Até recentemente, a cidade de Caruaru, aqui na região do Agreste pernambucano, ganhou manchete na imprensa nacional em razão da elevação dos índices de violência. Em pouco tempo, tornou-se uma das cidades mais violentas do Brasil, caso emblemático de um fenômeno já observado pelos analistas e pesquisadores do assunto, ou seja, uma tendência à interiorização do problema da violência. Acompanhando os noticiários do Estado da Paraíba, no último recesso, infelizmente tornou-se evidente a constatação de que na cidade de Campina Grande possa estar ocorrendo uma situação análoga à cidade de Caruaru. Diariamente foram notificados assassinatos, roubos a banco e estabelecimentos comerciais, além de outros delitos. Numa dessas investidas, os ladrões roubaram até mesmo as mamadeiras da criançada que caminhava para um hospital com a finalidade de receberam tratamento. Confundiram a Van como sendo de transporte de sacoleiros, vitimas constantes dessas investidas.
Ambas são cidades grandes, estratégicas, localizadas em regiões do interior. Não conheço muito bem a realidade de Campina Grande, mas Caruaru transformou-se numa rota de tráfico e consumo de drogas, o que, em algum sentido explica a elevação dos seus índices de violência. Em nenhum estudo mais consistente sobre o fenômeno esse dado pode ser negligenciado. Dada a repercussão negativa desses fatos, algumas medidas passaram a ser adotadas em ambas as cidades com o propósito de enfrentar o problema. Em Caruaru até um plano de contingência foi elaborado, com a criação de uma secretaria exclusiva para cuidar do assunto, dentro daquela perspectiva de que segurança pública é assunto de todos, envolvendo agentes públicos e privados. Em Campina Grande surgiu uma proposta curiosa. Curiosa e não menos polêmica. A partir das 20:00 horas os transportes coletivos apenas recebem as passagens através de cartões de embarque e não mais através de dinheiro em espécie.
Outra modalidade de delito que parece não demonstrar qualquer indicador de arrefecimento são as explosões de caixas eletrônicos ou agências bancárias em cidades do interior, apesar dos esforços das autoridades policiais, notadamente através dos serviços de inteligência, responsável pela prisão preventiva de quadrilhas nos dois Estados. Inclusive já se chegou à conclusão sobre ações conjuntas dessas quadrilhas, ou seja, seus operadores atuam nos dois Estados. Em Campina Grande, em mais uma dessas ações espetaculares, os ladrões explodiram uma agência da Caixa Econômica, localizado num shopping center local. O mais curioso, no entanto, ficaria para uma tentativa de explosão de uma agência bancária numa outra cidade do interior da Paraíba - que esqueço o nome, no momento . Na primeira tentativa, os ladrões não lograram êxito. Ousadamente, voltaram no dia seguinte para completar o serviço, sem que fossem impedidos pela polícia.
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