Uma das grandes conclusões dos brasileiros que desaprovam o Governo Lula3, conforme checagem da pesquisa realizada pelo Instituto Quaest Genial, é que o Governo não está entregando o que prometera em campanha. A essa altura do campeonato, o próprio Lula reconhece este fato, quando admite que é preciso plantar e que a hora da colheita é daqui para frente. O Governo Lula3 está precisando mesmo de uma boa safra, capaz de reduzir o preço de alguns produtos agrícolas nas gôndolas dos supermercados; entregar obras estruturantes; ampliar as políticas públicas destinadas aos mais fragilizados socialmente, criando a marca deste terceiro Governo; aparar ou minimizar as arestas com a oposição; criar a capilaridade política necessária para tornar-se competitivo ao pleito presidencial de 2026, de preferência evitando novos deslizes, como a proposta de monitorar as operações com Pix, que deve ter produzido uma erosão de imagem e desconfianças na população.
Como se sabe, a lista desta colheita é enorme, incapaz de ser concluída com um simples editorial. Neste momento, o Governo está envolto com enormes dificuldades. Já se prenuncia, por exemplo, eventual novo aumento de combustível, o que pode ampliar ainda mais a combustão política. Neste contexto, preocupa as movimentações em torno da reforma ministerial que deverá ser anunciada nos próximos dias. Sugere-se que a discussão está sendo conduzida de forma eminentemente política, quando os critérios técnicos precisam ser necessariamente considerados, sobretudo numa conjuntura onde a população exige o cumprimento de promessas de campanha. Há alguns ministros com desempenho sofrível, quando não enredados em problemas de irregularidades em suas pastas.
Aos poucos, as nuvens da reforma ministerial vão se pronunciando no horizonte da Esplanada dos Ministérios. José Múcio Monteiro deve deixar o cargo, em razão de problemas pessoais. Vários nomes estão sendo cotados para substituí-lo, inclusive uma mulher, o que seria inusitado naquela pasta. Uma mulher e civil. Cátia Abreu está entre as cotadas. Gleisi Hoffmann, que deixa a direção nacional do PT, deve assumir uma pasta palaciana, ficando mais próxima de Lula. Alexandre Padilha deve deixar a Articulação Institucional e assumir o Ministério da Saúde ou da Defesa. Em conversas com o presidente Lula, o prefeito do Recife, João Campos, que assume a direção nacional do PSB em maio, teria solicitado manter a participação do partido na Esplanada dos Ministérios.
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