domingo, 26 de fevereiro de 2023
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Editorial: A tragédia bolsonarista nossa de todos os dias
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
Editorial: Mocidade Independente de Padre Miguel homenageia o Mestre Vitalino.
Crédito da Foto: Fundação Pierre Verger |
Todas as homenagens ao Mestre Vitalino são muito bem-vindas. Ainda mais se tal homenagem parte de uma escola de samba como a Mocidade Independente de Padre Miguel, que expôs o artesão de Caruaru no Sanbódromo da Sapucaí no desfile do carnaval deste ano. Além do mestre Vitalino, os seus discípulos do Alto do Moura também se fizeram presentes, como mestre Galdino, Manuel Eudócio e Zé Caboclo também homenageados pela mesma escola de samba. Em grande medida, boa parte dos artistas do Alto do Moura são discípulos do mestre Vitalino Pereira dos Santos. Aprenderam com o ele o ofício de transformar o barro em esculturas de arte, seja no estilo, seja nas temáticas da cultura nordestina explorada em seu trabalho artístico.
As semelhanças são tão nítidas que, em alguns momentos, torna-se difícil identificar o verdadeiro Vitalino do "falso", exceto pelas digitais indeléveis, ou seja, traços únicos que apenas o artista sabia fazer com maestria. Na realidade, Vitalino, apesar de Caruaruense da gema, não nasceu no Alto do Moura, vindo morar no local, ainda jovem, com a família. Sua mãe utilizava o barro para fabricar cerâmicas utilitárias que comercializava na feira local. Com as sobras do barro, Vitalino foi dando os contornos a pequenas bonecos que comercializava, igualmente, na feira local, para conseguir alguns trocados.
O reconhecimento do seu talento só viria com exposições fora do circuito local, naquilo que a gente chama de um reconhecimento "de fora para dentro", ou seja, a província só se rende quando os de fora reconhecem as qualidades artísticas do artesão local. Foi uma exposição organizada por Augusto Rodrigues, no Rio de Janeiro, que projetou o artista nacionalmente. Os melhores registros imagéticos do artista, por exemplo, é uma realização do francês, Pierre Verger, quando de suas excursões de trabalho pelo Nordeste, onde registrou todas as etapas do trabalho do astista, desde o recolhimento do barro até a arte final, no forno, para a queima, que ainda existe no Museu Casa do Mestre Vitalino, em Caruaru.
Museu que, inclusive, reclama a atenção dos poderes públicos, em todas as esferas, sobre os cuidados necessários com a sua manutenção. Graças às ações ou iniciativas de museólogos como Aécio de Oliveira, o Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, detém um dos maiores acervos de obras do artista no país, que possui obras expostas até no famoso Museu do Louvre, em Paris.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2023
Editorial: O carnaval de Lula
Depois de uma intensa mobilização para recuperar o tempo perdido e os desmandos do governo anterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu descansar e regarregar as baterias durante o período momesmo. Optou pela Base Naval de Aratu, na Bahia, que está se transformando numa especie de residência oficial de veraneio da Presidência da República, uma vez que uma leva de ex-presidentes estiveram no local durante os períodos de feriados prolongados. Como se trata de uma base militar, naturalmente, torna-se possível descansar sem ser incomodado. Mais o danado é que o presidente acabou sendo incomado pelo intenso temporal que caiu na região litorânea do Estado de São Paulo - principalmente na cidade de São Sebastião - acarretando mortes, desaparecidos e desabrigados.
Com a sua sensibilidade e responsabilidade de um governante, Lula interrompeu o seu descanso merecido e partiu imediatamente para São Paulo, com o objetivo de solidarizar-se com os atingidos e estabelecer ações conjuntas dos governos Federal, Estadual e Municipal no sentido de socorrer as vítimas e adotar medidas para recuperar os danos produzidos pelas enxurradas. Este é um comportamento diametralmente oposto ao do governo anterior, que não demonstrava empatia com o próximo, por vezes até ridicularizando situações de calamidades públicas.
Antes de mais nada, Lula não fez mais do que deveria ser feito, ou seja, a sua obrigação. mas, diante da conjuntura política que enfrentamos até recentemente, sua atitude está tendo uma excepcional repercussão nas redes sociais. O Governo Lula está dando um ponta pé dos melhores neste início de governo e, naturalmente, não poderia cometer uma falha dessa magnitude, em razão de sua responsabilidade pública. Ponto para Lula. Infelizmente, pelo andar da carruagem, essas tragédias estão se tornando rotineiras, em razão dos danos climáticos produzidos pela ação dos homens na natureza. Não é desejável, mas não seria improvável que outras possam vir a ocorrer.
domingo, 19 de fevereiro de 2023
sábado, 18 de fevereiro de 2023
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Editorial: Convém manter distância do bolsonarismo tóxico, deputado.

Editorial: O cálculo político de Jair Bolsonaro

Sua saída do país gerou muitas especulações. No exterior, encontros com atores políticos comprometidos com o ideário da ultra-direita golpista norte-americana e, mais recentemente, uma palestra numa igreja evangélica, onde voltou a levantar questionamentos sobre as últimas eleições presidenciais no país, legitimamente vencidas pelo seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de outras rotinas - que incluiu algumas caminhadas - confirmou que estará de volta ao país, com o propósito de fazer uma oposição cerrada ao presidente Luiz Inácio Luda da Siva.
Não existe nenhum problema em fazer oposição a Lula. É algo perfeitamente previsto no escopo de um regime de democracia representativa. Se souber conduzi-la bem, pode até trazer contribuição para o andamento do governo, embora se entenda que não seja bem este os seus objetivos. Estamos, agora, procurando entender qual seria o cálculo político do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas entrelinhas, em tom enigmático, ele já chegou a insinuar que o Governo de Lula iria acabar logo. A estrutura montada pelo bolsonarismo na máquina da burocracia pública permanece relativamente bem azeitada, principalmente entre o estamento militar. Salvo melhor juízo, voltaram a ocorrer as manifestações de rua, realizadas por bolsonaristas, mesmo diante da reação dura das instituições democráticas do país em relação aos envolvidos nos episódios do dia 08 de janeiro.
Até recentemente, Lula se queixou que acredita que algumas coisas não andem por conta dessa "engrenagem". A preocupação tem cabimento. Agora circula a informação de que a possibilidade de uma prisão do ex-presidente são bastante remotas. Vamos afinando o violino político para entendermos qual seria exatamente o seu cálculo. Já vamos logo antecipando, seu Jair, que Lula vai muito bem de saúde e de governo.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
Editorial: Bolsonaristas infiltrados emperram o Governo Lula.

O ritmo do Governo também está ótimo, entregando moradias, tocando obras paralizadas por todo o país. Ontem foi em Aracaju, Sergipe, mas a informação é de que há milhares delas paradas, o que se traduz num grande descalabro administrativo. Nós estamos satisfeitos, mas Lula não está. Ele acredita que, não sem motivos, o seu governo está sendo boicotado por bolsonaristas infiltrados, que permanecem na máquina pública, atuando num diapasão bolsonarista, impedindo que algumas coisas andem conforme seus objetivos de gestão.
Não seria improvável, meu caro Lula, mas vai aqui algumas ponderações. Um dos problemas é o padrão de construção dessa aliança pela governabilidade estabelecido por Vossa Excelência, que contribui para essa possibilidade concreta de boicote. Já houve denúncias até de Ministros de Estado com base política em redutos milicianos. Outro, fazendo uso indevido de recursos do famigerado orçamento secreto, que você considera uma excrescência, mas sabe que, politicamente, não há muito o que se possa ser feito na atual conjuntura política.
No Estado da Paraíba há denúncias de pessoas que estiveram integradas ao bolsonarismo - inclusive nessas movimentações de caráter golpistas - ocupando cargos de DAS. Se faz necessário ter um filtro ideológico realmente rigoroso, mas essa gente, infelizmente, de alguma forma, encontra-se em sua base aliada, através de grêmios partidários de centro-direita. A nossa experiência na máquina pública, por outro lado, alerta para os chamados "homens rapariga", esses que são capazes de pisar no pesçoço da mãe para ocuparem um cargo de DAS, o que representa um acréscimo nos seus proventos. Esses são movidos por interesses vis. São as chamadas Dianas de Pastoril. Já estão trajados com as duas vestimentas, adequando-se à situação política conforme as conveniências. Esses são ainda mais perigosos.
Editorial: É verdade que as casas entregues ontem por Lula estavam prontas desde 2016?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Editorial: "Sou do Recife com orgulho e com saudade. Sou do Recife com vontade de chorar!"
Segundo as previsões das agências que monitoram o nosso clima, não seria improvável que tenhamos um carnaval com muita chuva aqui no Recife e, provavelmente, na Marim dos Caetés. Com muita chuva e pouco frevo, a julgar pelas atrações que estão sendo anunciadas, um fato profundamente lamentável. Já faz algum tempo que presenciamos - movido por interesses mercadológicos e políticos - essas idiossincrasias das atrações que se apresentam no nosso carnaval, que não guardam, absolutamente, nenhuma relação com o frevo pernambucano. Não seria um fenômeno exclusivamente nosso. Os baianos, outra praça de carnaval tradicional, também se queixa bastante desse problema.
O grande público talvez nem se aperceba dessa descaracterização, cujos reclames recaem sobretudo, por atores do meio artístico e intelectual. Diríamos que por pernambucanos autêntcios, uma vez que o frevo é um ritmo musicial genuinamente nosso, assim como o bolo de rolo. Uma pena mesmo que este fato não seja respeitado pelas autoridades públicas no momento de celebrarem contratos com esses artistas, que cantam de tudo, menos o frevo pernambucano.
O descaso, com raras e honrosas exceções - a Fundação Joaquim Nabuco é uma delas, que realizou um concurso de frevo até recentemente - é generalizado, à exceção, da nossa Rádio Universitária, que mantém, há décadas, um programa exclusivo tratando e tocando este ritmo. Nos sentimos, assim como o grande compositor e cronista Antonio Maria, no seu espetacular frevo número 3: Sou do Recife com orgulho e com saudade, mas com vontade de chorar!.
Editorial: Quem matou Pablo Neruda?
Segundo analistas, o Golpe Chileno foi o ponta pé inicial para a adoção do receituário neoliberal em todo o continente latino-americano. A Ditatura Chilena, como se sabe, se tornaria uma das mais sangrentas do continente, ceifando a vida de milhares de civis opositores do regime. Um dos principais assessores de Salvador Allende, Orlando Letelier, foi assassinado, imaginem, praticamente nos jardins da Casa Branca, num crime que se insere no script de execuções da Operação Condor. Havia sido Ministro da Defesa e atuava como embaixador do Chile nos Estados Unidos. Uma bomba foi colocada em seu carro.
No Brasil, hoje, parece não existir mais dúvidas sobre um eventual assassinato de nomes como o dos ex-presidentes João Goulart, Juscelino Kubitschec e do educador Anísio Teixeira, que, supostamente, teria caído num poço de elevador, em condições técnicas absolutamente insustentáveis do ponto de vista de uma morte acidental. O agente encarregado de vigiar Jango, por outro lado, depois admitiria que ele havia tomado o remédio "errado" para o coração. A lista é grande e incluiria, também, o poeta chileno Pablo Neruda.
Outro dia, na produção de um novo romance, lembramos das tórridas e emocionantes cenas de alumbramento do poeta chileno contidas no livro Confesso Que Vivi, uma espécie da autobiografia. A suspeita sobre uma eventual morte provocada pela Ditadura Chilena ao poeta permanceu em dúvida durante décadas. As suspeitas eram muitas. A exumação do corpo dissipou-as. Foram encontradas a presença de toxinas no seu corpo, indicando o assassinato por envenenamento. Resta saber quem, no escopo da Ditadura Chilena, ordenou a morte do grande poeta.
Há um outro fato que este editor ficou sabendo. Antes de ele receber esta injeção suspeita, houve uma transferência emergencial do poeta de um hospital para outro. Esse outro era uma espécie de "morredouro" - como diria o filósofo Michel Foucault - dos opositores da Ditatura Chilenia. Sobre essas questões revisionistas, o Chile tem, pelo menos, uma vantagem sobre nós. Eles não se intimidam em exumar o passado... e punir aqueles que cometeram crimess hediondos contra a humanidade.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
Editorial: A cultura da "farra" com os cartões corporativos.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Editorial: A disputa acirrada pela SUDENE entre os aliados de Lula.

Na oportunidade, a professora Tânia Bacelar apresentou para o público presente o Projeto Nordeste - 2023\2033, onde elenca as potencialidades de desenvolvimento da região.O prédio do antigo órgão - dos tempos em que era uma agência de fomento importante para região e tinha como objetivo minimizar o drama das desigualdades regionais - continua com a sua antiga imponência, ali no Engenho do Meio, próximo ao Hospital Universitário, mas o miolo não é mais o mesmo. Existe até um pleito da UFPE em ocupar o espaço, consoante, naturalmente, com seus interesses. Agora, no momento atual, não se sabe muito bem o que o Governo Lula pretende com aquele órgão, mas algo sugere que deve haver uma boa vontade do Governo Federal com a instituição. Boa vontade, verbas e bons salários, evidentemente, já que o "patinho feio" tornou-se objeto de desejo dos políticos.
A SUDENE passou a ser um objeto de desejo de diversos grupos que apoiam o Presidente da República. Em princípio, já que o Solidariedade não obteve um espaço na Esplanada dos Ministérios, pensou-se em entregar o órgao ao partido, de preferência comandado pela aliada Marília Arraes. Haveria um pleito, igualmente, do MDB, quem sabe, com a indicação de Raul Henry para o cargo. A resistência do PT parece ter zerado o jogo. Um velho aliado do senador Humberto Costa entrou na disputa, Dilson Peixoto. Para embolar ainda mais o meio de campo, segundo um site de notícias, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), estaria negociando abrir o Governo Municipal para o PT - justo ele, que havia afirmado que não faria isso jamais (olha aí, Paulo Guerra) - em troca do apoio da legenda no tocante à indicação do nome de Danilo Cabral para a presidência da autarquia.
Editorial: O festival de besteiras que assola o país.
Acordamos numa segunda-feira sem um assunto mais sério para discutirmos por aqui, através dos nossos editoriais. Se o grande Stanislaw Ponte Preta estivesse entre nós, diria que estamos diante de um grande festival de bobagens assolando o país. E aqui não se trata das cortantes ironias, comuns na escrita de Sérgio Porto. É que, neste momento, o país parece mesmo ter dado vazão a essas discussões fúteis. O retrocesso civilizatório pelo qual passamos nos últimos anos transmite indicadores de que atingiu, também, a nossa inteligência. Uma questão que sempre nos intrigou é como Stanislaw Ponte Preta tinha a liberdade de escrever, naquele período, tantas coisas sobre a Ditadura Militar.
Pelas redes sociais bolsonaristas, continuam as surradas pregações golpistas, alicerçada fragilmente na tese da teoria da conspiração de que houve fraude nas eleições de outubro. O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a repisar o assunto, durante uma palestra, numa igreja evangélica nos Estado Unidos, com ilações descabidas e ilegais contra o TSE. Ele perdeu as eleições porque 58 milhões de eleitoras e eleitores brasileiros votaram no candidato Luiz Inácio Lula da Silva, impedindo que o país mergulhasse de vez nas trevas e no obscurantismo.
Logo, a caixa de ressonância ecoou no Brasil, através de seus fiéis seguidores, que já estariam se mobilizando para novas manifestações de rua, mesmo depois da clava pesada da justiça que se abateu sobre eles a partir da operação Lesa-Pátria, cumprida pela Polícia Federal, com decisões e determinações do Supremo Tribunal Federal, envolvendo os participantes dos atos golpistas do dia 08 de janeiro. Jair Bolsonaro afirma que estará voltando ao país nas próximas semanas, mesmo sabendo que as investigações da justiça imputadas a ele foram encaminhadas à primeira instância e ele perdeu o foro privilegiado.
O cálculo dos bolsonaristas, no entanto, neste caso, parece ser outro, a julgar, por exemplo, pelo pronunciamento de um dos seus filhos, através das redes sociais - o grande habitat dos bolsonaristas - de que, caso ele seja preso, se transformará num mártir. Ainda em relação à família Bolsonaro, ninguém aguenta mais essa conversa da aplicação de próteses de silicone da ex-primeira dama, tampouco em relação às moedas do espelho d'água do Palácio do Planalto, que teriam sido recolhidas e encaminhadas a uma instituição de caridade.
Agora é essa discussão sobre o abate de objetos voadores não identificados que está se propagando, assumindo o primeiro lugar no Trending Topics da plataforma Twitter. Uma segunda-feira de muitas bobagens, bem ao estilo de nosso grande cronista carioca, Stanislaw Ponte Preta, que não largava uma cadernetinha para anotar as notícias que poderiam se tornar assunto de suas crônicas. Nem mesmo quando ia à praia com a família. Num dia como o de hoje, não faltaria assunto ao cronista. Para completar o enredo, só mesmo os bastidores do que está ocorrendo nesta edição do Big Brother Brasil. Vamos torcer que tenhamos um assunto mais sério para discutirmos até o final do dia.
sábado, 11 de fevereiro de 2023
Editorial: A agenda de Lula nos Estados Unidos.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
Editorial: Parabéns, PT! Pelos seus 43 anos de vida.
Houve um tempo em que, movido pelas contingências acadêmicas, sabíamos tudo sobre o Partido dos Trabalhadores. Éramos capazes de dizer em que encontro tal tese foi levantada, por qual têndência partidária, quem estava presente nas reuniões. Ao longo dos anos, o próprio partido decidiu tomar alguns rumos - se aproximando mais de uma luta pelo voto - abandonando o trabalho de militância dos seus primórdios. Atingido pela Lei de Ferro das Oligarquias, também passou por um processo de oligarquização, mantendo em seus quadros alguns caciques que passaram a tomar as decisões partidárias, por vezes, à revelia dos seus setores mais orgânicos.
Esses setores, no entanto, pelas próprias características de sua fundação, nunca foram completamente extintos daquela agremiação política, cumprindo sempre um grande papel em sua organização. Até recentemente, por exemplo, fizeram um barulho danado para aceitar o Chuchu com Lula. O PT ainda guarda, embora em menor escala, algumas daquelas características iniciais que o distinguia das demais agremiações políticas no contexto de nosso sistema partidário.
Naqueles tempos, ainda na década de 80 do século passado, muitos estudiosos e pesquisadores do exterior vieram ao país estudar o Partido dos Trbalhadores e, em particular, a sua grande liderança, Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do antipetismo fomentado na sociedade brasileira nos últimos anos - em certa medida motivado por equívocos cometidos pelo própro partido - o PT continua sendo o grande partido da maioria dos brasileiros que se identificam com algum grêmio partidário. Salvo melhor juízo, ainda é o partido que ostenta os melhores índices de avaliação e atrai o maior número de filiados. Salve o PT!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
Editorial: O IBAMA voltou!!!
Fazia algum tempo que os brasileiros não viam órgãos como o IBAMA cumprindo seu verdadeiro papel constitucional. Durante o último governo - desastroso no que concerne às políticas ambientais - o órgão, naturalmente, passou por um processo de esvaziamento, vítima de uma série de ações do Poder Executivo, com o propósito explícito de impedir suas atividades de proteção ambiental. Não precisamos aqui entrar nos detalhes, uma vez que tais manobras são bastante conhecidas, como exoneração de servidores que desejavam realizar um trabalho sério; limites de verbas de custeio; retrocessos legislativos; não renovação do quadro de servidores. Até um montante de 6 bilhões de multas aplicadas aos madeireiros por contrabando ilegal de madeiras o governo anterior cogitou anistiar.
A prerrogativa do IBAMA de destruir as máquinas utilizadas pelo garimpo ilegal e pelos madeireiros foi bastante criticada no último governo. Por este motivo, anda circulando nas redes sociais uma série de vídeos mostrando essas ações, como a explosão de tratores, aviões e balsas. Mais um mandato deste governo motosserra e o órgão iria trabalhar para proteger traficantes, madeireiros e garimpeiros ilegais. O mesmo destino seria reservado a órgãos como a FUNAI e, possivelmente, o ICMbio. Há um relatório devastador da FUNAI mostrando o que se passava na região.
Hoje, publicamos na nossa rede Twitter, uma imagem impressionante de uma mãe Yanomami recebendo a Ministra de Povos Originários, Sônia Guajajara. Fazia algum tempo que não se via aquele povo tao feliz. Outra referência é o traço, sempre genial, do cartunista Laerte, que traduz muito bem o que o governo anterior pensava sobre a presença dos garimpeiros ilegais na região ou como foi omisso na tomada de providências para retirá-los de lá. Um pouco mais de um mês de Governo Lula e há, sim, o que comemorar: O IBAMA voltou!!!
Editorial: Reajuste dos servidores públicos: mais um embate entre civis e militares?

O massacre já dura sete anos e a granada já explodiu faz tempo, com perdas acumuladas calculadas em mais de 40%. Não se sabe ainda como o Governo Lula pretende enfrentar essa questão, mas há sensibilidade e boa vontade em fazê-lo, o que já significa um bom encaminhamento. O orçamento é apertado e as estimativas de índices de ajustes, hoje, ficam nos mesmos patamares do que já estaria sendo previsto nas dotações orçamentárias do governo anterior, ou seja, algo em torno de um percentual linear da ordem de 5%.
Primeiro, é preciso que se estabeleça o mecanismo de recomposição dessas perdas ao longo de uma política de reajsutes graduais e sistemáticos, de preferência diferenciados, por uma questão de isonomia e justiça com algumas categorias. Impossível desarmar ou retirar essa granada do bolso de uma só vez. Por outro lado, convém não perder de vista que os servidores militares não passaram por este problema e é preciso tratar o assunto, mesmo diante dos melindres e nervosismos, como tal.
Os militares tiveram recomposições salariais regulares e outros benefícios, além de serem poupados das reformas draconianas da previdência social, que caiu como uma espada na cabeça dos indefesos servidores civis. Polícias e militares, aliás, sempre representou o foco de interesse e preocupações do governo anterior, que tinha como objetivo mantê-los em base de apoio. Segundo dizem por equívoco, até mesmo em programas emergenciais, milhares de militares foram beneficiados.
Editorial: A queda de braços entre Lula e Campos Neto.
O presidente Lula e seus assessores mais ortodoxos andam às turras com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, filho do economista Roberto Campos, autor de uma expressão que ficaria conhecida no jargão político brasileiro: A parte mais sensível do do ser humano é o bolso. A julgar pela temperatura política entre o Palácio do Planalto e a instituição bancária, a questão das taxas de juros nunca foi tão sensível como nestes primeiros meses de governo. O motivo são as altas taxas de juros praticadas por aquela instituição bancária, tidas como as maiores do mundo.
O cabo de guerra está cada vez mais esticado porque, além das questões de caráter estritamente econômica, agora entraram em cena as questões de outra ordem, como a ideológica. Campos Neto tem sido apresentado como uma espécie de herança maldita do bolsonarismo, mantida ali para prejudicar o Governo do PT. Pelas redes sociais, há referências recorrentes ao seu suposto passado bolsonarista, traduzido pela sua proximidade com a família e por vestir a camisa do bolsonarismo - literalmente - como por ocasião de uma dessas eleições recentes.
Nesses momentos, como se trata de um assunto que não dominamos - a economia - sempre recorremos aos universitários. E o que eles dizem é que a prerrogativa de autonomia do Banco Central se trata de uma medida correta, salutar, indispensável para manter a inflação sob controle e, em última análise, proteger os mais os pobres e não a Faria Lima. Não existe consenso, entretanto, nem mesmo entre o capital sobre o assunto. É preciso separar a banda do capital que se beneficia desses juros altos - os tubarões do sistema bancário - e uma leva do empresariado de outros setores, sensivelmente prejudicados por essas altas taxas de juros, notadamente os dos setores produtivos.
Em artigo na revista Veja, o economista paraibano, Mailson da Nóbrega, faz todo um retrospecto histórico sobre a construção de um consenso em relação à fundamentação da autonomia dessas instituições bancárias pela mundo, evidenciando que a mesma tornou-se uma "credencial" importante dos países no contexto da economia global. Entende-se as preocupações do petista, mas, o diálogo seria a maneira mais correta para se enfrentar esse dilema. A radicalização não ajudaria muito. Próceres atores político da base aliada já se movimentam - muito mais orientados pelo ideologia do que pela economia - para pedir a cabeça do presidente Campos Neto ou mesmo rever essa autonomia da instituição.
Ainda bem que existem aqueles que consideram que esta autonomia do Banco Central não pode entrar em discussão neste momento. Entre esses dois grupos, vamos ver quem seria o mais convincente junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há quem encampe as ideias de Lula, mas, por outro lado, há quem advogue que ele tem se exaltado demais em suas exposições sobre o assunto, sendo prudente estabelecer uma relação menos belicosa com aquela insitutição bancária.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023
Editorial: Mais respeito com a Comissão de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
O ex-ministro do Meio-Ambiente do Governo Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, atualmente Deputado Federal eleito pelo Estado de São Paulo, fez uma gestão desastrosa à frente daquela pasta, seguindo fielmente as diretrizes e determinações de um governo, que não tinha compromisso algum com a preservação das florestas, com a questão climática, tampouco com os povos originários. A política ambiental brasileira foi considerada desastrosa pelos organismos internacionais, culminando com o afastamento de servidores sérios dos seus cargos; aplicação de torniquetes operacionais em órgãos como o IBAMA, ICMbio, Funai; institucionalização de procedimentos persecutórios e estrangulamentos orçamentários, limitando verbas de custeio e renovação dos seus quadros de servidores.
No limite, como epicentro de todos esses desmandos, tivemos assassinatos como os do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O jornalista fazia uma cobertura jornalística, no momento em que o indigenista pernambucano realizava o seu trabalho, consoante as diretrizes imanentes do órgão para o qual atuava, a FUNAI, ou seja, denunciar a presença de garimpeiros ilegais em terras indígenas. A tragédia huminitária que se abateu sobre os povos Ianomamis é consequência ou resultado desse conjunto de ações vis deliberadas ou omissões criminosas. Portanto, a indicação do senhor Ricardo Salles para esta Comissão de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - por sua identificação com o governo anterior - seria um grande contrasenso. A repercussão foi tão negativa junto às redes sociais e mesmo entre os parlamentares que o próprio parlamentar se disse não se sentir preparado para tal incumbência. Melhor assim.
Lula hoje vive às turras com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, filho de um economista que gozava de grande prestígio durante o Regime Militar. Politicamente, há, no seu staff de assessores mais diretos, quem o esteja aconselhando a baixar a bola, mas é pouco provável que este cidadão, em algum momento, pretenda se adequar às diretrizes das políticas econômiicas do futuro governo. Há limites, no entanto, uma vez que existe um mandato em andamento e aquela instituição bancária possui autonomia.
Não poderia deixar de conclur o editorial de hoje sem fazer o registro de uma brincadeira - com coisa muito séria, aliás - que anda circulando nas redes sociais. Trata-se dos militares de alta patente que estão sendo chamados pelo nome da fruta melancia por sua identificação com o PT, ou seja, verde por fora e vermelhos po dentro. Parece ser coisa de bolsonaristas insatisfeito por não contarem com apoio militar para as suas pretenções golpistas. Em todo caso, a criatividade do povo brasileiro é imensa. Aqui em Pernambuco, em ápoca recente, havia petistas que se aproximaram demasiadamente do governo socialista do PSB. A cor do PSB é amarela e a cor do PT, naturalmente, continua sendo a cor preferida do companheiro Karl Marx. Os valores simbólicos ainda são importantes. Esses militantes passaram a ser chamados de petistas queijo do reino, ou seja, vermelhos por fora e amarelos por dentro.