Algumas práticas se tornaram preocupantemente recorrentes no país, como os assédios institucionalizados nas repartições públicas, sob os olhares omissos - e até incentivadores - dos gestores, que teriam, por motivações éticas e dever de ofício - impedi-los. Isso começa pelos anos de 2013, quando se inicia um processo de erosão de princípios éticos na condução da coisa pública e, lamentavelmente permaneceram sob a égide de governos de corte progressista, mas que não reuniram as condições políticas para, efetivamente, proceder sua interrupção. Não que tais fatos não ocorressem antes, mas nunca foram tão recorrentes como no período demarcado acima. O diagnóstico mais cabal de tal processo de politização ou relativização dos princípios éticos é a conclusão de que a companheirada está imune, enquanto os bolsonaristas são necessariamente culpados.
Hoje não há dúvidas de que aqueles vazamentos de áudios seletivos com o objetivo de comprometer o Governo da Presidente Dilma Rousseff contaram, possivelmente, com a negligência - vamos usar o termo para não melindrar - de agentes do Estado. A polêmica da vez diz respeito ao vazamento do áudio de um dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, no curso de sua delação premiada. Sabe-se lá como esses áudios chegaram às redações de jornais e a uma emissora de televisão. Salvo melhor juízo, isto não está sendo investigado. O vazamento causou indignação entre os atores que são citados e, agora, é a defesa do militar que está sugerindo que o fato seja investigado.
O próprio Mauro Cid é quem afirma que, em nenhum momento, utilizou a palavra "golpe". Coisas estranhas passaram a ocorrer no país. Único delator confesso sobre as tessituras envolvendo uma tentativa de golpe de Estado no país, não é a primeira vez - e possivelmente não será a última - que tais depoimentos causam polêmicas. O depoimento do militar é crucial para as investigações encetadas pela Polícia Federal.
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