Repercute bastante pelas redes sociais uma entrevista concedida pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à Revista IstoÉ, desta semana. Há quem diga que José Eduardo Cardozo seja um tucano enrustido. Ao se ler a matéria, pode-se ter certeza disso. Publicada numa revista como a IstoÉ, na realidade, não se poderia esperar que o teor da matéria deixasse de externar a linha editorial daquela publicação, marcadamente de oposição ao Governo da presidente Dilma Rousseff. Na realidade, um apanhado de informações que comprometem o Governo Dilma, Lula e o PT, como informa Antonio Melo, em artigo no site Viomundo. Cardozo tem uma sustentabilidade no Governo de coalizão petista que, não raro, nos surpreende. Já sobreviveu às diversas reformas ministeriais.
Não controla a Polícia Federal. A Polícia Federal possui uma dinâmica própria, uma lógica de funcionamento específica, que foge ao controle do Ministério da Justiça, a quem deveria ser subordinada. Acontecem coisas por ali que fogem completamente a qualquer controle de quem quer que seja. Na proximidade das eleições passadas, um dos seus agentes expôs nas redes sociais a figura da presidente Dilma Rousseff como imagem do tiro ao "alvo", onde policiais são treinados. Dizem que era candidato a algum cargo público.
Há um porta-voz da corporação que faz declarações abertamente contra o Governo Dilma e o PT. Essa "batida" numa das empresas do filho do ex-presidente Lula ocorreu por volta das 23 horas, segundo dizem, um procedimento nada usual, quiçá uma manobra que tinha o claro objetivo de burlar uma certa rotina. O sindicato que congrega os agentes é declaradamente tucano. Na realidade, a PF deveria, em tese, estar na defesa do Estado e das Instituições, cumprindo um papel eminentemente republicano, mas, em razão de inúmeras injunções, acaba sendo utilizada pelos governantes de turno serem blindados e atacarem adversários.
É comum se saber por ali os delegados que nutrem simpatias por este ou aquele governante, assim como ocorre com o FBI americano, a Polícia Federal dos EUA. A queda do ex-presidente Richard Nixon pode ser atribuída, decisivamente, às intrigas internas da corporação. Mark Felt, o "Garganta Profunda", foi um cidadão preterido dentro da corporação, que resolveu entregar aos repórteres as falcatruas que conhecia na instituição, com o objetivo de atingir o diretor do órgão, indicado por Nixon. Arrastou o próprio Nixon para o cadafalso. Se Lula, como dizem, teria pedido explicações a presidente Dilma Rousseff sobre o ocorrido, errou. Ao afirmar que a Polícia Federal cumpre um papel estritamente republicano, Cardozo também errou. Errou feio.
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