Há muito tempo que a imagem do Partido dos Trabalhadores vem sofrendo um profundo desgaste junto a alguns setores da opinião pública. Vários fatores contribuíram, de forma conjugada, para essa erosão de imagem, a começar pelo fracasso da tese de conduzir os negócios públicos dentro daquela ética republicana, à qual eles se aferravam, tempos atrás. Não foi o PT quem inventou a corrupção e, de fato, nunca se investigou e puniu tanto quanto nos governos da coalizão petista. Até recentemente, foi a Procuradoria-Geral da União que pediu a prisão do senador Delcídio Amaral, líder do Governo no Senado Federal, numa demonstração de independência de suas ações, algo que não se via nos governos tucanos. Ponto para Dilma Rousseff. Melhorou bastante a intenção de punir os malfeitos, assim como houve um incremento das ações dos órgãos de controle das contas públicas.
Mas isso parece que não sensibiliza o cidadão comum, tampouco os coxinhas da classe média que, movidos, na realidade, por outras motivações, atiram contra o Governo todos os dias. Nosso quadro político é caótico, sem perspectivas de que hajam mudanças a curto prazo. Não com esses atores que aí estão. Os petistas estão sendo hostilizados em praça pública. Não podem almoçar em restaurantes, comprar livros, viajar de avião ou coisas do gênero. Mas, sempre há um fundo do poço. Talvez o fundo do poço do PT seja definido na tarde de hoje, com a votação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que definirá o destino do atual presidente daquela Casa, o Deputado Federal Eduardo Cunha(PMDB).
O PT tem três votos no Conselho e o Cunha já avisou que, caso eles votem a favor do seu afastamento, ele acatará os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff. É chantagem de baixo nível. O destino do PT - ou aquilo que resta dele - está nas mãos desses três deputados. Se eles se deixarem capitular pelas chantagens de Eduardo Cunha, então, estarão dando o golpe de misericórdia na agremiação. A presidente Dilma Rousseff já afirmou que paga para ver.
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