Pesquisas de institutos como o Datafolha e o Quaest\Genial aferiram aquilo que as ruas já haviam demonstrado acerca da opinião da população sobre a megaoperação realizada no complexo de favelas do Alemão e Penha, onde 121 pessoas foram mortas, inclusive quatro policiais, ou seja, insegura e com medo, a maioria da população carioca apoiou a chacina, alavancando a melhoria dos índices de popularidade do governador Cláudio Castro(PL-RJ). Somente na Quaest\Genial, ele obteve um expressivo aumento de dez pontos em seus índices, ou seja, saiu de 43% para 53%. Algo repentino, do dia para a noite, o que não é muito comum. Basta considerarmos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem revertendo seus índices negativos de popularidade, ou seja, um pontinho suado a cada nova pesquisa, em alguns casos ainda dentro da margem de erro.
Cláudio Castro vem cumprindo um script milimetricamente pensado. Vai liberar R$ 31 milhões em equipamentos para o BOPE, aumentou a gratificação dos policiais que atuam naquele batalhão de polícia especializada, visitou a sede do órgão e os enfermos que se encontram hospitalizados. Na missa do dia de finados, foi aplaudido de pé pelos presentes. Melhorou sensivelmente sua presença nas redes sociais. O mais estratégico da narrativa que está sendo construída pelo governador, no entanto, diz respeito ao fato de ele ter agido no vácuo deixado pelo Governo Federal, que não tomou iniciativa e tampouco o ajudou na missão nas favelas.
"Se não for para somar, suma". Este bem poderia ser o lema das ações de segurança pública encetadas pelo governo carioca daqui para a frente, fazendo questão de reafirmar que ele age, enquanto o Governo Federal tem sido reticente. Difícil saber se tal narrativa já estava sendo pensada antes das ações nas favelas da Penha e do Alemão, mas o fato é que ele percebeu este vácuo, de forte apelo popular, angariando o apoio de parcela da população; da corporação policial; de governadores da oposição; dos segmentos mais conservadores do resto do país.

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