Uma pesquisa realizada pelo Instituto Atlas\Intel constatou que um terço dos brasileiros são favoráveis a um Estado de Exceção. Precisamente 36,3% da população, daí se entender que os dois terços restantes, 63% por cento manifestaram o desejo de que não houvessem manifestações comemorativas ao aniversário de 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964, completados no último dia 31 de março. O Governo Lula, inclusive, proibiu manifestações de protestos, criando uma área de atrito com segmentos sociais que sempre estiveram, historicamente, em sua base de apoio orgânico.
36,3% ainda é um número bastante expressivo, motivo suficiente para se manter uma atenção redobrada, sobretudo num país com as nossas características, onde a cultura autoritária foi forjada durante séculos. Exceções aqui, na realidade, são períodos longos de efetivo exercício e funcionamento das instituições democráticas. Aventuras golpistas por aqui são demasiadamente recorrentes. Adam Przeworski, cientista político polonês, salvo melhor juízo, especula sobre cinco mandados consecutivos de com eleições limpas, regulares, respeitadas, para uma democracia emitir indícios de consolidação.
Trata-se de uma das variáveis que ele utiliza com sinais vitais para mensurar a saúde de um regime democrático. Observem que, em nossa história democrática, a cada quatro mandatos consecutivos, sempre há um solavanco de natureza golpista. Dois mandatos de FHC, dos Mandatos de Lula e vocês se recordam sobre o que ocorreu depois. Na última legislatura foram eleito para o parlamento uma série de representantes que não têm grandes compromissos com as nossas instituições democráticas.
Um deles, recentemente, andou criticando as Forças Armadas do Brasil e elogiando as Forças Armadas da Bolívia, que teria, segundo ele, diferentemente da nossa, 'cojones". Deixou isso registrado em seu perfil da rede "X", o que está provocando grandes manifestações de internautas. Sugere-se que haveria até mesmo um pedido de cassação do seu mandato. Pode isso, Arnaldo? Sobretudo partindo-se de um cidadão investido de uma responsabilidade parlamentar? Uma discussão mais aprofundada sobre esses temas de conjuntura política nacional, assim como as nossas instituições democráticas, as próximas eleições municipais em Pernambuco e outras praças do país, o leitor e assessores parlamentares poderão encontrar assinando nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.
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