A economia do país encontra-se bastante fragilizada e,qualquer que seja o resultado das eleições de 2022, o próximo presidente terá um longo trabalho pela frente para superar tais adversidades e retirá-la dos escombros. Além de boa vontade política, a tarefa exige estudos do tema, assim como um amplo diálogo com os especialistas no assunto. Um dos fatores que pesam bastante na reeleição de um presidente é a sua avaliação junto à população e, certamente, quando os indicadores econômicos estão no limbo, isso se reflete diretamente nos índices de sua aprovação.
É sabido que o país não se encontra num bom momento. E aqui nos concentramos apenas no campo econômico, aquele mais sensível, segundo o economista Roberto Campos, porque se reflete diretamente no bolso. Num país com desigualdades históricas e estruturais, como observamos no editorial de ontem, isso acaba pesando e tornando-se ainda mais "sensível' àqueles estratos sociais marginalizados, como pobres, negros, mulheres. O país, forjado no trabalho escravo, sempre teve essas características. O Brasil ainda possui milhões de analfabetos, em sua maioria mulheres, negras e nordestinas, evidenciando tal DNA do pelourinho profundo - como dizia Anísio Teixeira - o que significa dizer que políticas compensatórias e redistributivas de renda também devem estar na agenda dos nossos governantes.
Não vamos aqui mencionar os indicadores econômicos de desemprego, inflação de dois dígitos, índices pífios de crescimento econômico, o número de brasileiros que se encontram no estágio de insegurança alimentar, disputando víveres com os garis nos carros de lixo ou nas filas dos açougues à procura de ossos. São coisas que a gente sente na pele - ou nas ruas - onde surgem, a cada dia, novas famílias abandonadas, mendigando ajuda nos sinais de trânsito. O estrago foi grande. É necessário um esforço descomunal para encontrarmos a saída e iniciarmos o percurso que pode nos retirar do fundo do poço.
Na realidade, o país precisa de uma grande conciliação política, com o propósito de construir os consensos necessários para voltarmos a respirar ares mais civilizados e humanitários. Mas, no tocante à economia, o jornal Folha de São Paulo deverá estar dando início a uma série de entrevistas com os assessores econômicos dos candidatos às eleições presidenciais de 2022. Uma boa iniciativa, que deve ser acompanhada com muita atenção.
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