Parece-nos que o bispo Marcelo Crivella já vem cumprindo o seu principal papel no Ministério da Pesca, ou seja, desembarcar o seu PRB no colo da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad e, de quebra, convencer os evangélicos de que Haddad não é, necessariamente, um demônio travestido de candidato à Prefeitura de São Paulo. O bispo cumpre muito bem esse papel. Conforme o Blog do Jolugue informou, num momento de dificuldade da candidatura de Dilma à presidência da República, foi Crivella quem tratou de dissuadir uma série de boatos que se espalhavam sobre a então candidata. Comenta-se que o bispo já anda fazendo pronunciamentos públicos sobre as controvérsias de Fernando Haddad em relação ao chamado “kit gay”, um outro tomate que será atirado ao palanque do candidato de Lula. O Ministério da Pesca tornou-se um penduricalho burocrático e nada mais. Os dois últimos indicados para o órgão, Luiz Sérgio e o bispo Crivella, não entendem nada do assunto. Crivella já declarou que não sabe colocar uma minhoca no anzol. O editor do blog convidaria o ministro para conhecer a comunidade quilombola de São Lourenço, um distrito da cidade de Goiana, onde, com frequência, levamos nossos alunos. Trata-se de uma comunidade bastante empobrecida, vilipendiada do ponto de vista social, econômico, político e ambiental. Numa semana convivendo com José do Nascimento, o Jipe, e dona Sebastiana, descendo aos manguezais – como fazemos com os alunos – ele sairia com um doutorado no que concerne às agruras enfrentadas pelos trabalhadores do mar. Em seu gabinete de Brasília ele continuará entendendo muito pouco sobre o assunto. Um belo dia, consoante as nuvens políticas negras que rondam São Paulo, poderá ser afastado do cargo por telefone, como ocorreu com Luiz Sérgio.
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