Esses 12% estão entusiasmando petistas e deixando os bolsonaristas em polvorosa, lançando todas as pragas contra o Instituto Datafolha, hoje mais conhecido entre eles como DataLula. Esse escore é a diferença que separam o candidato Luis Inácio Lula da Silva de Jair Bolsonaro, de acordo com a última pesquisa do Instituto. Na realidade, não apenas o Datafolha, mas os demais institutos, de grande porte e com vasta espertise de mercado, mantém, com algumas diferenças nos índices, essa liderança do candidato petista nesta reta final de campanha.
Ainda prefiro orientar nossas análises a partir dos resultados apontados por tais institutos, a depeito de saber que há alguns deles indicando, inclusive, um empate técnico entre ambos ou até mesmo a superioridade do candidato Jair Bolsonaro, para regozijo dos partidários do presidente. Essa discrepância de índices entre os institutos suscitou uma enorme polêmica em torno do assunto. Sempre enfatizo por aqui o nosso respeito aos institutos de pesquisa, inclusive os novos, que merecem o nossa atenção devida para adquirirem credibilidade e se consolidarem no mercado.
Sinto que alguns analistas desejam "descredenciá-los' simplesmente pela ausência de lastro no mercado, o que se constitue num equívoco. Várias condições podem contribuir para distorcer os resultados de uma pesquisa. A confiança na definição da amostragem, o método, a influência dos patrocinadores, etc. Há institutos que saem a campo, outros simplesmente entrevistam os eleitores, aleatoriamente, pelo telefone. A amostragem, por exemplo, precisa ser definida com base em dados populacionais confiáveis e isso hoje se constitue num problema no país. Invoco aqui o "viés' do patrocinador, mas nem deveria fazê-lo, pois se exigiria, em princípio, a isenção necessária desses órgãos de pesquisa na execução dos seus trabalhos. Há, entretanto, um desses institutos que está sendo muito questionado em razão de um eventual contrato com o Governo Federal.
Aqui em Pernambuco, existe uma praia famosa no mundo todo, a Praia de Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca. Quando ministrava aulas num Curso de Administração, nossos alunos realizavam, como atividade da disciplina, uma pesquisa sócio-econômica na cidade de Ipojuca. Lembro que, à época, toda a nossa preocupação era que os questionários e entrevistas fossem aplicados rigorosamente apenas com os moradores da cidade, evitando entrevistar - para esse propósito específico - aquela população flutuante, ou seja, os veranistas, que estavam apenas de passeio no balneário.
Essa população flutuante ou de veranistas vão ali apenas para curtir o centrinho, que envolve a praia, os passeios, os bares e o comércio local. Essa "zona de conforto" está bem distante dos reais problemas da cidade. O município tem sérios problemas de infraestrutura, como saneamento básico, moradia, educação e um alto índice violência, movido pelo tráfico de drogas. Isso não seria observado por uma população que curte apenas os finais de semana na praia, circulando no local, tomando seu chop nos bares ou um sorvetinho de pitanga no final de tarde. A pitanga, aliás, está se tornando a fruta nordestina preferida da monarquia. Dom Pedro adorava o sorvete e a Rainha Elizabeth, falecida recentemente, ficou entantada com o sabor do suco quando esteve no Recife. Não se pode dizer que eles não tinham bom gosto.Isso sem falar no famoso licor de pitangas do sociólogo Gilberto Freyre.
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