O governador Cláudio Castro não se cansa de afirmar que a Operação Contenção, realizada pela polícias civil e militar no Complexo de favelas do Alemão e da Penha, foi um grande "sucesso". Em vídeo recente, ele aparece em no quartel-general do BOPE, se solidarizando com os familiares dos dois integrantes da tropa morto durante o confronto, prometendo maiores verbas e aumento de salário para o batalhão especializado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, uma tropa de elite que se configura entre as melhores forças especiais do mundo. Há pouco ficamos sabendo que o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que todas as informações sobre as ações policiais nas duas favelas sejam rigorosamente preservadas. Inclusive as perícias realizadas nos corpos.
Há quem tema algumas dessas anotações recolhidas, principalmente as planilhas encontradas na posse dos traficantes, mas isso já seria um outra discussão. Discussão das mais polêmicas, a começar pelo que vem sendo divulgado por alguns canais de comunicação, onde se revela o verdadeiro objetivo da operação, ou seja, impedir o avanço territorial do Comando Vermelho sobre áreas controladas pelas milícias. Talvez o governador considere a morte de traficantes ou a apreensão de armas como um indicador do sucesso da operação. Há de se considerar que, noutras ocasiões, quando o planejamento das operações não previam o chamado "Muro do BOPE", de fato, a mata era uma rota de fuga entre o Complexo da Penha para o Complexo de favelas do Alemão. Desta vez os traficantes foram emboscados.
Um grande mistério é como o BOPE foi plantado naquela área, uma vez que se presume que eles estavam ali muito antes do início da operação de asfalto, liderado pela Batalhão de Choque e o CORE, da Polícia Civil. Neste aspecto, não se pode minimizar o êxito estratégico da operação. Pouco tempo depois, ocorre a morte de 07 integrantes do Comando Vermelho, desta dez no Ceará, em confronto com a Polícia Militar do Estado, que se tornou uma das mais letais do país. Por razões óbvias, onde o crime organizado avança, a tendência é uma ação mais efetiva das forças de segurança do Estado, determinando o resultado desses índices. A maior taxa de letalidade entre as polícias do país está na Bahia.

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