Algumas coisas parecem óbvias e outras não menos preocupantes em relação a morte do empresário Vinicius Gritzabach. Recentemente, a Corregedoria da Polícia e a força tarefa empenhada em elucidar o episódio, prendeu um cabo da ativa da Polícia Militar, que seria o responsável pelos disparos de fuzil que culminou com a morte do delator do PCC, assim como de um motorista de aplicativo que estava no local, morto acidentalmente. Em princípio, sugere-se que a escolta de segurança do delator estaria envolvida diretamente no planejamento e execução do crime. Tudo se encaixa perfeitamente numa trama sinistra, como aquele carro que quebrou e uma parte da escolta optou por proteger o automóvel, enquanto a vítima expunha-se à vulnerabilidade.
Depois o olheiro, preso logo em seguida, salvo melhor juízo, também com ligações com o aparato policial, indicavam o envolvimento desses policiais no crime. 15 deles foram presos, todos integrante da segurança do empresário - Derrite odeia essa denominação, uma vez que estamos tratando aqui de uma pessoa que, comprovadamente, lavava dinheiro para o crime oranizado - Até o governador Tarcísio de Freitas se pronunciou sobre o assunto, possivelmente a partir dos informes do seu Secretário de Segurança, observando que a destreza do atirador indicava que ele era um policial. As motivações são óbvias, os mandantes igualmente, mas a força tarefa agora empenha-se no objetivo de identificar quem deu a ordem para assassinar o delator. Aqui se impõe uma dúvida. E se a ordem não partiu de alguma liderança individualmente?
A seara das preocupações é mais complexa. Observem o nível de contaminação do aparato de segurança do aparelho de Estado pelo crime organizado. No Rio de Janeiro, parece não haver dúvidas de que já podemos falar em um narcoestado. A delação de Gritzabach expôs, de uma maneira sensivelmente preocupante, o quanto essa organização criminosa já atua em conluio com pseudos agentes públicos, que agem em nome da Lei, usam distintivos, não aprendem essas lições em academias de polícia, mas estão mancomunados com os fora da lei. O mais grave é que este sintoma de metástase observada em centros como São Paulo e Rio de Janeiro já são observados em todo o país.
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