O Presidente do Senado Federal, David Alcolumbre, finalmente, leu o relatório da CPMI do INSS. Estima-se que os trabalhos devem começar no segundo semestre, provavelmente em agosto. Trata-se de uma derrota do Governo Lula 3, que não desejava a instalação da CPMI. Agora o Governo corre atrás do prejuízo, escalando um time de senadores que possa equilibrar o jogo dos debates de narrativas, definir convocações de A ou B, influir sobre o relatório final, enfim, ter um mínimo de controle sobre o andamento dos trabalhos. O presidente da Comissão deverá ser o senador do PSD do Amazonas, Omar Aziz, que já esteve mais alinhado com o Governo no passado.
O relator será indicado pelo PL e poderá ser o deputado federal Coronel Chrisostomo. Não se trata de uma boa composição, como os leitores podem perceber. Ambos possuem pavio curto, sugerindo que a CPMI já começa com imanente potencial de atritos, mas isso faz parte do jogo. A CPMI do INSS, quando os velhinhos estiverem presentes ao plenário externando suas agruras, tem o potencial de provocar um desgaste imenso em qualquer que seja o governo de turno. As narrativas do Governo Lula 3 no sentido de eximir-se completamente das responsabilidades sobre aqueles fatos se mostraram insuficientes para conter o desgaste da imagem do governo junto à opinião pública.
Não vamos aqui entrar no mérito de quando começaram essas fraudes, que medidas poderiam ter facilitados o trabalho dos gatunos ou coisas do gênero. A questão é que o escândalo estourou durante o Governo Lula. Neste contexto, a narrativa, talvez concebida pela SECOM, de jogar a responsabilidade sobre o Governo de Jair Bolsonaro soou esquizofrênica, vazia, insustentável. Não colou. Que seja bem-vinda a CPMI do INSS, que ela possa ser suficiente para esclarecer a população a engrenagem nebulosa que funcionou durante anos com o objetivo abjeto de roubar pensionistas e aposentados.
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