pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 19 de maio de 2024

Editorial: Brasil: Ainda um país com elevados índices de analfabetismo.



O drama do analfabetismo no país possui um dos componentes políticos dos mais perversos. Foi forjado no colonialismo, sob o regime de trabalho escravo, e mantem-se como decorrência da insensibilidade de nossas elites aos problemas estruturais daqueles cidadãos e cidadãs que ocupam o andar de baixo da pirâmide social. Quando se verifica o perfil dos analfabetos do país - não pecisa ser um especialista no assunto - evidencia-se as premissas apresentadas acima: Em sua maioria sao mulheres pobres, envelhecidas, negras, majoritariamente habitando regiões caracterizadas por profundas desigualdades sociais, a exemplo do Norte e Nordeste. 

A perversão desta insensibilidade é tão gritante, que não se observam avanços seqnificativos nem mesmo quando o país está sob um governo de corte progressista ou popular. O analfabetismo ainda é um dos grilhões que não foi rompido, deixado pelos séculos de regime de trabalho escravo. No segundo Governo Lula o MEC chegou a contratar alguns especialistas no assunto, com doutorado em educação. O objetivo seria o de estabelecer articulações com gestores de educação dos principais municípios onde tais índices eram elevados. Quase 100% desses municípios se concentravam nas regiões Norte e Nordeste. 

Até hoje não se sabe o resultado desse trabalho, tampouco se ele foi, de fato, concretizado. Nossos índices de analfabetismo entre a população adulta até aumentaram desde então. As atenções se voltaram sobre este assunto depois da divulgação do índice atual de analfabetos do país,num trabalho realizado pelo IBGE. O Brasil ainda possui 11,4 milhões de analfabetos. Só houve um momento, lá pelos idos da década de 60 do século passado, onde se levou a sério este drama, propondo-se sua erradicação. Um amplo programa de combate ao analfabetismo estava na agenda das Reformas de Base do Governo João Goulart. A elite política e econômica, aliada a setores militares, deram um golpe de Estado para não permitir sua viabilização. É o Brasi, DaMatta!   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 18 de maio de 2024

Editorial: A direita continua afinando o violino para a orquestra que vai se apresentar nas eleições presidenciais de 2026.



Segundo foi noticiado no dia de hoje, por jornais e sites confiáveis, um conhecido apresentador da emissora do plim, plim teria convidado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o Presidente do Banco Central, Campos Neto, para um jantar. Todos os indicadores apontam que o mainstream de direita já teria escolhido o ator político que possa representar seus interesses nas eleições presidenciais de 2026. Há fortes indícios de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas possa personificar tais interesses.

O ex-presidente Jair Bolsonaro continua na rinha, lutando para se tornar elegível ainda para disputar as eleições presidenciais de 2026. Atua em duas frentes: a jurídica a e política. Na frente jurídica, as possibilidades são remotas, a despeito da grande banca de advogados que o assessora. Já na frente política, as possibilidades existem, sobretudo se considerarmos as movimentações em torno das eleições que deverão escolher os dois próximos dirigentes das Casas Legislativas. 

Desde que deixou a Presidência da República, seu capital político permanece intocável, mas os segmentos conservadores são precavidos e não dispensam a previdência de um plano "B" ou um substituto que esteja apto a entrar em campo a qualquer momento. O indivíduo pode até se insinuar, mas quem escolhe são eles, mediante acordos, confiabilidade, compromissos assumidos, agendas convergentes, possibilidades de êxito na disputa, coisas assim. Numa eventualidade de Bolsonaro ficar de fora pleito, hoje, o nome sobre o qual recai as sinalizações e movimentações desses segmentos é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.  

Editorial: O impasse político do PT em João Pessoa.

 



Este editor já tem uma opinião formada sobre o impasse que o PT enfrenta para definir seu candidato para as próximas eleições municipais em João Pessoa. Essa opinião foi formada a partir de algumas leituras sobre o assunto, além, evidentemente de algumas conversas mantidas com integrantes da legenda naquele Estado, principalmente, entegrantes dos núcleos de base. Conforme já afirmamos por aqui, a pré-candidata Cida Ramos cumpriu todos os ritos que se espera de um pré-candidato, que, a princípio, concorreria com os demais concorrentes que se apresentassem, dispuntado a indicação interna do partido. 

O outro postulante, Luciano Cartaxo, se recusou a participar das prévias, causando um enorme mal-estar, que culminou com a decisão da Executiva Nacional de legenda, através do GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral - determinando que não haveria mais prévias para a escolha do candidato. Agora o PT está diante de um impasse gigantesto, que Cida Ramos trata como um moído, mas, na realidade, é um grande ruído. 90% dos integrantes da legenda apoiam o nome da Deputada Estadual Cida Ramos como a candidata legítima ao pleito municipal. 

É curioso - e bastante salutar - como a candidata conseguiu praticamente unificar o partido em torno do seu nome, o que é um excelente indicador. Hoje, o site ClickPB reproduz uma entrevista do Presidente Estadual da legenda, Jackson Macedo, onde ele afirma que o outro candidato, nas atuais circunstâncias, só teria alguma chance de ser indicado como candidato através de uma canetada. Convenhamos que tal expediente seria profundamente desagradável, depondo contra alguns princípios sagrados do partido, que, aos trancos e barrancos, são preservados ao longo de sua existência. 

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Cida Ramos cumpriu todo o figurino das prévias.

A decisão da Executiva no dia 20

Editorial: Cataclisma político no sul.


Pelo andar da carrugem política, o Rio Grande do Sul passa por um momento de cataclisma natural, social e, infelizmente, também político. O climão entre o Governo Federal e o Governo do Rio Grande do Sul está definitivamente instaurado. Com a nomeação de Paulo Pimenta para ocupar o cargo de Autoridade Federal para a Reconstrução do Estado, até mesmo termos como intervenção já passam a ser abertamente usados para definir a situação. De birras e intrigas advindas do nosso processo de polarização política era tudo o que o Rio Grande do Sul não precisava neste momento. 

Impotente diante da situação, o governador Eduardo Leite(PSDB) ainda carrega o estigma de não ter se conduzido bem no contexto de adoção de medidas preventivas que pudessem se antecipar ao desastre. Lula, por sua vez, segundo algumas análises, aproveita uma rara oportunidade de, não apenas não repetir o Bolsonaro da Covid-19, mas, sobretudo, dá um alento novo a um Governo que vinha amargando índices indesejáveis de insatisfação junto à população. 

Como o clima político está demasiadamente nublado, os tucanos também passaram a atirar farpas pesadas contra o Governo Lula, a exemplo do Deputado Federal Aécio Neves, tucano da gema, que volta à ribalta para anunciar que Lula perdeu sua condição de estadista ao nomear Paulo Pimenta como Autoridade Federal no Rio Grande do Sul.

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Tucanos podem entrar na justiça contra indicação de Pimenta.

A reação de Eduardo Leite à indicação de Pimenta

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Editorial: É grande a insatisfação dos tucanos com a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para Reconstrução do Rio Grande do Sul.


Lideranças tucanas ponderam entrar na justiça contra a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Vamos ser francos por aqui. O presidente Lula não foi muito feliz nesta indicação. Entre os atropelos, o fato de o governador do Estado apenas tomar conhecimento da indicação através da imprensa. Já ocorreram algumas manifestações duras de tucanos - e não tucanos também - acerca deste assunto, mas se, de fato, eles entrarão na justiça contra a indicação é algo que precisamos apurar com mais rigor. 

Apesar de o grau de insatisfação ser expresivo e evidente, não temos essa confirmação. Fazemos essa ressalva em meio às tormentas e inundações de notícias falsas divulgadas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Mesmo diante de tais circunstâncias, como se sabe, Governo e Oposição não baixaram a guarda. Como Pimenta é gaúcho e eventual candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2026, há quem enxergue na indicação indícios de que o Planalto poderia estar tentando favorê-lo. 

Gente do próprio Governo teria aconselhado o morubixaba petista a ponderar sobre a indicação do subordinado para aquele cargo. Não acreditamos que Lula tenha passado da fase de ouvir conselhos. Talvez fosse prudente ouvi-los de vez em quando.  

Editorial: Vamos ter duas candidaturas da federação PSOL\Rede no Recife?



Pelo andar da carruagem política, o impasse está confugurado. A federação PSOL\Rede apresenta duas candidaturas à Prefeitura da Cidade do Recife nas eleições de 2024? Alguém vai ter que ceder, uma vez que, legalmente, isso seria improvável e a federação já teria tomado uma decisão referendando a indicação da vereadora Dani Portela(PSOL-PE) como a candidata oficial ao pleito municipal. Depois do aval positivo da federação, Dani Portela reafirma sua candidatura no de hoje, em ampla matéria publicada no Jornal do Commercio, ao passo que o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE) anuncia um encontro, programado para o bairro de Casa Forte, que reunirá as apoiadoras femininas de sua candidatura. 

Dani Portela, salvo melhor juízo, foi a vereadora mais bem vontada para a Câmara de Vereadores do Recife nas últimas eleições. Nos escaninhos da política especula-se que a candidatura de Dani Portela poderia ter o estímulo do Palácio Capibaribe, ao passo em que a candidatura do Deputado Túlio Gadelha poderia estar sendo estimulada pelo Palácio do Campo das Princesas, consoante interesses de atores específicos que atuam no nosso tabuleiro político. 

O candidato oficial do Palácio do Campo das Princesas, Daniel Coelho, não aparece bem nos primeiros levantamentos de intenção de voto sobre as próximas eleições municipais, de onde se conclui sobre a possibilidade de a governadora Raquel Lyra cogitar de um plano "B" para as próximas eleições municipais. O plano "B", segundo se especula, seria o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE). O arranjo para que ele seja o candidato da federação Rede\PSOL, no entanto, está sensivelmente prejudicado, uma vez que legal e legitimamente o nome de Dani Portela como candidata está sendo referendado.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 16 de maio de 2024

Editorial: Cida Ramos fez tudo conforme as regras internas do PT. É o nome que deveria ser escolhido para a disputa.



Há alguns anos atrás, quando produzimos um trabalho acadêmico sobre o Partido dos Trabalhadores, o jornalista que está assumindo a SECOM - Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal - Laércio Portela, era então um colunista de política do tradicional Diário de Pernambuco. Láercio fez uma entrevista com este editor, publicada numa página inteira do jornal, o que à época, já era uma cortesia significativa.  Por essa época o PT ainda guardava algumas reservas ao processo de oligarquização\burocratização, embora essa tendência já pudesse ser observado em alguns processos internos de tomada de decisões da legenda.

O fato é que os setores mais orgânicos daquela organização partidária, por aqueles idos, mesmo diante de mudanças que se tornariam inevitáveis, ainda preservavam os valores que caracterizavam o PT como um caso único no escopo do sistema partidário brasileiro. O cientista político italiano Ângelo Panebianco, afirma que essas características iniciais nunca são abandonadas definitivamente. Talvez ele tenha razão. Observar, em algumas praças, como Fortaleza, por exemplo, a realização de uma prévia para a escolha de um candidato é algo dos mais alvissareiro. 

No caso de João Pessoa, o processo seria o mesmo. Apenas a Deputada Cida Ramos cumpriu todo o rito, conforme um militante da legenda declarou recentemente em entrevista, conversando com as bases, construindo em conjunto as diretrizes de um eventual programa de governo, assumindo compromissos com os segmentos sociais de base da agremiação. Cida Ramos é o nome que deveria ser escolhido para representar o partido na disputa. A outra escolha será protética, burocrática, imposta, e já começa perdendo, por não contar com o apoio de amplos setores de base do partido.Na realidade, o PT - leia-se aqui algumas instâncias deliberativas da legenda - ao recuar das prévias se meteu numa tremenda enrascada.  

Editorial: Com 15,3% das intenções de voto, Datena cogita de uma candidatura à Prefeitura de São Paulo.


Numa pesquisa de intenções de voto recente, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, o apresentador José Luiz Datena desponta com 15,3% das intenções de voto. A princípio, haveria uma negociação entre socialistas e tucanos, no sentido de que o apresentador ocupasse a vaga de vice na chapa encabeçada pela Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP). As negociações não são fáceis. Apenas do ponto de vista dos tucanos, a bancada de vereadores do partido defende o apoio ao projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP). 

Além disso, com essa ideia fixa de se constituir numa alternativa de terceira-via, dirigentes tucanos teriam exigido o compromisso da candidata de que não apoiariam o nome de Guilherme Boulos(PSOL-SP), num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Os tucanos estão perdidos entre as nuvens no seu ninho mais emplumado. Chegaram a conversar com Nunes, mas exigiram a indicação do vice, o que não foi aceito pelo prefeito, que disputa a reeleição. 

Agora os tucanos cogitam de uma candidatura própria, que pode ser o próprio nome em princípio articulado como vice de Tabata Amaral, o apresentador José Luiz Datena. Caso isso se concretize, a candidatura de Tabata Amaral, que hoje ocupa a terceira posição na disputa, cai para a quarta posição. Ela tem afirmado, no entanto, que manterá sua candidatura. 

Editorial: A reação de Eduardo Leite à indicação de Paulo Pimenta para o Ministério Extraordinário de Reconstrução do Rio Grande de Sul.

 


No dia de ontem, 15, circularam alguns vídeos tratando de um eventual mau-humor do governador gaúcho Eduardo Leite, quando o presidente Lula anunciou a criação de uma espécie de Ministério Extraordinário para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Lula escalou o companheiro Paulo Pimenta para a missão, gerando algumas especulações sobre o que se reserva para a SECOM - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Tratamos deste assunto por aqui, mas, em princípio, a transisão no órgão ocorreu sem traumas, seguindo os trâmites normais, sendo indicado para assumir o cargo deixado pelo titular, o jornalista pernambucano Laércio Portela, que já exercia o cargo de Secretário-Executivo do órgão. 

Num contexto sensivelmente adverso como o que vem sendo enfrentado pelos gaúchos, seria até natural a tensão do governador diante do grau de sofrimento da população e as dificuldades ou mesmo impotência de enfrentar a situação. Nas coxias, no entanto, especula-se sobre um constrangimento político em curso, motivado, sobretudo, pelo nome indicado para assumir o cargo de Autoridade Federal no Estado. Comenta-se que Paulo Pimenta poderia ser um pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. 

Pelo sim, pelo não, não foi feliz a indicação do nome de Paulo Pimenta para exercer essa função. Num momento como este o que menos se deseja é a disputa de holofotes. Sabe-se das melhores intenções de Lula, assim como da seriedade do Paulo Pimenta, mas vai ficar sempre essa nuvem nublada de contornos políticos na indicação, indispondo petistas e tucanos. O espectro político do governador, inclusive, é bem mais amplo, quem sabe até uma candidatura presidencial.   

Editorial: Executiva Nacional do PT se reúne no dia 20 para definir a situação do Recife e de João Pessoa. Agora vai?

 


No Recife a única alternativa possível ao PT será acompanhar o projeto de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE), conforme já enfatizou um morubixaba local da legenda, mesmo sem a prerrogativa de indicar o nome que comporá a chapa de reeleição do prefeito, na condição de vice. Em João Pessoa a situação foi se tornando mais complicada, à medida em que a legenda abdicou dos processos naturais e orgânicos de escolha, que seriam as prévias, antes previstas, conforme ocorreu em Fortaleza.  

Desde então, o imbróglio só se amplia, criando uma situação cada vez mais complicada, cujo desfecho, muito possivelmente, terá reflexos no desempenho do partido naquelas eleições municipais. Hoje, em matéria do site ClicPB, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo, que já foi prefeito da capital por dois mandatos, afirma sua convicção numa candidatura própria do partido naquela praça que, seria, obviamente, ele mesmo. É bom que se diga que Cartaxo foi contra o processo de escolha através das prévias, onde teria que disputar a indicação com a também Deputada Estadual, Cida Ramos.

Os arranjos indicam que o PT caminha para a definição de uma candidatura própria naquela praça. O problema é mais interno. Cida Ramos teria maior penetração nos setores de base e orgânicos da legenda, enquanto Luciano Cartaxo possui maior capilaridade junto à burocracia partidária. Sem as prévias, as chances de Cida Ramos diminuem na mesma proporção em que aumentam as chances de Cartaxo na escolha através de uma deliberação das instâncias partidárias.    

Editorial: PEC do Quinquênio some da pauta.


Há quem afirme que se trata apenas de uma manobra temporária, com o objetivo de deixar a poeira baixar. Por outro lado, também existe a consciência de que se formou um consenso em torno do assunto, apontando para inoportunidade dessa PEC, num contexto de imensas injustiças já existentes no serviço público brasileiro. Seja lá como for, o fato é que a PEC sumiu da pauta. Pelo menos no que concerne a este assunto, é salutar ouvir parlamentares da oposição se posicionando contra a proposta de emenda à Constituição, uma excrescência que, aliás, dada a indecência, nem deveria ter sido proposta. 

Trata-se de uma proposta indecente. Como se formou um mínimo de consenso sobre o assunto entre Governo e Oposição no que concerne a apreciação dessa matéria, as suas chances de aprovação seriam inexistentes. Se aprovada, a PEC representaria um verdadeiro rombo nas contas públicas, já então debilitadas, não apenas a nível federal, mas igualmente para Estados e Municípios, que que resolverem inserir outras tantas categorias de servidores no trenzinho da alegria, além de juízes e desembargadores. 

O jornal Folha de Londrina publicou a charge que ilustra este editorial. Infelizmente, não deu para identificar o nome do chargista, mas gostaríamos de parabenizá-lo pelo excelente trabalho, traduzindo, com maestria, a "naturalização' dos privilégios na sociedade brasileira.      

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 15 de maio de 2024

Editorial: Edinho Silva. De Araraquara para a SECOM?


Segundo conseguimos apurar, a despedida de Jean Paul Prates da Petrobras foi marcada por grandes emoções. Prates teria se emocionado ao se despedir dos agora ex-companheiros de trabalho. Uma série de fatos indicavam que a situação poderia ter sido minimamente contornada na estatal, depois das indisposições de Prates com integrantes do próprio Governo. Junta-se a isso a tragédia que ocorre no o Rio Grande do Sul, o que poderia levar o morubixaba petista a esperar mais um pouco por uma decisão sobre a saída de Prates da estatal. 

Independentemente dessas circunstâncias, no entanto, ele foi afastado da empresa. Prates saiu resssentido, pois considera a possibilidade de ter sido vítima de fogo amigo de integrantes do próprio Governo. Recentemente Lula nomeou Paulo Pimenta para assumir uma espécie de Ministério Extraordinário para coordenar as ações do Governo Federal no Rio Grande do Sul. Pimenta deixa a SECOM, e, nessas ocasiões, como de praxe, assume o número 2 ou Secretário-Executivo do órgão. 

Ocorre porém que Lula intensificou as suas conversas com Edinho da Silva, prefeito de Araraquara, interior paulista, que já ocupou a Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal no passado. Novidades por aqui? Vamos aguardar mais um pouco. 

P.S.: Do Contexto Político: Assume interinamente a Secom, o jornalista pernambucano Laércio Portela, adjunto do órgão, dentro de uma sucessão natural.  

Editorial: Olha o centenário de Osman Lins aí, gente!



Antes de regressar ao Recife, depois de uma temporada de estudos nos Estados Unidos e na Europa, o sociólogo Gilberto Freyre foi aconselhado por amigos, principalmente Oliveira Lima, a procurar outras praças, em razão dos problemas da inveja aqui no Recife algo que, segundo se especula, poderia ter sua origem no nosso processo de formação histórica, forjado nessas oligarquias familiares, num perfil que se aproxima bastante do conceito de familismo amoral cunhado pelo cientista político americano Edward Banfield. Ou seja, os recursos públicos e o exercício do poder não se constituem algo do interesse comum, mais são apropriados, de maneira nada republicana, por nucleações familiares, seus agredados e áulicos. 

"Fazer críticas no Recife, Deus do céu! É o mesmo que querer usar patins sob aquele céu ardente", adevetiu Oliveira Lima ao amigo. Professores mais próximos de Gilberto, como Armstrong, sugeriram até mesmo que ele permanecesse em solo americano e escrevesse em inglês, o que o antropólogo recusou, observando que não saberia dançar em inglês, o que ele fazia tão bem no idioma de Camões. Gilberto acabou voltando ao Recife, onde teve um começo profissional com alguns atropelos e não deixou de fazer alguns inimigos, como reflexo das advertências de Oliveira Lima. 

Nascido em Vitória de  Santo Antão, cidade da Zona da Mata Centro do Estado de Pernambuco, filho de um alfaiate e de uma dona de casa, o escritor Osman Lins encontrou inúmeras dificuldades em ser legitimado na sua condição de escritor. Sua carreira só deslanchou quando mudou-se para o Estado do Rio de Janeiro, em ambiente mais promissor culturalmente e, possivelmente, menos invejoso. Mesmo com o seu talento para a escrita já reconhecido, era tratado pelos gestores de uma agência de um banco no Recife, instituição onde trabalhava, como um simples bancário. 

Alguns anos depois, alcançando projeção nacional como escritor, o banco, sugerindo-se o reconhecimento de uma eventual injustiça inicial,  o convida para uma exposição. Ele se recusa a participar. Estava revendo em nossos papéis, uma resenha que fizemos, ainda no CAC\UFPE, sobre o romance Avalovara, um dos mais importantes de sua carreira literária. À época, fomos conhecer a sua cidade natal, onde, ao longo de sua obra, alguns logradouros públicos são mencionados. 

Há pouco dias, lemos um texto escrito por Marcus Prado, publicado no Diário de Pernambuco, alusivo ao centenário de seu nascimento, onde o autor faz referências às suas experiencias na zona rural da cidade de Vitória de Santo Antão, onde o escritor nasceu. Vivências rurais nada comparáveis ao Menino de Engenho de José Lins do Rego, mas, nem por isso menos importante. Osman era muito exigente com sua escrita. Como ele mesmo admitiu, chegou ao limite de sua criatividade com o romance Avalovara que levou um bom tempo para ser concluído. Essa exigência pessoal, segundo Regina Igel, que escreveu uma biografia intelectual do escritor, devia-se à inspiração do pai, que era alfaiate, sempre preocupados com as linhas e os cortes retos e precisos. 

Agora no dia 05 de julho, se estivesse vivo, Osman Lins comemoraria os seus cem anos. É lamentável que governos e instituições não prestem uma homenagem a um dos maiores escritores do Estado e do país. Não estamos observando nenhuma movimentação neste sentido. Há muitas histórias sobre o escritor pernambucano. Escrevemos um longo texto tratando deste assunto, mas ficou mais parecendo com um ensaio, incompatível aos limites impostos por este blog. 

Editorial: Os golpistas que fugiram para o exterior.



Os rumores políticos indicam que a possibilidade de uma  anistia ampla, geral e irrestrita estaria sendo discutida entre os parlamentares, aproveitando o momento talvez mais oportuno para fazê-lo, ou seja, o da sucessão nas duas Casas Legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Do ponto de vista jurídico, tal possibilidade inexiste - e acreditamos que eles estão convencidos disso - mas do ponto de vista político, tudo é possível. A turma consegue dá nó em água por aqui, sobretudo num momento onde os candidatos à presidência desses poderes estão naquela fase de contagem dos votos. 

Por enquanto, é cada um por si entre aqueles que já foram condenados por participarem dos atos golpistas do dia 08 de janeiro. Começou a circular pelas redes sociais, no entanto, a informação de que alguns desses condenados, cumprindo pena em regime aberto com o uso de tornozeleiras eletrônicas, estariam fugindo parao exterior. Isso é uma questão que precisa ser investigada pela Polícia Federal, para saber se, de fato, procede essa suspeita ou possibilidade real.

Alguns deles estão com as suas vidas completamente destroçadas, depois de se aventurarem a embarcar nessa canoa furada, insuflados pelas redes sociais e por lideranças políticas irresponsáveis, apostando na irreversibilidade do processo e na impunidade. Até agentes de Estado se recusaram a cumprir com suas funções constitucionais naquele dia e estão presos, sem salários, possivelmente correndo o risco de perderem a patente conquistada com grande esforço. Outro dia um deles pediu liberação para participar das provas de um novo concurso público.   

Editorial: Paulo Pimenta é nomeado Autoridade Extraordinária para Reconstrução do Rio Grande do Sul.


O Ministro da Secreataria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, foi confirmado como Autoridade do Governo Federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul. A informação aqui é de fonte oficial. Convém fazer tal ressalva, depois da enxurrada de notícias falsas envolvendo os problemas que os gaúchos estão enfrentando neste momento, algo que já se tornou caso de polícia, uma vez que a Polícia Federal foi acionada para investigar os irresponsáveis que estão plantando essas fake news. O próprio Paulo Pimenta já foi vítima de uma tentativa de lacração. Teve um diáologo gravado por um prefeito de um município do Estado.  

Há una série de questões envolvendo aquele Estado, inclusive sobre a gestão do governador Eduardo Leite(PSDB-RS), mas preferimos não abordá-las neste momento para evitar maiores polêmicas. Uma em particular, porém, chama muito a nossa atenção pelo inusitado da situação. Há um vídeo onde se sugere que o governador do Estado estaria preocupado com o montante de doações de alimentos e roupas enviadas, em razão dos problemas que isso poderia acarretar para o comércio local.

É preciso que isso seja, de fato, confirmado ou não, uma vez que a tal da inteligência artificial está sendo utilizada para fins escusos. No Estado vizinho da Paraíba, ocorreu de uma gravação ser veiculada com a fala fake de um parlamentar, o que está dando uma tremenda confusão por aquelas bandas. Como repetimos sempre, estamos vivendo tempos sombrios ou bicudos, onde as precauções se impõem.       

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 14 de maio de 2024

Editorial: Lula demite Jean Paul Prates da Petrobras.


O presidente Lula demitiu o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de acordo com informações da Revista Carta Capital. A situação de Prates ficou praticamente insustentável na estatal, depois de uma série de divergências internas com membros do próprio Governo Lula. Segundo informações dos escaninhos da política, especula-se que Lula teria sondado o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, para assumir a presidência daqueala estatal. 

Nos últimos dias, em busca do tempo perdido, Jean Paul Prates passou a adotar algumas medidas mais em consonância com as diretrizes do Governo, mas sua sorte já estava selada. Aguardava-se, tão somente, o melhor momento para se comunicar o seu afastamento do cargo, o que ocorreu hoje, mesmo quando todas as atenções do Governo Lula estejam voltadas para a tragédia que se abate sobre o Rio Grande do Sul. 

Assume interinamente em seu lugar a senhora Magda Chambriard, que ocupou o cargo de diretora-chefe da Agência Nacional de Petróleo durante o Governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Por enquanto, depois de Mercadante, nem mesmo as coxias sugerem algum outro nome cotado para assumir o posto. Se Mercadante assumir seria muito maos por uma imposição política do que propriamente motivado por algum interesse pessoal. Ele está muito bem no BNDES. 

Editorial: O dentista preferido dos milicianos.



Nesses tempos bicudos que o país atravessa, não seria surpresa se chegássemos a estabelecer tal status da chamada deste editorial para essas figuras execráveis, que agem ao arrepio das leis, ou seja, os milicianos. Antes era comum afirmarmos algo sobre o dentista preferido do artistas, das estrelas, ou mesmo o cabeleleiro preferido do Sílvio Santos, coisas assim. Até o ex-presidente José Sarney, que completou 94 anos recentemente, ainda mantém sua fidelidade a um cabeleireiro de longas datas. Aqui na regição Nordeste se diz que mulher, cabeleireiro e alfaiate a gente só tem um. Para o católico tradicional, a rigor, a fidelidade ainda é mais severa. Casamento só se acaba com a morte de um dos cônjuges. 

Hoje, dentistas talvez não entrem nessa galeria de fidelidade, porque os preços são salgados e apenas poucos bolsos suportariam manter tal atitude. Mas, a rigor, tudo está mudando e numa velocidade espantosa. A classe média alta talvez ainda possa se dar ao luxo de manter estes profissionais de sua preferência. Até recentemente, a Polícia Federal estranhou um fato curioso. Há, na região de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, área dominada pela  milícia, um profissional que se tornou o preferido dos chefes desses grupos milicianos. Nove em cada dez miliciano procuram o seu consultório para realizarem tratamento dentário. 

O mais inusitado disso tudo, entretanto, e que deixou os policiais de orelha em pé, é que um ex-agente do Estado que, supostamente, estaria envolvido na trama que culminou com a morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, costumava frequentar o mesmo local. Ele confiava tanto no trabalho deste profissional que se deslocava do Recreio dos Bandeirantes para o Rio das Ostras, apenas para ser atendido por ele. Haja fidelidade! 

Editorial: Lula continua como única alternativa do campo progressista para as eleições presidenciais de 2026.


Não deve ser uma tarefa simples conduzir uma máquina federal, estadual ou municipal, daí entendermos como sinceras as declarações de Lula afirmando que, após este terceiro mandato, gostaria de descansar um pouco, aproveitar sua aposentadoria junto à esposa. Nesses momentos bicudos de instabilidade institucional,então, Lula, como observou o prefeito um prefeito de uma de nossas capitais, em entrevista recente concedida a uma revista circulação nacional, ainda tem a tarefa de governar sob o assédio de forças de perfil autoritário, e tentar reconstruir um Estado desmontado pelo bolsonarismo. 

Soma-se isso as intempéries da natureza, como esta que ocorre no Rio Grande do Sul, onde, além de atender às incomensuráveis demandas das vítimas, o Governo também precisa administrar os danos oriundos da máquina irresponsável de produção de fake news, em alguns casos, encetadas por membros inconsequentes desta oposição. A AGU acionou o Supremo Tribunal Federal para que tome as providências atinentes ao caso. A relatora do inquérito, por sorteio, será a Ministra Cármem Lúcia.   

Em meio às tormentas políticas e naturais, no entanto, o líder petista é o único e exclusivo representante do campo democrático e progressista para enfrentar as forças oposicionistas nas eleições presidenciais de 2026. A oposição bolsonarista, como fez recentemente ainda possui a prerrogativa de testar alguns nomes que se mostram competitivos para o pleito de 2026, uma vez confirmada a inelegilbilidade de Jair Bolsonaro. O elenco de possibilidades é relativamente expressivo. No campo democrático e progressista, no entanto, a única alternativa, de novo, é o próprio Lula. Pelo andar da carruagem política, o morubixaba terá que adiar a aposentadoria mais uma vez.  

Editorial: Era necessário mesmo importar arroz?


Em discurso recente, durante cerimônia oficial, falando de improviso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ter errado ao não importar arroz. Isso ocorreu um pouco antes da tragédia que se abateu sobre os nossos irmãos do sul. Com as enchentes inundando algumas plantações do produto no Rio Grande do Sul, um dos nossos grandes produtores de arroz, essa tese ficou ainda mais reforçada, desta vez traduzida em milhões de toneladas do produto, que serão importadas, segundo anúncio oficial do Governo. Os números são expressivos. Seriam um milhão de toneladas ao custo de R$ 416 milhões.  

É sempre bom ouvir as pessoas que estão lidando no dia-a-dia com a situação. O presidente da Federarroz ( Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Alexandre Velho, sugere que não há a menor necessidade da importação do produto, pois não haveria hipótese de desabastecimento, uma vez que a safra fora colhida antes das enchentes. Existe o problema do escoamento da safra,mas, mesmo assim, seria um problema menor, contornado em pouco tempo.   

Em meio a esse impasse, de antemão, já estamos aqui diante de dois problemas, sobretudo como reflexo desses tempos bicudos que o país atravessa, de banalização de fake news, que não respeita nem os momentos de calamidades públicas. Divergências sobre a questão entre produtores e o Governo, cujas relações já não são das melhores, além de uma onda de boataria que começa a tomar conta do varejo, com denúncias de desabastecimento artificial com o propósito de especulação sobre o preço do produto e eventuais estoques de arroz pela população, o que seria desnecessário. 

Convém salientar aqui, entretanto, conforme observamos antes, que a decisão do Governo Lula em importar o produto foi tomada antes das ocorrências no Rio Grande do Sul. Por essa época, já se observava, por algum motivo, o aumento do preço do produto nas gôndolas dos supermercados, o que, muito possivelmente, estaria contribuindo para a perda de popularidade do Governo. Curioso que Lula passou a incorporar, desde então, o arroz nos seus discursos de improvisos.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 13 de maio de 2024

Editorial: PT adia mais uma vez decisão sobre as eleições municipais em João Pessoa.



Reunido hoje, dia 13, o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT adiou, mais uma vez, a decisao sobre como será o posicionamento da legenda nas próximas eleições municipais. O próximo capítulo dessa novela está programado para o dia 20\05. 
A legenda se divide entre uma candidatura própria ou o apoio a um nome que possa representar alguma perspectiva de êxito no pleito, de preferência incorpando alguns tópicos da agenda do chamado campo progressista. 

Neste aspecto, se o partido não caminhar para uma candidatura própria - entre os deputados estaduais Cida Ramos e Luciano Cartaxo, ambos filiados ao partido - o candidato que mais se aproxima desse eixo, que já conta, inclusive, com o apoio do governador socialista João Azevêdo, é o do atual gestor da cidade, Cícero Lucena, do Progressistas, que lidera a disputa até este momento, segundo as pesquisas de intenção de voto. Cícero concorre à reeleição e o governador João Azevêdo(PSB-PB) é um aliado do Planalto. 

Conforme já tivemos a oportunidade de expor por aqui, essa demora na definição prejudica sensivelmebte os planos dos diretórios municipais e estaduais da legenda naquela praça. Até mesmo a opção por uma candidatura própria hoje já seria prejudicada. Diante dessa novela, penso que até o GTE já teria chegado à conclusão de que as prévias seriam o melhor caminho a seguir. O melhor e mais democrático. Registre-se.  

Editorial: Lula venceria Tarcísio por 46% a 40%, diz pesquisa do Instituto Quaest\Genial.


Se as eleições presidenciais de 2026 fossem realiazadas em maio, mais precisamente nesta primeira quinzena, o presiente Luiz Inácio Lula da Silva venceria aquele adversário que se apresenta como a principal alternativa do campo bolsonarista e conservador para as eleições de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O placar seria de 46% a 40% por cento, sendo esta a notícia boa da segunda-feira, depois de publicarmos por aqui, o percentual de eleitores que não se dispõem a referendar um quarto mandato para o petista. 

Numa confirmação da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, a disposição de disputar as eleições presidenciais de 2026 não seria mais uma questão de decisão pessoal do governador, dada a centrífuga de forças que começaram a moer em torno desse projeto. Em resumo, não seria uma decisão apenas dele, mas de um conjunto de forças que começam a atuar em seu entorno, do ponto de vista político, econômico e midiático.  

Do lado governista, conforme ja comentamos na postagem anterior, o PT não se preocupou em forjar novas lideranças capazes de enfrentar as urnas representando o conjunto das forças do campo progressista de nossa sociedade.Isso se constitui, de fato, num problema. A rigor, já teria chegado a hora do presidente passar o bastão para outra liderança, conforme ele mesmo advogava ao assumir este terceiro mandato.     

Editorial: 42% dos eleitores brasileiros acham que Lula merece uma nova chance em 2026



A pesquisa está saíndo das fornalhas, ainda quentinha como aquele pão francês da padaria da esquina, e deve suscitar, ao longo da semana, muitas polêmicas entre analistas e formadores de opinião. Além, obviamente, de alguma preocupação no Palácio do Planatlo. É que a maioria dos eleitores ouvidos pelo Instituto Genial\Quaest não acham que Lula mereça uma nova chance em 2026. Enquanro 42% consideram tal possibilidade possível, 55% não acham que ele mereça uma nova chance. 

A pesquisa do Instituto foi realizada no período de 2 a 6 de maio, ouviu 2045 eleitores em todo o Brasil. O Nordese continua sendo a região onde a resiliência do petista permanece maior. Sabe-se que o PL andaou encomendando uma pesquisa recentemente sobre a situação dos potenciais adversários de Lula em 2026, entre os quais, o governador paulista Tarcísio de Freitas e a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro. Michelle teria apresentado um performance melhor, mas os caciques da legenda consideram que o governador paulista ainda é a bola da vez para um eventual novo confronto entre bolsonaristas e petistas. 

No caso da pesquisa divulgada no dia de hoje, não se sugere uma disputa. Trata-se apenas de uma sondagem sobre aqueles eleitores que ainda consideram um nova chance para o petista exercer um quarto mandato. O PT recente-se de um grave problema de oligarquização, o que praticamente impediu que novas lideranças pudessem surgir no horizonte com credenciais suficientes, inclusive eleitorais, para subtituir o morubixaba petista. O PT tornou-se dependente de Lula.     

Editorial: Ministro Luiz Fux será o relator do recurso impetrado pela defesa de Bolsonaro contra a sua inelegibilidade.



Para os bolsonaristas mais radicais, não existe um plano "B" para as eleições presidenciais de 2026. O nome do capitão estará nas urnas eletrônicas ou, de preferência, nas cédulas eleitorais, já que eles desconfiam da tecnologia, conforme depreende-se. Aliás, foi exatamente este descrédito, tornado público junto a embaixadores estrangeiros, em reunião palaciana, que tornou o ex-presidente inelegível pelos próximos 08 anos. O poder indutor do capitão projetou essa versão esdrúxula junto aos seus eleitores e alguns assessores diretos, produzindo uma série de transtornos para o nosso ambiente democrático.  

Segundo avaliações, Bolsonaro possui uma boa banca de advogados. A trincheira jurídica vai continuar operando, mas eles estão abrindo uma outra trincheira, a política, principalmente num ano de renovação dos mandatos dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Juridicamente, não enxergamos alguma solução para o impasse que envolve a inelegibilidade do ex-presidente. As possibilidades de o Supremo Tribunal Federal se contrapor ou revogar uma decisão TSE são quase nulas. 

Do ponto de vista da política, neste terreno tudo é possivel. Os bolsonaristas negociam nas duas Casas Legislativa uma agenda que envolva a anistia aos participantes do 08 de janeiro, além de uma revogação da inelegibilidade do ex-presidente. O poder de barganha é bastante razoável. Afinal, são 102 Deputados Federais, além de 13 senadores filiados à legenda, num momento onde o que conta mesmo são as expectativas de poder efetivo naquelas Casas.  

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo