Há poucos dias da indicação oficial de Jorge Messias para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF, o ex-presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, indicou que não gostaria de disputar uma nova eleição. Trata-se, na realidade, de uma sinalização clara de que uma eventual indicação para o STF seria muito bem-vinda. Pacheco tinha um padrinho político forte, o Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Segundo dizem, Pacheco também contaria com apoio de setores do Centrão, o que não seria de todo improvável, a despeito de suas arestas com a Oposição. Com padrinhos fortes assim, Pacheco não teria grandes dificuldades de ter seu nome referendado no Legislativo, embora a recusa de um nome na sabatina seja rara.
Messias, certamente, encontrará mais dificuldades. O problema de Messias é a grande proximidade com o líder petista e com o PT. Sugere-se que passou um pouco do ponto de corte republicano, o que seria desaconselhável a sua indicação para um dos Poderes da República. Insatisfeito pelo fato de ter sido preterido na indicação de Pacheco, Alcolumbre prepara o que a imprensa está denominando de uma pauta-bomba, ou seja, a apreciação de projetos indigestos para o Executivo, como este que prevê aposentadoria especial para agentes de saúde, o que implicaria num ônus pesado no orçamento. Algo que supera os bilhões, quando o Governo vem tentando raspar o tacho das despesas públicas.
A conta ficou bastante salgada para o Governo Lula 3. Neste climão, se as armas não forem depostas até lá, Messias encontrará algumas dificuldades durante a sabatina no Senado Federal. Talvez até maiores do que a Oposição deseja. Um fato que chamou a atenção de setores da Oposição foi a disposição do Ministro André Mendonça em aparar as arestas do indicado ao lugar de Luís Roberto Pacheco. Gestos civilizados e republicanos não são comuns neste ambiente político desgraçadamente polarizado. Hoje, 22, depois da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, grupos pró e contra estão se enfrentando na sede da Polícia Federal, em Brasília.

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