pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Bandidos brincam de GTA em Pernambuco
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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Editorial: Bandidos brincam de GTA em Pernambuco


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Cremos não haver algum motivo de surpresas entre os pernambucanos quando o assunto é a violência que assola o Estado. Tendo como referência um editorial do jornal Folha de São Paulo, registramos a ocorrência de 16 mortes por dia no Estado. O número foi tão surpreendente e pareceu-nos tão "irreal" que optamos por retirá-lo do editorial, em função da possibilidade de estarmos cometendo algum equívoco, pela ausência de uma checagem mais objetiva. O danado é que, ao checarmos, encontramos exatamente este índice absurdo: 16 homicídios, em média, são registrados a cada dia em Pernambuco, de acordo com dados divulgados pela própria Secretaria de Defesa Social. O cálculo é simples. Peguem seus aparelhos celulares e calculem 500 mortos por mês, divididos por 30 dias. Nos três primeiros meses do ano foram registrados algo próximo a 1.500 mortos. Como enfatizou o editorialista daquele jornal, Pernambuco teve uma década perdida em termos de segurança pública. Retroagimos ao ano de 2006, um pouco antes, portanto, da implantação do Pacto pela Vida, que retirou o Estado da triste condição de terceiro mais violento do país.

Hoje, pela manhã, uma outra surpresa. Ao checarmos o microblog Twitter, encontramos a hashtag Tamandaré ocupando um lugar de destaque no Trend Topics. A razão, então, mais uma vez, é o assombroso mundo da violência no Estado. Naquele município litorâneo do Estado, distante um pouco mais de 100 Km da capital Recife, uma quadrilha de assaltantes fortemente armados espalhou o terror na cidade, explodindo duas agências bancárias, a do Banco do Brasil e a do Bradesco. Na fuga, os bandidos fugiram de lancha, pelo litoral, algo mais uma vez cinematográfico, como, aliás, estão se tornando a ação dessas quadrilhas especializadas no Estado. A fuga inusitada provocou a reação de um público notadamente jovem, que começou a fazer postagem com referência ao jogo GTA, onde os bandidos, após um assalto, também fogem de lancha. Não se sabe ainda se esses bandidos assistiram e resolveram copiar o filme, mas não deixa de ser curioso esse fato ocorrido numa cidade até certo ponto pacata do nosso litoral. 

Para completar o dia de violência no Estado, na BR 423, mais um assalto praticado contra carro-forte de transporte de valores. Bandidos fortemente armados emboscaram um desses carros entre as cidades de  São Caetano e Cachoeirinha, trocaram tiros com os vigilantes e explodiram o blindado, que ficou parecendo mais com uma lata de Coca-Cola espremida. Nessas ocasiões, para desencorar novos aventureiros - imaginem se isso é mais possível - nunca se informa a quantia subtraída na ação. No caso do assalto recente ocorrido no Paraguai, realizado por uma quadrilha brasileira, por exemplo, a cifra antes anunciada logo teria sido "corrigida". Nossa compreensão é que foi, provavelmente, maior do que o anunciado. Foi o maior assalto a bancos já realizado naquele país, embora materializado no depósito de uma transportadora de valores. 

Como alertou um especialista em segurança pública no dia de ontem, as "coisas" fugiram completamente ao controle. Não é mais um problema localizado, regional ou estadual, o que impõe a necessidade de medidas de um alcance mais global, articuladas entre os diversos agentes do aparato repressor do Estado, em escala internacional. Os índices de violência hoje registrados no país são índices de países conflagrados por guerras civis. As ocorrências registradas no dia de ontem, no Estado do Rio de Janeiro, dissipam qualquer dúvida sobre o assunto. Claro que o "dever de casa" precisa se feito - e bem feito - mas, sem uma ação de inteligência, coordenada e bem articulada, envolvendo esses diversos atores, no plano local e nacional, os efeitos no tocante à diminuição desses índices talvez não sejam alcançados tão cedo. Grupo organizados controlam completamente o sistema prisional - onde o aparelho de Estado não passa de mais um refém - e estabelecem suas conexões internacionais, com ramificações já em diversos países. Há indícios de que bandidos brasileiros possam ter recebendo, por exemplo, treinamentos com armamentos pesados em países como a Bolívia.   


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