pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Mais uma chacina cometida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Até quando?
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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mais uma chacina cometida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Até quando?

  Foto de rede social, tirada horas antes do fuzilamento (GuadalupeNews)

Os problemas de nossa Polícia, particularmente a Polícia Militar, são estruturais. Eles decorrem de inúmeros fatores, como a incapacidade de lidar com os padrões de precarização social de segmentos expressivos de nossa sociedade; a sua origem, bastante alinhada com os períodos de ruptura política vividos pelo país; Deficiências ainda muito graves no seu processo de formação. Possivelmente, se procurássemos, encontraríamos outras razões pelas quais poderíamos entender porque a nossa Polícia Militar é a que mais mata no mundo. Mas isso a gente deixa para os especialistas no assunto. 

De há muito se cogita a possibilidade de sua extinção, proposta sempre adiada, em razão do forte lobby político daquela corporação militar. Todos os dias, no entanto - e por todo o país - são registrados casos de operações equivocadas, ocultação de provas, chacinas, adulteração de cenas de crime, envolvendo a Polícia Militar. A última chacina ocorreu na Zona Norte do Rio de Janeiro, quando cinco jovens, amigos de infância, foram executados por três policiais militares. O jornalista Geneton Moraes Neto​, relata que se trata de um caso emblemático, quiçá um divisor de águas para que a sociedade possa repensar a atuação da PM. Aliás, pelo andar da carruagem política, repensar a sua própria existência. Não sei, Geneton. Na realidade, Essas operações, no jargão da própria polícia, tornaram-se o "padrão". Infelizmente.   

Se o critério for "casos emblemáticos", infelizmente, eles ocorrem todos os dias. De fato, a tragédia envolvendo a morte desses cinco jovens é algo chocante. Eles haviam saído para comprarem uns sanduíches, depois, de comemorarem juntos o recebimento do primeiro salário de um deles. Embora a Polícia Civil tenha informado que dois deles já tinham passagem pela polícia, no momento da chacina, eles não estavam cometendo nenhum delito, tampouco reagiram à abordagem policial. Aliás, suspeita-se de que tenha havido alguma abordagem. 

O que, de fato, ocorreu foi mesmo uma execução. Foram disparados 50 tiros. Os quatro policiais militares estão presos e responderão aos inquéritos militares e na justiça comum. Estão sendo acusados de homicídio doloso, assim como de adulteração da cena do crime, uma vez que tentaram "forjar" que os jovens haviam reagido. Um dos jovens ainda estava agonizando quando os parentes chegaram, mas foram impedidos de socorrê-lo. Não sei como me expressar para descrever tamanha crueldade. Externo meus sentimentos naquela lágrima que escorre do rosto de um pai enlutado, como na foto acima. Os jovens mortos foram: Roberto de Souza, 16 anos; Carlos Eduardo, 16 anos; Cleiton Correia de Souza, 18 anos; Wesley Castro, 20 anos; Wilton Esteves Domingos, 20 anos. 

Logo após esse episódio, li algumas coisas a respeito. Alguns textos pecam pelo preciosismo em tentar explicar, cientificamente, o comportamento da polícia numa sociedade como a nossa. Teorias existem muitas, assinadas por nomes credenciados do campo acadêmico. Mas, não raro, a prosa livre traduz de maneira mais didática aquilo que os teóricos tentam explicar. Num desses textos, sem aqueles clichês da academia, li o seguinte: Se você é pobre, se você é preto e se você é periférico, a polícia te matou ontem. Bem assim.

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