre o PT e amplos setores da população.
Há algum tempo o Governo Lula3 almeja fazer mudanças nessa área da comunicação institucional. Verbas estão sendo previstas - possivelmente essas não entrarão na tesoura dos cortes - e existe a possibilidade de mudanças de nomes que hoje comandam esta área nevrálgica. Antes de materializar essas mudanças, o PT precisa, na realidade, debater o que vai propor à população. Há uma narrativa histórica, que acompanha o partido desde a época de 80, que se encontra completamente dissociada da sociedade. Se, por um lado, os princípios devem ser mantidos, por outro lado, aquele conjuntos de medidas com o propósito de superar as desigualdades sociais, atender aos mais necessitados - sempre através dos programas sociais conhecidos - estão completamente superados.
A pauta de costumes é outro grandiosíssimo problema. A direita ganhou a narrativa neste terreno. Mantidas as condições atuais, como sugere o próprio Humberto Costa, uma derrota de Lula nas eleições presidenciais de 2026 entra na condição de uma possibilidade concreta. O partido precisa ser submetido a uma profunda autocrítica. A periferia pobre de São Paulo votou majoritariamente em Ricardo Nunes. O pessoal da USP ainda votou em Boulos, mas as universidades já esboçam suas insatisfações com o Governo Lula3, sobretudo se considerarmos a última greve dos docentes. Sugere-se que as pessoas estão cansadas dessas "lacrações".
sábado, 9 de novembro de 2024
Drops Político: Bolsonaro desautoriza movimentações de candidaturas em sua base política.
Embalado pela vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro passou a considerar que todas as amarras que dificultavam sua candidatura presidencial em 2026 foram rompidas. Bolsonaro está em lua de mel, em céu de brigadeiro. Não é bem assim. Alguns observadores até sugerem que os processos que existem contra ele ganhem até alguma celeridade. Mas, não vamos jogar uma ducha de água fria neste momento de tranquilidade do ex-presidente. Assim, ele considera tão certa a sua candidatura em 2026 que já andou até nomeando o ex-presidente Michel Temer para ocupar a vaga de vice numa futura chapa, convite que foi rejeitado. Hoje, dia 09, os jornais preconizam que ele não irá tolerar movimentações para sucedê-lo em sua base política. Só depois de morto. Curioso que Pablo Marçal entabula conversas com o União Brasil.
Drops Político: As veias abertas do Recife.
Um dos aspectos positivos desta última campanha eleitoral no Recife foi a exposição dos problemas urbanos que ainda permanecem na capital pernambucana, uma das mais desiguais do país. Um em cada quatro moradores vivem em favelas no Recife e Grande Recife. A população deu um crédito de confiança ao prefeito João Campos em razão de suas entregas e compromissos de enfrentar esses problemas. Antenado, ele já deve ter no retrovisor as diretrizes que devem nortear esta segunda gestão. Pessoas consequentes não temem as críticas e autocritica. Aprendem com elas. No Brasil, existem mais de 16,5 milhões de pessoas residindo em favelas. Um percentual expressivo delas no Recife. Pernambuco é o terceiro em número de favelas no país. Em favelas ou vivendo nas ruas, o que é ainda mais grave.
Drops Político: Raquel nomeia um petista para o ProRural.
A governadora Raquel Lyra nomeou o ex-candidato à Prefeitura de Águas Belas, Maurício de Josué, para a direção do Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural -(ProRural). A partir de então, começaram as especulações em torno do assunto, sugerindo que a governadora estaria dando uma demonstração no sentido de efetivar os laços de amizade com o partido aqui na província, como indicativo de consolidar uma aliança com o Planalto para as eleições de 2026. Alguns membros da legenda, a exemplo do deputado estadual João Campos, sugerem que o raciocínio é este mesmo, enquanto a governadora confirma o namoro. Outros membros, a exemplo de Oscar Barreto, do Diretório Estadual do PT, que ocupa a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, afirma que não há negociação institucional neste sentido. O ex-candidato teria uma relação pessoal com a governadora. Nossa opinião é a de que, a governadora está, sim, estreitando sua relação com o PT.
Editorial: Salão de beleza no TCU
O Brasil não é um país para amadores, como observam os analistas. Tampouco pode ser levado muito a sério, concluem outros observadores. A coluna do jornalista Cláudio Humberto noticiou que estava em andamento a instalação de um salão de beleza nas dependências do Tribunal de Contas da União, onde servidores seriam atendidos no horário de expediente, com um mix de serviços que incluíam massagens relaxantes e até depilação do contorno. O processo teria sido revogado pelo presidente do órgão, Bruno Dantas, que afirmou desconhecer, até então, a tramitação da licitação exótica.
A repercussão da notícia foi sensivelmente negativa, principalmente por se tratar de um órgão de fiscalização e controle das contas públicas, de onde se espera sempre bons exemplos de austeridade. Por outro lado, no Executivo, também há exemplos que se contrapõem aos princípios de racionalidade e austeridade que se impõem à máquina neste momento delicado, onde o propósito, em princípio, seria atingir as meta de controle do déficit público. O governo permanece firme no propósito de renovar a frota de aeronaves oficiais - um estouro de bilhões - algo que o atual gestor só poderia usufruir a partir de 2026, quando já estaria fora do Palácio do Planalto. A não ser que ele deseje continuar no cargo, habilitando-se a mais um mandato, apesar da idade avançada.
Até lá, o monstro da inflação, que já começa a rondar as gondolas dos supermercados, precisará ser devidamente contido; o déficit público zerado e sua popularidade atinja escores melhores do que o atual. 35% de bom e ótimo não seria suficiente. A economia foi um dos suportes que alicerçaram a volta da extrema direita nos Estados Unidos. São esses deveres de casa que precisam ser feitos. Dizer que vai continuar para impedir a volta do bolsonarismo não será suficiente para se contrapor a essa onda. Se essa retórica não for acompanhada de medidas práticas, teremos problemas.
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Drops Político: Boulos reunirá esquerda para definir rumos.
Guilherme Boulos reunirá a esquerda para discutir os novos rumos. É difícil fazer algum prognóstico acerca sobre o que deverá sair desse encontro. Para começo de conversa, Boulos andou dando algumas declarações no sentido de que as teses históricas que sempre caracterizam a esquerda não devem mudar, consoante essas ondas neoliberais ou de extrema-direita, que insiste em atirar a esquerda nas cordas do centro político. É como se no ambiente político atual - depois do esgarçamento anticivilizatório como resultado desses tempos bicudos que vem no bojo dessa onda conservadora - não houvesse mais espaço para a esquerda tradicional. Ou vai para o centro, ou perde completamente a interlocução com a população. Não vai de boa vontade, mas está sendo empurrada. Literalmente. A foto acima, escolhida aleatoriamente, é bem emblemática. Mostra uma senhora idosa, possivelmente no Chile ou Argentina, enfrentado policiais jovens e bem armados, com uma pedra na mão. A situação é um pouco esta. Para completar, o aloprado já assegurou que fortalecerá a direita latino-americana.
Drops Político: Marçal é indiciado pela Polícia Federal.
Depois de ouvido no dia de hoje, 08, acerca da divulgação de laudos falsos sobre o candidato Guilherme Boulos, durante o processo eleitoral em São Paulo, o empresário Pablo Marçal foi indiciado pela Polícia Federal. Este laudo falso representou um verdadeiro tiro no pé do então candidato Pablo Marçal. A campanha em São Paulo desceu ao subsolo, atingindo o limite de tolerância dos eleitores, que resolveram repelir tais práticas nas urnas. Os analistas acreditam que Pablo Marçal perdeu a chance de ir para o segundo turno naquele momento. Continua na ribalta, em conversas com o União Brasil, de olho em 2026. Quem sabe vai à posse de Donald Trump.
Drops Político: Dragão da inflação mostra as garras em outubro.
O dragão da inflação mostrou as sua garras neste mês de outubro, período em que, ao que se sugere, o Governo Lula3 está realmente empenhado em equilibrar as contas públicas. Mesmo que pairem muitas incertezas sobre onde a tesoura deve atuar, de preferência que não atinge os mais necessitados, aquele contingente dos programas sociais, conforme observou o morubixaba petista. O fato é que o índice de inflação do mês de outubro esteve acima das expectativas do mercado, o que se constitui num sinal de alerta para a volta do dragão, que sai por aí cuspindo fogo e corroendo salários. Fala-se no aumento da tarifa de energia, assim como das carnes, o que teria produzido essa alta. Há sempre um vilão. O abacate, por exemplo, embora não seja aquele alimento de estrita necessidade, apresentou um aumento absurdo. Não conhecemos a realidade de todas as praças do país, mas aqui em Pernambuco ele chegou a R$ 32,00 o quilo num supermercado.
Drops Político: Guilherme Boulos não assimilou o resultado das eleições paulistas.
Drops Político: Marçal no União Brasil?
Segundo noticia-se no dia de hoje, 08, o empresário Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições municipais, estaria de malas prontas para ingressar no União Brasil. Ninguém nega os entendimentos, embora o partido, a rigor, estivesse comprometido com o projeto do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que poderá disputar as próximas eleições presidenciais. No próximo ano, o governador já daria início a sua maratona pelo país, com o propósito de credenciar-se junto ao eleitorado. Ancorado nos bons índices de segurança pública obtidos no estado que administra, Caiado espera angariar o apoio do eleitorado ao seu projeto.
Editorial: Onde o Governo Lula vai cortar?
Ainda há muitas controvérsias em torno deste assunto. O que estão se tornando explícitas mesmo são as indisposições entre diversos ministérios e o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, na realidade, o dono da tesoura. O ministro já manteve diversas conversas com o morubixaba petista e sabe que a construção de consensos, quando se trata de cortar a mesada, embora seja uma medida necessária, provavelmente produzirá algumas insatisfações. Chegaram a sugerir que o governo deveria focar na linha de minimizar eventuais desvios irregulares de recursos públicos, mas, como se sabe, embora a medida seja salutar, não seria suficiente para cobrir os rombos no orçamento.
Essa história de furar o teto de gastos começou logo no início do governo Lula3 e permanece até este momento. Em entrevista recente Lula advogou a defesa de que esses cortes não atingissem os menos privilegiados da sociedade brasileira. Essa segunda quadra do governo, ou seja, pelos próximos dois anos, é a última chance de o governo colocar as contas públicas em ordem, zerando déficit público. Se a sangria não for estancada, teremos dias difíceis pela frente. É visível o "cansaço" do ministro Fernando Haddad, que sempre defendeu medidas no sentido de zerar o déficit público. Naturalmente um cansaço produzido em razão de manter posições que se contrapõem a setores influentes e significativos do governo Lula.
Compete, neste caso, ao morubixaba petista bater o martelo no tocante a esses cortes. A questão é que Lula também ressente-se em desagradar amplos setores petistas, que veem na medida o comprometimento de algumas políticas públicas que se inserem no escopo dos compromissos históricos da legenda. Um dilema.


