O jornal Folha de São Paulo dedica uma longa matéria ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Afora aquilo que todos já sabem - como as suas aspirações presidenciais, por exemplo - apenas uma crítica aos métodos políticos do pernambucano, que, apesar, de adepto da meritocracia, do regime de metas na administração pública e da modernização do Estado, adota tradicionais recursos usados pelos coronéis da política, como a cooptação de adversários. A dinâmica da política tem regras próprias e nenhum ator chegar lá propondo mudanças substantivas nas “regras do jogo”. Trata-se de um mingau quente, onde a sabedoria popular nos recomenda comer belas beiradas, para não se queimar. São mais de 500 anos de práticas patrimonialistas, quase não se definindo a fronteira entre vida privada e res publica. Outro dia, através de uma artigo, fizemos um questionamento bastante interessante: será que todas as demandas da base de sustentação política de Eduardo Campos são transformadas em metas de caráter técnico pelo seu núcleo gestor, como ele costuma enfatizar. Evidentemente que não. Portanto, embora advogue essas teses, certamente seu cotidiano político vai estar eivados de práticas políticas tradicionais, não se constituindo nenhum novidade a observação da Folha de São Paulo. Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, também comentou muito sobre o assunto, mas, salvo algumas exceções, ainda são mantidos mais de 22 mil servidores em cargos de confiança, para os quais a exigência de perfil técnico é subtraída pela indicação política. Eduardo também precisa tomar alguns cuidados com a questão do meio ambiente. Apesar dos avanços obtidos com a presença do PV no secretariado, o fato é que a oposição ainda encontra muita municição para atacá-lo. Se, no Estado, ele conseguiu a proesa de isolar a oposição – como afirma o jornal paulista – isso pode constituir-se num problema para as suas costuras presidenciais. No mais, sem falsa modéstia, parece até que o pessoal da Folha anda lendo Jolugue.
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