O pedido de impeachment do presidente Lula, encetado por iniciativa de um deputado do PL, já conta com 117 assinaturas. O motivo seria as eventuais manobras orçamentárias das verbas usadas no programa Pé-de-Meia, interditado pelo Tribunal de Contas da União. Os parlamentares de oposição, sob o argumento de que o orçamento do programa não havia sido aprovado previamente, asseguram que o Governo Lula3 estaria incidindo nos mesmos equívocos atribuídos a ex-presidente Dilma Rousseff, as famosas pedaladas fiscais. Embora a situação política do Governo não seja das melhores, em tese, trata-se de mais um daqueles pedidos que acabarão sendo engavetados.
O que preocupa neste caso específico, no entanto, é a forte adesão de parlamentares de partidos da base aliada, com assento na Esplanada dos Ministérios, como o MDB, o União Brasil, o PSD, Progressistas e Republicanos. Pelo andar da carruagem política, não há arranjo político que se viabilize por aqui. O Planalto tem feito um esforço enorme para assegurar um mínimo de governabilidade. Há ministros enredados que o Governo poupa apenas para não melindrar os padrinhos dos partidos que os indicaram. A conta não bate, uma vez que 37 parlamentares desses partidos resolveram, sem qualquer constrangimento, aderir ao pedido de impeachment encampado pela oposição bolsonarista.
Estamos tratando aqui de uma governabilidade sensivelmente temerária. O conceito de presidencialismo de coalizão, antes usado para definir tal situação, hoje, nem de longe, consegue explicar esta situação. Os cientista políticos terão que se debruçarem sobre o tema com o objetivo de conceituar o que ocorre nesses dias bicudos. Se, antes, esse pedidos de impeachment não passavam de manobras protocolares, hoje, no entanto, o Governo Lula3 precisa colocar as barbas de molho, diante dessa conjuntura política adversa. Comunicação institucional deficiente, popularidade em queda livre, musculatura política da oposição, perspectivas não muito alvissareiras pela frente.
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