O "debate" em torno do pedido do impeachment da presidente Dilma Rousseff está produzindo algumas situações inusitadas aqui na província, reveladora do caráter e das verdadeiras intenções de alguns atores políticos. Há também contradições insustentáveis, como, por exemplo, a presença do Deputado Federal Silvio Costa, vice-líder do Governo Dilma, nos famosos "cozidos" promovidos pelo também Deputado Federal Jarbas Vasconcelos(PMDB), um conhecido apologista do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Pelo andar da carruagem política, esse cozido tende a azedar. Na realidade, esses "cozidos" promovidos por Jarbas Vasconcelos é uma roda política, de interesses bem-específicos. No último dele, o Deputado Sílvio Costa foi o primeiro a chegar, segundo noticiado pelos jornais locais.
Como não havia muitas convergências entre ambos, em nosso artigo semanal de monitoramento das próximas eleições municipais, fizemos alguns comentários sobre as reais motivações do senhor Sílvio Costa. Logo depois, os jornais especularam sobre possíveis movimentações e conversas em torno das eleições de 2016, no Recife, onde o seu filho, Sílvio Costa Filho(PDT), apresenta-se como possível alternativa. Mas, o que mais nos intrigam nesse impasse dos atores provinciano é a banalização desse conceito de "golpe" ao se referirem ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O conceito é aplicado consoante as conveniências de cada um. O rito do impeachment é perfeitamente compatível no contexto de um regime democrático, desde que satisfeita algumas pré-condições, como elementos concretos de malversações de recursos públicos por parte do dirigente. Como, no caso de Dilma, não há elementos técnicos e jurídicos que respaldem o pedido, a admissibilidade do pedido, então, passou a ser tratada pelos governistas como uma tentativa de golpe. Um golpe institucional, registre-se. A oposição, por razões óbvias, nunca endossou essa tese.
É bom que se diga que, na fala de um dos ministros do STF, ao justificar o seu voto, fica evidente a sua conclusão de que, pela forma como se pretendia dar prosseguimento ao processo, trata-se, de fato, de uma tentativa de golpe. Nos referimos aqui à famosa "Comissão do Cunha". Pois bem. A oposição não gostou das decisões tomadas pelo STF no que concerne ao rito do impeachment. Jarbas Vasconcelos vociferou que, aí sim, estava configurado um golpe, sob o patrocínio do Supremo Tribunal Federal. Na nossa modesta opinião, ao por ordem na casa, na realidade, o STF abortou uma tentativa de golpe.
Mesmo na condição de um dos convivas do "cozidão', o Deputado Sílvio Costa precisou retrucar Jarbas Vasconcelos, informando-o que ele estava equivocado. O próximo "cozido" da Praia do Janga deverá nos informar sobre a temperatura do termômetro da relação entre ambos. A relação entre ambos, admitida pelo próprio Silvio, sempre teve altos e baixos. Num passado recente, Sílvio teceu duras críticas a Jarbas, depois se derramando em elogios.
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