Todos conhecem aquela expressão fulano já está tomando café frio, numa referência aos indicadores de que determinado chefe já se encontra tão desgastado, com os dias contados no cargo, quando até a copeira da repartição já não tem aquele cuidado de outrora com o cafezinho servido ao cidadão. Ontem, por uma dessas felizes coincidência, encontramos uma foto antiga da ex-presidente Dilma Rousseff, onde o seu semblante externa todo o seu descontentamento com a leitura de um bilhetinho com novas demandas do Centrão ao Executivo. Acreditamos ser aquele momento em que a ex-presidente compreendeu que o seu momento como Presidente da República estava terminando. Nada mais poderia ser feito.
Agora há pouco tomamos conhecimento de duas notícias bastante emblemáticas acerca desse momento crucial das dificuldades do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas diz respeito a uma eventual declaração do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no sentido de que poderá recorrer ao STF para reverter a derrota congressual sofrida em relação ao aumento do IOF. A outra diz respeito a uma eventual ligação de Lula aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, no sentido de retomar o diálogo com o objetivo de evitar novas refregas do Governo no Legislativo.
Resta saber se a manobra para aprovar a rejeição do IOF foi mais um desses recados ou se trata, na realidade, de uma indisposição efetiva do Legislativo com o Executivo, indicando, neste caso, que chegou a hora da sangria, um momento de não mais retorno, onde, pragmaticamente, os políticos, principalmente os do Centrão, já estão mobilizados em torno dos seus novos senhores, negociando nacos de poder e outras benesses na nova gestão, muito antes da anterior dar o seu último suspiro. A discussão sobre aumento de impostos é bastante relativa, se entendermos que eles aprovaram a criação de mais 18 vagas de deputados federais, brincadeira que pode significar mais de R$ 140 milhões de despesas para os cofres públicos. A austeridade fiscal aqui, tão cobrada ao Executivo, não vale para eles.
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