O ex-Ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio teve seu trabalho extremamente prejudicado pelo Planalto, que dava aval para outros integrantes do Governo assumirem suas funções, esvaziando o seu papel. Luiz Sérgio passou a ser conhecido no parlamento como “garçon”, ou seja, aquele que apenas anotava os pedidos. Na primeira oportunidade, Dilma o afastou do cargo, mas reservou para ele o Ministério da Pesca, um penduricalho na burocracia estatal, que, se dependesse de bom senso, já deveria ter sido extinto. Luiz Sérgio, metalúrgico, sindicalista, militante ligado às pastorais da Igreja, fundador do PT, não sabia distinguir uma cioba de uma guaiúba. Crivella também não sabe colocar uma minhoca no anzol. Ao afastá-lo do cargo, no entanto, Dilma cometeu alguns equívocos. Sérgio foi comunicado por telefone sobre a sua demissão, o que o deixou, com razão, bastante magoado. Não se sabe, também, de nenhum esforço do PT para evitar esse desfecho, embora a razão possa estar relacionada à pouca importância do ministério. A oferta do ministério ao bispo Crivella, representante do PRB, está relacionada às eleições paulistas, onde a candidatura do Ministro Fernando Haddad enfrenta um momento de turbulência. Sem o PSD de Kassab, sem o PMDB – pelo menos no primeiro turno – e com uma situação indefinida quanto ao PSB, do governador Eduardo Campos, o PT corre para formar um arco de alianças que permita uma participação menos vexatória no pleito. O acordo cria alguns embaraços para a candidatura de Celso Russomano e, de quebra, contrariou os caciques do PMDB, que almejavam uma aproximação com o PRB. Dilma, de acordo com informações publicadas na coluna do jornalista Cláudio Humberto, é muito grata ao bispo Crivella. Foi ele quem percorreu o Brasil inteiro desmentindo boatos sobre as crenças da presidente. Boatos que estariam comprometendo sua campanha.
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