pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : A ressaca do movimento pró-impeachment
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A ressaca do movimento pró-impeachment






José Luiz Gomes

A presidente Dilma Rousseff completa idade nova no dia de hoje, 14 de dezembro. Certamente, o melhor presente para ela serão os relatórios dos assessores do Planalto sobre as manifestações pró-impeachment, ocorrida no dia de ontem. Em todo o Brasil, essas manifestações resultaram num grande fiasco. Cumpre, agora, fazermos alguns comentários que se aproximem da realidade, tentando entender o que teria ocorrido, motivando o arrefecimento desse movimento. Os organizadores do movimento - por razões óbvias - estão emudecidos ou tentando manipular a realidade. Um jornaleco, comprometido com o movimento, até divulgou uma foto com as manifestações anteriores, como se fossem as ocorridas no dia de ontem. Eles são muito arrogantes para fazerem uma auto-crítica.

Um outro fato a ser observado foi a cobertura tendenciosa da mídia golpista, fazendo uma "ginástica" no discurso, que até poderia interessar aos estudiosos do assunto. Logo cedo, a emissora do plim plim, dava seus flashes, informando que a multidão estava chegando aos locais de concentração. Na realidade, essa multidão nunca chegou, mas o objetivo era claro. Levar as pessoas às ruas. Governadores tucanos também deram uma força ao movimento, como no caso de São Paulo, onde houve uma antecipação da abertura dos portões do metrô. Nada disso funcionou. O movimento é cada vez mais circunscrito, se fechando aos grupos mais radicais, identificados com práticas fascistas ou regimes políticos fechados. Está havendo uma espécie de "depuração". Os mais consequentes parecem se afastar dessa aventura, de consequências imprevisíveis para a saúde de nossas já frágeis instituições democráticas.

Antecipo que o rito do impeachment está previsto na nossa Constituição, não sendo, necessariamente, algo que atente contra os interesses republicanos. Ao contrário, é um instrumento que atua em sua defesa, apeando do poder governantes que não se pautam pelos princípios que regem a gestão da máquina pública. Por ser previsto, ele se orienta por um conjunto de fatores que justificam sua aplicação. Juristas e até a OAB já se pronunciaram sobre a fragilidade jurídica desse pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, justificado pelas tais pedaladas fiscais, uma prática corriqueira no nosso mundo político. Até um dos atores mais interessados nesse desfecho, o vice-presidente Michel Temer(PMDB), também era chegado a umas pedaladas. É só consultar o Ciro Gomes(PDT). 

Politicamente, o que viria depois de um impeachment da presidente Dilma Rousseff não seria um paraíso de normalidade política e econômica. Ao contrário, a tendência é que a turbulência aumente sensivelmente. Não seria fácil esse "arranjo" político de conciliação nacional, liderado pelo PMDB, com seus atores políticos mais sujos do que pau de galinheiro quando o assunto é corrupção da máquina pública. A crise econômica e política deve agravar-se em 2016, com migo ou sem migo, como diria um grande craque alvirrubro, da década de 70, Dedeu. Equívocos foram cometidos e esse agravamento é contingencial. Nada nos informa que um superministro - como se prevê que José Serra poderia tornar-se - conseguiria o milagre de reverter esta situação. Lembro agora que, quando houve o corte de 69,9 bilhões nas contas públicas, Joaquim Levi não compareceu ao evento, externando sua insatisfação com a tesoura. Desejava muito mais. Dilma tentou poupar dos cortes alguns programas sociais tidos como estratégicos para o petismo. 

O argumento de que houve pouco tempo para mobilizar a turma do pró-impeachment é furado, uma vez que eles estão mobilizados desde sempre. Nas redes sociais, nas ruas, desancando e "cassando" petistas nos restaurantes, saguões de aeroportos, livrarias, logradouros públicos e até nas repartições federais, hoje recheadas de "coxinhas". Há um clima de recrudescimento da intolerância no Brasil, dirigidos a alguns grupos sociais específicos, o que sugere que o fascismo já está entre nós. 

Neste período do ano, as pessoas estariam mais preocupadas com as festividades natalinas, ou seja, a galinha gorda é prioritária. Dissemos galinha gorda, porque, diante da crise, certamente, o tradicional queijo do reino e o peru poderão estar ausente de algumas mesas. Se esse é um argumento para o arrefecimento, sugiro aos organizadores marcarem a próxima mobilização para o dia 31 de dezembro, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Certamente, uma multidão deverá comparecer ao evento.

O improvável impeachment ficou com a cara de Eduardo Cunha e Temer, como sugere o jornalista Gilberto Dimenstein, em sua página na rede Facebook. Esses caras não inspiram a menor confiança. Na realidade, são políticos que deveriam estar fora da vida pública há bastante tempo. O que nós precisamos é aperfeiçoar o nosso sistema político, evitando que figuras dessa estirpe jamais ascendem ao exercício de algum cargo público. Tirar Dilma para entregar o poder a essa corja é uma tremenda "roubada". Não existe um fato juridicamente forte para tirar a presidente, emenda Dimenstein. 






2 comentários:

  1. Primeiro 5 manifestações em um ano não se espera o mesmo comparecimento.Segundo,a popularidade da presidente não passa de 10%.E por último, ainda que as manifestações fossem menores ,o Brasil tá quebrado,defenestrado,com recessão e inflação nunca vistos.A corrupção tomou conta e Dilma e Lula em 13 anos só fizeram merda.Por isso amigo,eu mesma não fui,mas por mim a Dilma e o Lula estariam esquartejados e bem enterrados.

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  2. Bom dia, Dulcita Brennand.

    Divergimos quanto à avaliação dos governos da Coalizão Petista. Admitimos, entretanto, que a conjuntura política e econômica do país não e nada boa, com previsões de agravamento da crise no próximo ano. Quanto ao arrefecimento do movimento pró-impeachment, há várias hipóteses para isso. Abraços e apareça mais vezes por aqui. Obrigado pela leitura do blog.

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