Através de Gilberto Kassab, o PT havia consturado um grande acordo político na Bahia, discutido, há algum tempo atrás, aqui no blog, a partir de matéria publicada na revista Veja, assinada pelo jornalista José Casado. Uma obra de engenharia política que envolvia renúncias e sacrifícios pessoais de alguns atores políticos, em nome, sobretudo, dos interesses nacionais envolvendo o PSD e o PT. O afago de Lula teria como objetivo trazer o partido de Kassab para encampar o projeto petista ainda no primeiro turno das eleições presidencias de outubro. Se antes isso era importante para o candidato do PT, hoje, tornou-se fundamentalmente importante, diante das dificuldades com as recentes pesquisas de intenção de voto, onde, a cada nova rodada, o presidente Jair Bolsonaro diminui sua diferença em relação ao petista.
Jogador hábil, Kassab sabe que o apoio que deixa maiores dividendos políticos ocorre no segundo momento, onde o poder de barganha torna-se mais significativo. O apoiador passa a ser sócio majoritário do condomínio do poder. Comenta-se nos escaninhos da política, em Brasília, que a filiação do governador Eduardo Leite(PSDB-RS) ao partido de Kassab é quase certa, assim como sua candidatura à Presidência de República, com o apoio de tucanos do bico fino.
Nestes dias, o governador estaria em Brasília, ajustando os últimos retoques do acerto. É bom que se diga que Eduardo Leite já foi testado em pesquisas de intenção de voto, sem que conseguisse se sobressair no pelotão da terceira via. Na Bahia, como observou Casado, vale a máxima atribuída ao grande jogador Garrincha, que, numa preleção, teria perguntado ao técnico se ele havia combinado as jogadas com o adversário. Ou seja, faltou combinar com as bases do partido, que rejeitaram veementemente a aliança com um representante do Centrão, João Leão(PP-BA), vice-governador, filiado ao PP, que ficaria no governo pelos próximos meses, com a saída de Rui Costa(PT-BA), que seria candidato ao Senado Federal.
Caso o acordo fosse materializado, Lula faria barba, cabelo e bigode, algo que desagradava profundamente o Planalto, que tem candidato naquela praça, o Ministro da Cidadania, o pernambucano João Roma. Com um estilo bem semelhante ao avô, uma espécie de referência política, somente em ter aceito o cargo de ministro do governo Bolsonaro, foi o suficiente para um grande desentendimento entre o ministro e o neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, que move moinhos para retomar o controle político do Estado.
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