pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 29 de junho de 2024

Editorial: Pablo Marçal poderia atrair o voto bolsonarista?

 


Em curva ascendente nas primeiras pesquisas de intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, o coach Pablo Marçal(PRTB-SP) passou a preocupar os demais concorrentes ao Edifício Matarazzo, principalmente o atual gestor da cidade, Ricardo Nunes(MDB-SP), que concorre à reeleição. A entrada de Pablo Marçal na disputa, inclusive, poderia ter apressado os ajustes finais com o PL, que acabou confirmando o nome do coronel Mello em sua chapa, na condição de vice candidato à prefeitura. 

O coronel Mello é ex-comandante da Rota - Rondas Ostensivas Tobias Aguiar - o que, em tese, estaria dificultando os acertos com segmentos que dão sustentação à frente que apoia o nome de Nunes. Curioso que, para apimentar tal disputa, havia indicações de nome de integrante da Polícia Civil, o que produziu alguns ruídos corporativos, além dos políticos. As duas últimas pesquisas publicadas sobre o pleito apontam algo em torno de 10% das intenções de voto para o empresário, o que poderia supor um eventual teto, mas ainda é cedo para concluirmos sobre tal hipótese. Quem apostava, por exemplo, na alavancagem da candidatura do apresentador José Luiz Datena, conforme demonstrado nessa última pesquisa do Instituto Quaest\Genial, onde ele aparece com 17% das intenções de voto? 

Uma coisa parece certa. A decisão do pleito será mesmo em segundo turno e Nunes aposta que o seu nome estará nas urnas para a decisão final do eleitor. Neste caso, se mantido o segundo pelotão sob controle, a tendência natural de Datena e de Marçal seria ou se manterem equidistantes ou pedirem aos seus eleitores para sufragar o nome de Nunes. Em princípio, não haveria a possibilidade do apoio ao nome de Guilherme Boulos. O que se sabe nas coxias, no entanto, é que Marçal estaria acionando seus dispositivos no sentido de prospectar o voto do eleitorado bolsonarista. Se será feliz nessa empreitada é uma outra questão. Mas ele tem perfil. Se o leitor deseja aprofundar essa e outras questões de conjuntura política, principalmente no tocante à próximas eleições municipais, assine e acesse com regularidade o nosso perfil na plataforma Privacy pelo link.   

Editorial: O consenso de que o Poder Legislativo deve ter a palavra final sobre as drogas.



Como é complexa essa questão das drogas. No dia de ontem, lemos várias situações que poderiam advir depois das resoluções da Suprema Corte em torno do assunto. Algumas delas são mera cortinas de fumaça em torno do assunto, pois já se sabe, há muito tempo, que as drogas circulam abertamente dentro do sistema penitenciário. No limite, em alguns casos específicos, elas extrapolam a condição de simples consumo entre os presidiários para se tornarem casos de tráfico propriamente ditos. 

Curioso que a análise do STF em torno do assunto se deu em razão de um presidiário que fazia uso de drogas para consumo dentro de uma unidade prisional. Como avaliar essa questão do ponto de vista jurídico? Pelo andar da carruagem politica - ou jurídica, para sermos mais precisos - integrante da própria Corte Suprema, Luiz Fux, entendeu que seria o momento de serenar os ânimos em torno do assunto, sugerindo que as prerrogativas de deliberar sobre o tema deveriam ficar sob o encargo do Poder Legislativo, que, juntamente com órgãos de saúde pública e especialistas no assunto, poderiam dirimir outras questões, como, por exemplo, a quantidade que se poderia considerar razoável para ser taxada de consumo. 

O presidente Lula fez uma declaração recente tratando dessas "prerrogativas", mas o mais importante a ser observado neste aspecto é a primazia do espírito de corpo que prevalece entre os parlamentares em torno do assunto. Senadores governistas advogam que o Congresso deve voltar a discutir a matéria e dá a palavra final em torno do assunto. Um raro momento de convergência entre governistas e oposicionistas. No final e ao cabo, convém ir se acostumando com a proposta draconiana aprovada no Legislativo em torno do assunto. Deseja continuar este papo de política conosco? Assine e recomende nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado pelo link.  

Editorial: "Não me peçam para fazer campanha", afirma Presidente do PT na Paraíba.



No dia de ontem, chegamos a ler, num desses site de notícias do Estado, algumas opiniões favoráveis à decisão da direção do PT em indicar o nome do Deputado Estadual Luciano Cartaxo para disputar a Prefeitura da Cidade de João Pessoa, nas próximas eleições municipais. O articulista argumentava que o PT se afirma como um grêmio competitivo no Estado; indica um candidato com potencial eleitoral, pois já administrou a cidade por dois mandatos, e, ainda, em última análise, pode apoiar o nome de Cícero Lucena no segundo turno com melhores condições de barganha. 

A candidatura de Cartaxo conta com padrinhos fortes e bem articulados nacionalmente, como é o caso do ex-governador Ricardo Coutinho e o Deputado Estadual Luiz Couto. A depender das instâncias burocráticas da legenda, a candidatura da Deputada Estadual, Cida Ramos, não teria a menor chance de lograr êxito. Cida Ramos, no entanto, seria o nome referendado pelos setores mais autênticos da legenda, os setores de base, orgânicos, conforme costumamos afirmar. 

Como o nosso feeling político nunca falha ou deixou de estar apurado, no dia de ontem, durante uma entrevista ao programa Arapuã Verdade, o Presidente Estadual da Legenda, Jackson Macedo, em matéria que repercutiu no site ClickPB, afirmou que a decisão contraria os interesses locais do partido e que não fará campanha para o candidato escolhido, pois o processo atropelou mecanismos internos. É petista, vota no partido, mas não sairá às ruas empunhando bandeirolas com o nome de Cartaxo. Deseja continuar essas discussões em torno deste assunto, assine nosso perfil da Privacy pelo link. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 28 de junho de 2024

Drops: O debate entre Joe Biden e Donald Trump.



Infelizmente, precisamos admitir que o candidato à reeleição, Joe Biden, do Partido Democrata, não esteve bem no debate presidencial de ontem à noite. Não se trata aqui de uma discussão em torno de ideias, de propostas de governo. O debate foi perdido para o Republicano Donald Trump porque Joe Biden não está bem de saúde. Isso já faz algum tempo, desde o momento em que ele foi eleito para a Presidência dos Estados pela primeira vez, quando seus estrategistas de campanha adotaram uma série de procedimentos com o propósito de não expor sua real condição de saúde. Duas questões são colocadas em torno do assunto. Quem, de fato, governa o país mais poderoso do mundo ou quem poderá substituir Joe Biden na corrida presidencial deste ano. No dia de hoje, em contato com eleitores, ele afirmou que continua no páreo. Seria uma questão humanitária alguém convencê-lo do contrário.  

Editorial: Capitão Wagner lidera as pesquisas para a Prefeitura de Fortaleza. Reflexo do "Voto Xerifão"?



O "Voto Xerifão" é um neologismo criado por este editor, que pode identificar uma tendência do eleitorado nessas últimas eleições, conforme explicamos por aqui. Trata-se de uma hipótese que precisa ser melhor investigada, naturalmente. Nada de muito conclusivo em torno do assunto. Por outro lado, a julgar pelo andar da carruagem política, não seria improvável que estejamos corretos em torno do assunto. Desde já, cobramos os direitos autorais. 

Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa e comecemos pelos dados técnicos da pesquisa do Instituto Datafolha sobre a corrida eleitoral na capital do Ceará. A pesquisa do Instituto foi realizada entre os dias 24 e 26, ouviu 644 pessoas da capital, está registrada no TSE sob o número CE-01909\2024, com margem de erro de 4 p.p, e índice de segurança ou confiabilidade de 95%. A pesquisa traz a liderança do Capitão Wagner, do União Brasil, um ilustre representante raiz do bolsonarismo, que já vem dando dor de cabeça aos segmentos progressistas do Estado há algum tempo. 

Como é do conhecimento dos leitores, tais segmentos andam às turras faz algum tempo, facilitando o trabalho da extrema-direita naquela praça. A briga envolve até irmãos de sangue, como se sabe, e não precisamos entrar nos detalhes mais escabrosos por aqui. Por outro lado, os representantes do campo conservador e de direita também alimentam lá suas rusgas, principalmente em razão da primazia de contar com o apoio do capitão Bolsonaro como padrinho político, como é o caso do próprio capitão Wagner e do Deputado Federal André Fernandes, do PL, que também disputa aquelas eleições. 

Ainda é cedo para tirarmos conclusões mais definitivas sobre o franco favoritismo de um dos candidatos naquelas eleições, uma vez que o segundo pelotão encontra-se tecnicamente empatado, dentro da margem de erro do instituto. Eis os números: 

Capitão Wagner( União Brasil)   33%

José Sarto( PDT)    16%

André Fernandes(PL)   12%

Evandro Leite(PT)   9%

Célio Studart(PSD)  8%

Eduardo Girão (Novo)   5%

  

Editorial: A "engenharia eleitoral" do pleito paulista calculada pelo staff de Ricardo Nunes.



As movimentações políticas em São Paulo começam a entrar numa fase bastante interessante, sobretudo depois da mexida no caldeirão eleitoral provocado pela ascendência da candidatura do apresentar José Luiz Datena(PSDB-SP), que pontuou com 17% das intenções de voto na última pesquisa realizada pelo Instituto Quaest\Genial, entrando para o pelotão de frente, entre os principais competidores. Mesmo que ainda se trabalhe com as inevitáveis margens de erro dos institutos, sugere-se, neste momento, considerando-se a série de pesquisas realizadas, uma tendência de liderança na disputa do candidato do MDB, Ricardo Nunes. 

Ontem foi divulgada uma pesquisa, igualmente realizada pelo Quaest\Genial, sobre a tendência ou não de o leitor paulistano votar num candidato se indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Deu empate técnico rigoroso: 20% a 19%. 60% do eleitorado afirma que não seguiram tais recomendações de voto, o que se traduz num percentual bastante expressivo de eleitores menos infensos às recomendações dos caciques eleitorais, mesmo numa eleição bastante polarizada. 

Diante do cenário de ascendência de Datena e a entrada do coach Pablo Marçal no jogo, o staff de campanha de Ricardo Nunes projeta alguns cálculos políticos sobre aquela disputa. Há um consenso de que a eleição seria decidida num segundo turno. Caso isso ocorra, com Nunes, obviamente liderando o pelotão, a tendência seria José Luiz Datena e Pablo Marçal apoiarem o nome de Nunes. Sem o apoio de Bolsonaro, mesmo com grande capilaridade nas redes sociais, o coach, em princípio, não seria uma grande ameaça. 

Boulos é um dos postulantes mais rejeitados pelo eleitorado, segundo apontam as pesquisas, e tal rejeição ocorre, curiosamente, entre eleitores de baixa renda, da periferia, o que talvez sugira conceber que a entrada de Marta Suplicy não o ajudou na tarefa de penetrar em tais redutos, conforme poderia ser o raciocínio do morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva, que moveu moinhos para indicá-la ao cargo, retirando-a da equipe de Ricardo Nunes, trazendo-a de volta ao PT.  

Já tratamos dessa questão por aqui, considerando, inclusive, os eventuais erros cometidos por Lula ao impor o nome de Marta como vice de Boulos. Sobre os cálculos políticos do staff de Nunes, convém guardar uma certa prudência, afinal, sobretudo numa eleição, não se combina com os adversários, conforme advertia o craque Garrincha. Essa e outras questões envolvendo essa disputa estão sendo aprofundadas em nosso perfil na rede Privacy, que o leitor pode assinar pelo link. Ali poderemos trocar algumas ideais sobre aquele pleito. 

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 27 de junho de 2024

Charge! Aroeira via Facebook!

 


Editorial: Corrida eleitoral "embolada" em São Paulo. Datena entra no pelotão da frente.



A pesquisa do Instituto Quaest\Genial, divulgada no dia de hoje, traz um novo cenário sobre a disputa eleitoral em São Paulo. O candidato tucano, José Luiz Datena comemora o fato de ter entrado para o pelotão da frente, antes hegemonizado pelos candidatos Ricardo Nunes, do MDB, e Guilherme Boulos, do PSOL. A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 25 de junho, apontando um crescimento expressivo do tucano, que, na última pesquisa, realizado pelo Paraná Pesquisas, cravava um escore de 8% das intenções de voto. 

Agora ele aparece com 17% das intenções de voto, o que o coloca tecnicamente empatado com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Ricardo Nunes, do MDB, que concorre à reeleição, aparece com 22% das intenções de voto, enquanto o psolista crava 21% das intenções. A expectativa era a de saber qual o fôlego ou o real potencial de voto do coach Pablo Marçal, que, nas primeiras pesquisas apareceu muito bem, chegando a cravar um pouco mais de 10% na última delas, a do Paraná Pesquisas

Na pesquisa do Quaest\Genial, ele repete a performance, sugerindo, talvez, um teto? Será? Pelo histórico de desistências, segundo comenta-se nas coxias, o tucanato já teria um nome na agulha para substituir o apresentador, caso ele desista mais uma vez. Quem de fato, parece está encolhendo é a candidata socialista Tabata Amaral, que agora aparece com apenas 6% das intenções de voto. Tendo como padrinho o Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, sugeria-se, no início, que ele pudesse canalizar o voto tucano para a socialista. Pelo andar da carruagem política, isso talvez não esteja ocorrendo. Para uma análise mais efetiva dessa e outras pesquisas da corrida eleitoral de 2024, o leitor, as assessorias dos candidatos podem obter mais informações pelo nosso link. Assine, acompanhe, deixe as suas considerações.  

Editorial: As Forças Armadas Bolivianas tem "cojones." ?



Uma pesquisa realizada pelo Instituto Atlas\Intel constatou que um terço dos brasileiros são favoráveis a um Estado de Exceção. Precisamente 36,3% da população, daí se entender que os dois terços restantes, 63% por cento manifestaram o desejo de que não houvessem manifestações comemorativas ao aniversário de 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964, completados no último dia 31 de março. O Governo Lula, inclusive, proibiu manifestações de protestos, criando uma área de atrito com segmentos sociais que sempre estiveram, historicamente, em sua base de apoio orgânico. 

36,3% ainda é um número bastante expressivo, motivo suficiente para se manter uma atenção redobrada, sobretudo num país com as nossas características, onde a cultura autoritária foi forjada durante séculos. Exceções aqui, na realidade, são períodos longos de efetivo exercício e funcionamento das instituições democráticas. Aventuras golpistas por aqui são demasiadamente recorrentes. Adam Przeworski, cientista político polonês, salvo melhor juízo, especula sobre cinco mandados consecutivos de com eleições limpas, regulares, respeitadas, para uma democracia emitir indícios de consolidação. 

Trata-se de uma das variáveis que ele utiliza com sinais vitais para mensurar a saúde de um regime democrático. Observem que, em nossa história democrática, a cada  quatro mandatos consecutivos, sempre há um solavanco de natureza golpista. Dois mandatos de FHC, dos Mandatos de Lula e vocês se recordam sobre  o que ocorreu depois. Na última legislatura foram eleito para o parlamento uma série de representantes que não têm grandes compromissos com as nossas instituições democráticas. 

Um deles, recentemente, andou criticando as Forças Armadas do Brasil e elogiando as Forças Armadas da Bolívia, que teria, segundo ele, diferentemente da nossa, 'cojones". Deixou isso registrado em seu perfil da rede "X", o que está provocando grandes manifestações de internautas. Sugere-se que haveria até mesmo um pedido de cassação do seu mandato. Pode isso, Arnaldo? Sobretudo partindo-se de um cidadão investido de uma responsabilidade parlamentar? Uma discussão mais aprofundada sobre esses temas de conjuntura política nacional, assim como as nossas instituições democráticas, as próximas eleições municipais em Pernambuco e outras praças do país, o leitor e assessores parlamentares poderão encontrar assinando nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: Tentativa de golpe é frustrada na Bolívia. Ficam as lições.



Ainda não nos aprofundamos sobre a engrenagem mais amplas ou os "incentivos de fora" que moeram mais uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Os ingredientes internos são conhecidos, e igualmente preocupantes, pois, até recentemente, o país atravessou uma dessas ondas autoritárias, com reflexos nefastas para o país, como a perseguição explícitas à minorias étnicas, destruição de bibliotecas e outras aberrações do gênero, típicas dos ingredientes que alimentam hoje esses novos golpes de Estado encetados no continente, que, quase sempre, agregam alguns componentes de natureza fascista.  

No Brasil, em nome dos interesses republicanos, democráticos, o mais prudente seria uma despolitização ampla, geral e irrestrita das Forças Armadas. Mesmo com os danos institucionais da experiência anterior do Governo de Jair Bolsonaro, que resultou, entre outras mazelas, no 08 de janeiro, o Governo do PT parece que não dimensionou corretamente o problema. No caso da Bolívia, o general golpista, José Juan Zúñiga era o comandante do Exército, que havia sido indicado pelo presidente Luís Arce. 

Afastado do cargo por declarações contra Evo Morales, resolveu golpear as instituições democráticas do país. Felizmente, com o apoio da população, o golpe foi abortado e o general encontra-se detido. Ficam as lições para o Brasil, onde tal possibilidade, infelizmente, sempre esteve no escopo das opções de alguns atores.  

Editorial: GTE indica Luciano Cartaxo como pré-candidato a prefeito de João Pessoa.



O PT anda um pouco perdido. Nem mesmo os militantes conseguem mais alguma interlocução com os dirigentes da legenda. Por birra de um dos postulantes, a burocracia do partido aquiesceu e resolveu que não haveria a prévia que antes estava prevista para a decisão soberana sobre quem seria o pré-candidato da legenda à Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições municipais. Assim, como já seria esperado, o GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral - no dia de ontem, 26, acabou batendo o martelo em favor da candidatura do deputado estadual Luciano Cartaxo, que já foi prefeito do município por dois mandatos. 

Nenhuma surpresa por aqui, uma vez que todas as tessituras e costuras políticas das instâncias burocráticas da legenda sinalizavam neste sentido, contrariando a militância, que, certamente, sufragaria o nome da deputada estadual Cida Ramos que, de forma democrática, republicana e bem aos estilo daquele PT de antigamente, cumpriu todos os ritos que a credenciaria a disputar a prefeitura da capital com o apoio da militância de base. 

Cartaxo sai sem esse apoio, ou seja, já começa perdendo as eleições internamente. Situações assim estão sendo observadas em todo o país, numa evidente demonstração de falta de rumo do partido nessas eleições municipais, talvez em razão das dificuldades que se avizinham. Aqui no Recife, depois de Lula ratificar o apoio ao nome de João Campos, do PSB, que concorre à reeleição, independentemente da indicação do vice, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, ainda insiste em bater na tecla sobre tal possibilidade.  

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Editorial: Supremo decide que porte de maconha para consumo não é crime. Pacheco queixa-se de invasão de competência.



A nossa engenharia institucional, que nunca foi assim tão harmônica, torna-se mais complicada a cada de dia que passa, tendo como indutor uma questão de agendas distintas. Até recentemente, o Legislativo estabeleceu que o porte de qualquer quantidade de drogas poderia ser criminalizado, o que criaria um gravíssimo problema para a sociedade brasileira, sobretudo numa sociedade de profundas desigualdades sociais, de uma estrutura policial que ainda precisa evoluir bastante, aliada a um sistema prisional decadente, que já abriga, de forma desumana, a terceira população carcerária do mundo. 

Os ministros da Suprema Corte, guiados pelo bom senso e imbuídos de um propósito civilizatório, humanitário, consideravam que havia alguns equívocos ou exageros por aqui e decidiram que o porte de drogas para consumo, ressalvado o que já diz a lei sobre este assunto, não poderia ser enquadrado como crime. Como o Legislativo já havia decidido em contrário, generalizando a criminalização, ampliou-se ainda mais as zonas de atrito entre os Três Poderes. 

Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal, fala sobre uma invasão de competência. Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, vai levar a questão para ser analisada por uma comissão específica daquela Casa. Tem sido muito complicado este momento que o país atravessa. Temos um governo fragilizado, uma oposição majoritária que atua com a faca nos dentes, inconsequente, suscetível a uma pauta ou agenda de retrocessos institucionais e anticivilizatório evidentes, mas de forte apelo junto a amplos seguimentos sociais. Vejam o quanto de abacaxis que já temos para descascar: Saidinha, Aborto, Drogas, Fake News, Desoneração da Folha. Ninguém se entende por aqui.  

Editorial: Livrar Janones da Cassação poderia ter prejudicado Boulos?



A eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024 tornou-se uma verdadeira gangorra entre dois dos principais competidores ao Edifício Matarazzo, Ricardo Nunes, do MDB, atual prefeito que disputa a reeleição, e o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, que conta com o apoio do Palácio do Planalto. Desde os início das pesquisas de intenção de voto sobre aquela disputa esses dois nomes sempre estão oscilando, ora com Guilherme Boulos na liderança, ora com a dianteira de Ricardo Nunes, quando não empatados dentro das famosas margens de erros dos institutos, ou seja, verificando-se diferenças quase sempre numéricas entre eles. 

Não haveria um deslocamento significativo entre ambos, algo que sugerisse algum favoritismo. Não ainda. A dinâmica competitiva do pleito passou a incorporar dois nomes de perfil conservador, com forte apelo popular, como foi o caso do coach Pablo Marçal(PRTB-SP) e do apresentador José Luiz Datena(PSDB-SP), que mantém sua candidatura por enquanto, com 5% das intenções de voto, conforme a última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas

A entrada desses novos concorrentes no pleito municipal já nos sugerem fazer algumas indagações a respeito: Quem perde e quem ganha - entre os principais competidores até este momento, Boulos e Nunes - com a entrada desses dois nomes na corrida eleitoral? De quem eles poderiam estar tirando votos, uma vez que, de perfil conservador, ambos dirigem suas críticas preferencialmente ao nome do candidato da campo de esquerda, Guilherme Boulos? O que se vislumbra, claramente, neste primeiro momento, é uma espécie de  definhamento da candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), que, segundo um jornalista conceituado, passou a comer terra na disputa. 

De concreto, isso nos parece evidente. Ela ficou imprensada e desidratada, uma vez que sempre mirou um eleitorado médio, de preferência oriundo das tradições tucanas. E, por falar em desidratação, um jornalista do site Poder360 também observou que, se somado os votos de Tabata Amaral, Pablo Marçal e José Luiz Datena, consoante ainda os últimos dados da pesquisa do Paraná Pesquisas, haveria um afunilamento na disputa entre Boulos e Ricardo Nunes. 

Outra questão que se coloca é sobre o impacto eleitoral produzido ao candidato Boulos por ter livrado o Deputado Federal André Janones na condição de relator do seu processo de cassação na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. O saldo certamente, será negativo para o candidato, uma vez que ele sempre será veementemente cobrado em relação ao assunto, sobretudo quando entrarmos na fase dos debates públicos. Para o seu eleitorado raiz este não seria o problema, mas, para viabilizar-se eleitoralmente, Boulos precisa angariar a simpatia de um eleitorado menos orientado idelogicamente. Aqui é que está o problema. Não foi por acaso que o coach Pablo Marçal esteve presente à sessão. 

Outro dado que deve preocupar o seu staff de campanha é que todas as simulações de um eventual segundo turno apontam um favoritismo de Ricardo Nunes, num cenário de disputa onde as costuras de eventuais apoios ao seu nome são sensivelmente complicadas. Para continuarmos esses debates eleitorais, seja no tocante à conturbada conjuntura política e econômica que o país atravessa, assim como sobre as próximas eleições municipais em São Paulo e outras praças do país, assine e acesse nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.  

Charge! via Folha de São Paulo!

 


terça-feira, 25 de junho de 2024

Editorial: Saiu mais uma pesquisa sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo.



Entre os dias 19 e 24 deste mês, os pesquisadores do Instituto Paraná Pesquisas saíram a campo para saber quais as intenções de voto do eleitor paulistano, tomando como parâmetros as próximas eleições municipais de outubro. O caldeirão político naquela praça, como é do conhecimento dos leitores, passa por um momento de constante ebulição. Até recentemente, por exemplo, a polêmica se deu em relação à definição do nome do coronel Mello, ex-Rota, para compor a chapa do prefeito Ricardo Nunes, que disputa a reeleição. 

A definição pelo nome de Mello, já confirmado, envolveu amplas negociações com os partidos que formam a frente de sustentação da candidatura - num total de 12 grêmios partidários - com respingo, inclusive, sobre a sucessão na Câmara dos Deputados, em Brasília. Mas, voltemos à São Paulo. Por ali, mais uma vez, o Paraná Pesquisas aponta o equilíbrio de forças e a polarização da disputa, ainda concentrada nos candidatos Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, nome que conta com o apoio do Palácio do Planalto. 

Nesta pesquisa, Ricardo Nunes aparece à frente, mas ainda dentro da margem de erro do instituto, calculado em 2,2 P.P. A entrada do coach Pablo Marçal e do apresentador José Luiz Datena na disputa produziu alguns rearranjos na dinâmica competitiva entre os dois principais competidores, mas nada suficiente, ainda, para alterar esse quadro. Um dos fatores de mudança, conforme já havíamos discutido por aqui, foi o de atirar de uma vez Ricardo Nunes nas cordas do bolsonarismo mais radical, pois um dos novos postulantes não esconde de ninguém sua simpatia pelo bolsonarismo.  

Até os correligionários de Nunes advogam que o coronel Mello não teria  votos. Discordamos dessa tese e aprofundamos essa discussão em nosso perfil na plataforma Privacy, que pode ser acessado e assinado pelo link. A partir de hoje e pelos próximos meses, até o dia 06 de outubro, vamos focar nessas eleições municipais, embora o assinante também terá acesso às análises de conjuntura da política nacional, que caracteriza este blog. Em termos de números, Nunes aparece pontuando com 28,5%, enquanto Boulos crava 25,9% das intenções de voto.  

Editorial: Desbloquearam o telefone de Frederick Wassef. O que vem por aí?



Pelas redes sociais, somos informados de que a Polícia Federal teria conseguido desbloquear o telefone do advogado Frederick Wassef, que possui fortes ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família. Não se sabe exatamente o que foi encontrado nas conversas arquivadas em tal telefone, mas, pelo andar da carruagem sugere-se que elas tenham o potencial de fomentar, inclusive, novas linhas de investigações sobre inquéritos em andamentos e, até mesmo, provocar a abertura de novos inquéritos, a depender da avaliação sobre o material. 

Frederick Wassef é uma espécie de bolsonarista raiz, daqueles que podem ser enquadrado no núcleo duro que orbita em torno do presidente Bolsonaro. Conforme os leitores estão inteirados, existem rolos de toda a natureza sendo investigados neste momento. Desde cartões de vacinação à tentativa frustrada de golpe de Estado. Até recentemente, por exemplo, uma nova joia teria sido encontrada, no contexto das joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita ao Governo do Brasil, mas que o assunto, possivelmente, não teria sido tratado de forma institucionalizada, tampouco republicana.

Vamos aguardar as investigações conduzidas pela Polícia Federal, que estão realizando este trabalho com alto grau de seriedade e profissionalismo, em prol do interesse público, como se espera de um órgão de Estado. 

 

Editorial: Há o que temer com a candidatura de Dani Portela?



No Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente deixou claro que acompanhará o projeto de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE), independentemente de indicar o nome para compor a sua chapa, na condição de vice, conforme o PT local havia pleiteado. Não havia outra alternativa. Simples assim. Encaracolado, com dificuldades por todo o Brasil, o PT não poderia, sequer, pensar em deixar de apoiar um nome competitivo, com condições reais de continuar à frente do Palácio Capibaribe. 

Uma das últimas pesquisas de intenções de voto sobre as próximas eleições do Recife, realizada pelo Instituto Intel\Atlas\CNN, o prefeito João Campos(PSB-PE) cravou 51% ante os 21% do candidato representante do bolsonarismo no Estado, o ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado(PL-PE). Na semana passada a Deputada Estadual Dani Portela(PSTU-PE) licenciou-se de suas atividades na ALEPE para integrar-se de corpo e alma na campanha pela Prefeitura da Cidade do Recife. Em princípio, chegou-se a sugerir que o próprio Palácio Capibaribe poderia está estimulando a candidatua da pesolista, entendendo que ela não representaria nenhuma ameaça ao projeto de reeleição de João Campos, posto que seu eleitorado, na hipótese de um segundo turno, tenderia, naturalmente a votar em João Campos, numa opção clara pelo antibolsonarismo. 

Há aqui, no entanto, algumas questões que precisariam ser melhor analisadas, tanto em relação às expectativas de crescimento da candidatura de Dani Portela, quanto em relação à candidatura do bolsonarista Gilson Machado, que, pode sim, angariar a simpatia de um eleitorado conservador, não necessariamente tão identificado com o bolsonarismo. Aliás, é nisso que ele aposta. Em resposta aos receios de João Campos em deixar na prefeitura um nome do PT, que, por diversos motivos, jamais teria a sua estrita confiança, um morubixaba do PT local informou que ele não teria nada a temer em deixar a prefeitura com um nome do partido. 

Por outro lado, o que o prefeito João Campos poderia temer com a candidatura de Dani Portela e do bolsonarista Gilson Machado? São essas questões que avaliamos em nosso perfil da plataforma Privacy, que pode ser acessado e assinado pelo link. Neste perfil, você encontrará informações atualizadas sobre a conjuntura política nacional e estadual, neste momento, com ênfase sobre as próximas eleições municipais. Assine para manter-se inteirado sobre o que ocorre nos "escaninhos", nas "coxias", com uma análise precisa dos fatos, algo que você só encontra por aqui.  

Editorial: O cenário não é otimista para o desempenho do PT nas próximas eleições municipais.



O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues(PT-BA), resolveu aparecer num desses palcos de forró instalado em Amargosa, onde se apresentava o cantor Flávio José, e foi solenemente vaiado pela multidão, mesmo com os apelos do cantor para que a plateia contivesse os apupos. Nas últimas eleições presidenciais, 70% do eleitorado do Estado votou em Lula, possivelmente a maior performance do petista. Desde então, as coisas não vão bem naquele Estado, que ostenta hoje altíssimos índices de violência, configurando-se como o Estado mais violento do país. 

O grave problema da violência no país não se restringe ao Estado da Bahia, tampouco é de responsabilidade exclusiva das entes federados, conforme já observou o próprio governador numa dessas ocasiões, mas, neste caso específico, o PT ocupa as duas esferas de poder. Na capital, Salvador, o atual prefeito, Bruno Reis, ligado ao grupo do ex-babalorixá Antônio Carlos Magalhães, lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento. 

Nas eleições passadas o PT conseguiu reverter essa tendência do eleitorado, que pretendia votar em ACM Neto para o Palácio de Ondina, mas estima-se que, desta vez, as possibilidades de reversão são remotas. Dezoitos meses depois de ter assumido a Presidência da República, o PT expõe uma fadiga de material evidente. Envelheceu precocemente. Mesmo em seu maior reduto eleitoral, a região Nordeste, as dificuldades eleitorais se apresentam como barreiras intransponíveis nas principais capitais da região. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 24 de junho de 2024

Editorial: A incrível ginástica aliancista de Eduardo Paes.



Pela última pesquisa de intenção de voto realizada naquela praça, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes(PSD-RJ), segue muito bem na fita, cravando 51% das intenções de voto, bem acima do segundo colocado, o Deputado Federal Alexandre Ramagem, que pontua apenas com 11% das intenções de voto. Há quem assegure que essa larga vantagem de Paes seria por pouco tempo, assim como ocorreu com Marcelo Freixo(PSOL-RJ) em passado recente. 

Surge no retrovisor, no entanto, uma sinalização de que tal fenômeno possa não se repetir em relação a Eduardo Paes, sobretudo em razão do perfil das alianças que o prefeito está celebrando, envolvendo atores políticos com os quais, possivelmente, Freixo não se alinharia. Até recentemente, Eduardo Paes fechou uma aliança com o Deputado Estadual do MDB, Otoni de Paula, onde, segundo dizem, teria sido ajustado que o candidato não faria críticas diretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tampouco indicaria um nome do PT para compor a sua chapa na condição de vice. Otoni de Paula é tido como um bolsonarista.  

O conjunto de partidos mais à esquerda do espectro politico que dá sustentação ao seu projeto de reeleição, a exemplo do PT, PDT, PCdoB, PV e Solidariedade reuniram-se recentemente para reivindicarem, em conjunto, a primazia pela indicação da vice na chapa do prefeito, que prefere outros nomes, em razão de uma eventual candidatura ao Governo do Estado nas eleições de 2026. Paes pretende montar uma chapa puro-sangue, nome que será escolhido entre seus auxiliares de estrita confiança. Com essas manobras aliancistas radicais, talvez o prefeito Eduardo Paes evite eventuais surpresas daqui para frente em sua campanha, renovando o contrato de locação do Palácio da Cidade, embora reconheça-se aqui uma estratégia exclusivamente orientada pela correlação de forças em jogo, sem quaisquer constrangimentos ideológico.   

domingo, 23 de junho de 2024

Editorial: Peixes-boi marinho são avistados nas praias de Cabedelo.



Louvável o trabalho realizado pelas entidades ambientais que se propuseram a preservar os peixes-boi, um mamífero aquático herbívoro da bacia do Amazonas, que quase foi extinto do nosso litoral. Ao longo do tempo, algumas dessas entidades, financiadas pela empresa Petrobras, conseguiram a proeza de não apenas preservar a espécie, mas vê-los reintroduzidos na natureza e se multiplicarem. A natureza é tão sábia que dá sua ajudinha. Existe a suspeita de que esses mamíferos possam ter modificado seus hábitos alimentares para se adaptarem melhor ao ambiente adverso. 

O capim-agulha era o vegetal preferido, mas, quando ausentes, hoje eles se alimentam de outros vegetais encontrados no mar. O Projeto Viva O Peixe-Boi Marinho, com sede em Mamanguape, naquele Estado, divulgou imagens desses mamíferos se divertindo no mar de Cabedelo, cidade da Região Metropolitana de João Pessoa, consoante matéria do site ClickPB. A notícia é alvissareira, mas lamentava-se o fato de um dos animais apresentar marcas de ferimento, possivelmente produzidas por embarcações locais, que são comuns naquele balneário. 

A recomendação do Projeto Peixe-boi Marinho é que os banhistas que utilizam essas embarcações redobrem os cuidados ao transitarem no local, evitando, assim, atingirem os novos frequentadores. De fato, preocupa o grande fluxo de embarcações no local, sobretudo nas imediações da Praia do Poço, onde ficam localizadas as famosas piscinas de Areia Vermelha, que atraem centenas de turistas, principalmente em feriados prolongados. 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 22 de junho de 2024

Editorial: O voto "xerifão"


Um dos fenômenos mais interessantes e instigantes entre as áreas de pesquisa em ciência política talvez seja mesmo entender o que leva o eleitor a votar neste e ou naquele candidato. Há várias hipóteses ou variáveis envolvendo este assunto, todas dignas de investigações. O bolsonarismo, aliado a este momento de insegurança que o país atravessa, talvez esteja estimulando o eleitorado em votar em nomes ligados ao aparato de segurança do Estado, como se observou nas últimas eleições, caso se considere, por exemplo, o expressivo número de parlamentares ligados às Forças Armadas ou às polícias federais e estaduais. 

Neste sentido, vejam a composição da Bancada da Bala, formada pro delegados e policiais civis, policiais federais, policiais militares e representantes das Forças Armadas. O fenômeno é tão curioso que em Goiás dizem alguns internautas, a liderança da deputada federal Adriana Accorsi para a prefeitura de Goiania se dá não apenas pelo prestígio do PT naquela praça, mas, sobretudo por ela ser uma ex-delegada da Polícia Civil do Estado. 

Esta questão veio à tona em razão da confirmação do nome do coronel Mello Araújo, Ex-Rota, como candidato a vice na chapa de reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Há quem assegure que ele não tem voto, pois nunca foi experimentado nas urnas, mas tudo isso é muito relativo, uma vez que sua entrada na chapa pode consolidar o  eventual apoio do eleitorado bolsonarista mais radical paulista ao projeto de reeleição do prefeito. 

Tudo ainda é muito recente para se tirar conclusões mais precisas sobre o que pode representar, de fato, em termos de benefícios eleitorais, a entrada do coronel na chapa. Candidatos como Guilherme Boulos, por exemplo, podem explorar o perfil de extrema-direita da composição. Mello, inclusive, não era o nome da preferência de Ricardo Nunes, que preferia uma composição menos radicalizada. É curioso como a entrada do coach Pablo Marçal no páreo está produzindo um verdadeiro rebuliço na disputa. 

Para o aprofundamento dessas e outras questões envolvendo a política nacional, aconselhamos assinar e acompanhar as nossas postagens pelo perfil da plataforma Privacy, através do link. 

Editorial: A preocupação com a segurança de Ronnie Lessa.



Assim como Adriano da Nóbrega, que morreu num confronto com policiais no interior da Bahia, Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da morte da ex-vereadora Marielle Franco, tornou-se um arquivo vivo sobre as engrenagens que moem a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Sua segurança, neste caso, passou a preocupar as autoridades, que já teriam a informação de que ele poderia ser alvo do crime organizado. Ex-policial, Lessa era conhecido entre os companheiros pela forma contundente sobre como atuava, angariando admiração na corporação e, consequentemente, desafetos do outro lado.  

Os próprios advogados de Ronnie Lessa, consoante o acordo de delação premiada celebrado com a Polícia Federal, pleitearam sua transferência para o complexo penitenciário de Tremembé, que seria o desejo do seu constituído, uma vez que ficaria mais próximo dos familiares. Assim que a notícia foi divulgada, autoridades do próprio sistema prisional comunicaram que o complexo de Tremembé não seria o local mais adequado para abrigar um preso com o perfil de Ronnie Lessa. 

Faz sentido toda essa preocupação, até porque ela está ancorada em informações obtidas pelos serviços de inteligência da Polícia Penal. Uma dessas grandes facções do crime organizado poderia está tramando a morte do ex-policial. Lessa encontra-se em cela isolada, sem qualquer contato com outros presos, mas, mesmo assim, não se pode menosprezar a capacidade desses grupos organizados de atingirem seus intentos. O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, requisitou que a Polícia Federal investigue essas denúncias.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 21 de junho de 2024

Editorial: Coronel Mello, ex-Rota, será confirmado como vice de Nunes.



Finalmente, o martelo foi batido sobre o nome que deverá ocupar a vice na chapa de reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Ainda existem algumas arestas envolvendo o assunto, mas num jantar que está sendo convocado pelo time de caciques que apoiam o prefeito - que deverá contar com a presença de integrantes dos 11 partidos que compõem a frente ampla - o nome do coronel Mello será sacramentado como vice. Como já havíamos discutido numa de nossas postagem, a entrada do coach Paulo Marçal na disputa, atraindo a atenção de atores políticos identificados com o espectro conservador ou ultraconservador, deu o empurrão necessário para a definição do nome do coronel Mello Araújo. 

Marçal chegou a flertar com um eventual apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. A entrada de Pablo Marçal no jogo atirou Nunes nas cordas da extrema-direita, algo que ele procurava, a todo custo evitar, preferindo uma posição mais centralizada. Não seria improvável que possamos identificar alguns outros rearranjos na disputa, em virtude da entrada de Marçal no jogo. Na última pesquisa de intenção de votos divulgadas sobre aquele pleito, ele já conta com mais de 12% das intenções de voto, um escore nada desprezível para quem entrou na disputa recentemente.

Entre os partidos ainda reticentes, o Solidariedade, o Progressistas e o União Brasil. Ciro Nogueira, Presidente Nacional do PP, já afirmou que estará integrado ao projeto de reeleição do prefeito em qualquer circunstância. Não se esperava outra atitude. Até por osmose ele estaria com Nunes. Por outro lado, os tucanos agora possuem um candidato para chamar de seu, o apresentador José Luiz Datena. Não deixa de ser curioso, no entanto, a ausência de sintonia entre as direções partidárias e seus representantes no Legislativo. Até recentemente os vereadores tucanos preferiam apoiar o nome de Nunes. O mesmo fenômeno ocorre com o União Brasil que, em tese, também teria um candidato próprio, mas fecham com Nunes. 

Editorial: Governo pode perder batalha para evitar a CPI do Arrozão.



Sem base parlamentar consistente e desarticulado, o Governo Lula 3 está enfrentado um momento de grandes derrotas políticas. Agora, por ocasião das articulações da Oposição no sentido de recolher assinaturas com o propósito de viabilizar uma eventual CPI do Arrozão, o Governo recorre ao expediente de reter a liberação de emendas parlamentares, assim como recorrer, imaginem, ao União Brasil para tentar barrar o processo. Até candidatos à presidência da Casa estariam fazendo o jogo do governo no sentido de evitar a obtenção do número de assinaturas que viabilizariam a proposta. 

Diríamos para vocês que é um jogo perigoso. Tanto é assim que os escaninhos da política na capital federal assinalam que as assinaturas só aumentam desde então, hoje perfazendo um total de 138 assinaturas. O jogo é pesado. Tem gente considerando a possibilidade de o Neri Geller está sendo usado como bode expiatório, assim como apostam numa posição favorável do presidente da Casa, Arthur Lira. Se tal CPI vier a ser viabilizada, isso significará um desgaste enorme para o Governo. 

Os equívocos cometidos nesse leilão atabalhoado são evidentes. Os erros são de um primarismo absurdo até mesmo se considerarmos apenas os aspectos técnicos do processo, sem entrarmos na seara política. Embora tenha sido exonerado do cargo que ocupava, Neri Geller insiste que os responsáveis pela decisão de realizar o leilão são outros figurões do Governo. Uma CPI ajudaria a esclarecer alguns fatos importantes. Ainda considerando aqui apenas os aspectos técnicos, como foi possível o cometimento de tantos equívocos.