pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan Filho: O quarto mandado
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Michel Zaidan Filho: O quarto mandado


A JUSTIÇA FEDERAL,  por ordem do magistrado Teori  Zavascki, ministro-relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), expediu 4 (quatro) mandados de busca e apreensão de documentos, aparelhos em domicílios, empresas públicas e escritórios políticos aqui em Pernambuco, com o objetivo de impedir a destruição de provas ou indícios da participação criminosa de políticos e empresários no esquema fraudulento de desvio de dinheiro proveniente da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. O mesmo número de mandados (4) foi confirmado pelas informações prestadas pelos meios de comunicação, em cadeia nacional. De Brasília, onde foram prestadas as informações, ao Recife, ocasião em que uma emissora local de Televisão repercutiu as notícias, ao lado do assessor de comunicação da Polícia Federal, o senhor Giovanni Santoro, os quatro mandados viraram 3 (três). 

Depois, a repórter informou que um havia sido suspenso. Curiosamente, o nome dos investigados nessa operação (Catilinárias) não foi mencionado, nem pela repórter nem pelo assessor da falta de comunicação. Em Brasília, em um telejornal   vespertino, a repórter mencionou rapidamente o nome do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), do empresário e dono do armazém “O Grillo” e da fazenda “Esperança”, e sócio do ex-governador Eduardo Campos (PSB), e o nome do próprio finado, e a sua fazenda em Brejão, Projeto Agropecuário: “Nossa Senhora de Nazaré”. Pois bem, a quem se destinava o quarto mandado, pedido pelo Ministério Público Federal, e suspenso pela Justiça, no caminho de Brasília a Recife?

Assim, vamos nos valer aqui das informações colhidas nos blogs de notícia, para esclarecer o destino do quarto mandado: essa ordem judicial se destinava a fazer uma busca e apreensão de documentos, aparelhos, planilhas, notas fiscais, rebibos e outros elementos de prova na casa de dona RENATA CAMPOS, viúva do senhor EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS. Quero afirmar, preventivamente, ao séquito da viúva e seus advogados, que essa notícia não foi inventada por mim. Está nas redes sociais. Infelizmente, os meios de comunicação de massa e, por incrível que pareça, nem o assessor – tão garboso – de comunicação da PF quis declinar, com a presteza e loquacidade que lhe são peculiares, os nomes dos envolvidos na operação de busca da PF em Pernambuco, nem quem era o alvo da busca do 4º mandado.  Por que?

Essa investigação corre sob segredo de Justiça? – Os nomes de um simples empresário e de um ex-governador falecido não podem ser mencionados? E por que o do senador do PSB foi? E por que a televisão em Brasília pode, ainda que rapidamente, mencionar os nomes dos três investigados em Pernambuco? Acaso, essas criaturas são inimputáveis? Estão acima da lei e do ordenamento jurídico do País? - Por que foram omitidas essas informações? – Qual o critério jornalístico da TV GLOBO do Nordeste para justificar essa clamorosa falha de comunicação? E por que a Polícia Federal preservou da indiscrição pública a nomeação dos políticos e empresários pernambucanos envolvidos na Operação-Lava Jato?

Não sabe a Polícia e a imprensa que a transparência e o acesso público às informações é um imperativo do pleno exercício da democracia e que os cidadãos e cidadãs têm todo o direito de saber o que é feito com o dinheiro público? E procurar a responsabilização civil e criminal dos que utilizam o Estado em função de interesses particulares ou de grupo? – Por que subtrair do crivo fiscalizador da opinião pública coisas tão graves, como essas que estão sendo reveladas nas delações premiadas, nas CPIs, nos inquéritos da Polícia Federal, em Curitiba, nos jornais (não vendidos), nas televisões (não censuradas), nas redes sociais e na boca do povo de um modo geral?


A quem interessa sonegar ou deixar de prestar  a informação correta, completa, íntegra aos que votam, pagam e sofrem as consequências dos inúmeros malfeitos da administração pública no Brasil?

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE

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Operação Catilinárias

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