Finalmente, sugere-se que o Governo Lula está construindo um entendimento com o deputado federal Guilherme Derrite, relator do PL Antifacção. Existem alguns pontos polêmicos, como aquele dedicado ao trabalho da Polícia Federal no combate ao crime organizado, o que, convenhamos, seria um retrocesso inconstitucional. Até o eventual apoio do presidente Lula a um determinado candidato ao Senado Federal pelo estado da Paraíba, nas eleições de 2026, entrou nas negociações dos bastidores da política brasiliense. Hoje saiu uma nova pesquisa do Instituto Quaest Genial, sobre a aprovação do Governo Lula 3. Os escores, embora dentro da margem de erro entre aprovação e desaprovação, de alguma forma, não são alvissareiros, uma vez que indicam uma tendência, ou seja, de uma espécie de perda de tração ou esgotamento da capacidade do presidente Lula em recuperar seus índices de popularidade, o que ele vinha fazendo até recentemente.
Um dado ainda mais preocupante, concluído pelo próprio Instituto, é que este fato deveu-se à repercussão do posicionamento do presidente Lula acerca dos traficantes - aquela fala infeliz - e em relação aos reflexos da Operação Contenção, que teve o apoio de percentual expressivo da população, de acordo com os levantamentos realizados inclusive pelo próprio Instituto Quaest/Genial. O Governo Lula 3 já percebeu que precisa tomar alguns cuidados nesta área nefrálgica de segurança pública, onde a Oposição vem ganhando a narrativa. No dia de ontem, 11, ficamos sabendo que até o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, pode ser convocado a uma sessão da CPI do Crime Organizado. O requerimento partiria do senador Magno Malta, que já enfrentou até motosserra quando esteve à frente dos trabalhos numa dessas CPI's.
O projeto piloto de retomada de territórios ocupados por facções, que está sendo desenvolvido pelo Ministério da Justiça, no Rio Grande do Norte, se bem-sucedido, poderá se constituir num trunfo do Governo contra a Oposição, que mantém um discurso hoje mais afinado com o sentimento da população. Talvez por medo, diante do descalabro em que se transformou a segurança pública no país. Isso pouco importa. Os índices de aprovação de Cláudio Castro melhoram sensivelmente depois da Operação Contenção.

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