pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, na Paraíba: A nova aposta do governador Ricardo Coutinho
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sábado, 3 de fevereiro de 2018

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, na Paraíba: A nova aposta do governador Ricardo Coutinho


Resultado de imagem para João Azevedo/Ricardo Coutinho



José Luiz Gomes

Cientista Político




Nas eleições municipais de 2016, quando estava em disputa a prefeitura da cidade João Pessoa, o governador Ricardo Coutinho(PSB), em nossa modesta opinião, cometeu um desses graves equívocos políticos. Não foi fatal - como aquele que derrubou Piero Soderini nos tempos do Renascimento Italiano - mas o suficiente para ele sentir o efeito de uma certa soberba, ao ponto de alçar seus adversários políticos como potenciais postulantes à disputa do Palácio da Redenção, nestas eleições de 2018. Não vamos aqui nos deter nas conjecturas éticas ou morais - uma vez que o mestre florentino já nos produziu os ensinamentos suficientes para abdicarmos de algumas ilusões no campo da política - mas, a decisão de retirar o apoio ao então prefeito da capital à época, Luciano Agra(PSB), um grande aliado, se desconsideramos a deslealdade, pode se concluir por um erro estratégico. Ao invés de apoiar o pleito do então prefeito - que pretendia habilitar-se à disputa pelo seu partido, o PSB - Ricardo Coutinho tirou do colete o nome de uma auxiliar desconhecida Estelizabel Bezerra, que acabou perdendo a eleição para Luciano Cartaxo, do PT, com o apoio decisivo de Luciano Agra(PSB). Ambos infringiram uma fragorosa derrota ao governador Ricardo Coutinho.

A população de João Pessoa não conhecia Estelizabel Bezerra(PSB), mas conhecia muito bem a gestão de Luciana Agra e, parece, adotou uma lógica observado na política: rejeitou a traição do governador ao amigo e colaborador. Agra fez a melhor gestão de todos os tempos na cidade. Estava mais do que credenciado a habilitar-se ao cargo. Durante dois anos, revolucionou a gestão do município, transformando a capital do Estado num canteiro de obras  estruturadoras. Uma gestão limpa e eficiente, uma vez que também não havia acusações sobre a conduta pública dele e dos seus colaboradores. Pouco tempo depois da refrega, Agra faleceu, vítima de complicações cardíacas, mas seu legado ainda hoje é reconhecido pelos pessoenses. Quer saber quem é Agra? pergunte aos comerciantes da Peixaria de Tambaú, ali na praia do mesmo nome.

Muitas especulações depois, a hoje Deputada Estadual Estelizabel Bezerra apresentou seu currículo e credenciais políticas. Não ignoro sua experiência, a tradição política de sua família, tampouco a sua condição de grande colaboradora do governador Ricardo Coutinho. A questão é que Agra era a bola na marca do pênalti para a disputa daquele pleito. Estelizabel era uma ilustre desconhecida e Ricardo Coutinho deve ter se equivocado sobre a sua capacidade de eleger um poste. Se deu muito mal e ainda fomentou uma liderança política hoje em condições de disputar o Governo do Estado, o prefeito Luciano Cartaxo, que se elegeu pelo PT, mas hoje está filiado ao PSD, reunindo as condições de promover a gravitação de vários caciques da política local em torno do seu nome. Sua decisão de deixar o PT, naturalmente, repercutiu bastante no Estado e até mesmo sobre a Executiva Nacional da Legenda. Cartaxo foi o único prefeito de capital eleito pelo PT naquelas eleições.
 
O palanque da oposição ainda não está completamente definido, mas sabe-se que, nas coxias, o prefeito entabula conversas com as principais lideranças de oposição, como é o caso de José Maranhão(PMDB) e o senador Cássio Cunha Lima(PSDB). Evidente que os arranjos precisam ser muito bem costurados, quando se trata de uma negociação entre estrelas da constelação política do Estado. Vira e mexe, essas raposas admitem a possibilidade de encabeçarem uma chapa, em detrimento do prefeito postulante. A administração de Cartaxo é o que se poderia classificar como regular, sob críticas, mas vem tocando algumas intervenções importante na capital. Passou a ser conhecidos pelos moradores da capital como o prefeito das "praças", em razão de já ter inaugurados pelo menos duas dezenas delas em sua gestão.
 
O atual governador, Ricardo Coutinho, como se sabe, construiu uma carreira política meteórica, saindo de vereador a governador do Estado em poucos anos. Começou sua vida pública como sindicalista, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Ainda hoje guarda esse "sotaque", sempre apoiando Lula ou Dilma Rousseff nos pleitos presidenciais. A virtú política não guarda nenhuma relação com a ética ou a moral cristã, conforme ensinava o mestre florentino Nicolau Bernardo Maquiavel, volto a repetir. Ao longo dessa trajetória, bons companheiros foram deixados para trás. É expressivo o número de ex-aliados que se afastaram do projeto político do "Mago". Alguns deles responsáveis diretos pelo êxito de suas gestões. Entre seus aliados atuais, o governador Ricardo Coutinho sacou o nome do seu secretário de Infraestrutura, João Azevedo(PSB) para disputar o Governo do Estado nas eleições estaduais de 2018. Pode está cometendo o mesmo equívoco das eleições de 2016, numa decisão que, mais uma vez, pode ter sido orientada unicamente em razão de um desejo pessoal, sem aquela liga política fundamental numa disputa. Até o momento, a despeito da publicidade institucional, nos confidenciou uma fonte, seus índices não ultrapassam os 5%.


P.S.: Contexto Político: Dedico este artigo aos amigos da confraria da Serramalte, ali do Mercado Público da Tambaú. Jornalistas e blogueiros paraibanos já reproduzem nossos artigos em seus sites, mas pediram nossas considerações sobre a quadra política paraibana. Este artigo é uma primeira resposta às provocações. Um grande abraço a todos.




 
 
 
 

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