pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: As críticas de João Paulo à gestão municipal do Recife.
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domingo, 22 de junho de 2025

Editorial: As críticas de João Paulo à gestão municipal do Recife.



Mesmo há um ano e meio das eleições de 2026, não há dúvidas de que existem mobilizações de grupos políticos no sentido de prejudicar o andamento de algumas gestões, de olho naquelas eleições. Segundo os escaninhos da política, o Centrão já teria emitidos recados a Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados, no sentido produzir um sangramento do Governo Lula 3 até às próximas eleições. Setores do Centrão estariam se articulando em torno de um eventual apoio ao nome de Tarcísio de Freitas, no momento, o nome que reúne as melhores condições de agregar em torno de si o conjunto dessas forças conservadoras de centro-direita e até da extrema direita. Até o grito de guerra de Jair Bolsonaro ele já está ensaiando, com a cessão do próprio capitão, sem os ônus dos direitos autorais. 

No podcast do Jornal do Commércio, onde concedeu uma entrevista recente, o deputado estadual João Paulo fez duras críticas ao prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE). Segundo João Paulo, haveria uma suposta articulação entre socialistas e bolsonaristas na ALEPE com o propósito de prejudicar o Governo Raquel Lyra. Um outro ponto elencado pelo ex-prefeito do Recife é que estaria faltando disposição do atual ocupante do Palácio Capibaribe no sentido de ampliar o diálogo com o Governo do Estado, em prol do interesse da população do Recife. João Paulo lembra um momento realmente de profundas indisposições políticas entre a sua primeira gestão como prefeito, quando era governador do estado Jarbas Vasconcelos. Naquele momento político, João Paulo interrompeu o projeto da União por Pernambuco, tornando-se um adversário ferrenho do governador e do grupo político que orbitava em torno da gestão estadual, oriundos de segmentos conservadores da política pernambucana. Nem assim, argumenta ele, deixou de conversar com Jarbas quando os interesses dos recifenses estavam em jogo. Até setores do partido à época estranhavam essa relação, movida, acreditamos, em nome do interesse público. 

Os socialistas acusaram as críticas e as responderam em tom duro, insinuando que João teria inveja da gestão de João Campos. Não vamos aqui descer às miudezas dessas discussões para não melindrarmos, mas consideramos prudente e dentro de um espírito republicano, prestar a atenção necessária às ponderações críticas à gestão, seja partindo do público, seja quando elas partem de políticos com a expertise do deputado João Paulo, prefeito do Recife por dois mandatos. Historicamente, os gestores do estado não gostam de serem criticados. São arrogantes, andam de salto alto, comportamento muito provavelmente herdados da profunda hierarquização de nossa formação colonial, onde essas elites familiares foram forjadas. Eles acham que não precisam dar satisfações ao público, o que se traduz num grave equívoco, pois é exatamente este público que, através de seus tributos e suas escolhas, financiam e delegam a gestão da polis a determinados atores, em período regulares, que são as eleições.   

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