Estávamos lendo uma matéria recentemente sobre um apagão no humor nacional, depois da condenação do humorista Léo Lins, condenado a 08 anos de prisão e pagamento de uma multa astronômica, superior a R$ 1,5 milhões. A matéria prima desses humoristas é exatamente esse ambiente político nosso, marcado por lances exóticos, protagonizados por alguns atores. Esse cuidado não é para menos. Quando humoristas e chargistas passam a ser condenados por sua arte é um sinal de que os tempos estão nublados. Isso justiça usarmos o termo "eventual" na chamada do edital acima. Estamos diante da necessidade de criarmos em nossos textos, uma narrativa não comprometedora, onde termos como eventual ou supostamente estão se tornando muito comuns. São os reflexos dos tempos bicudos exercendo sua influência na linguagem. Pelo andar da carruagem política, logo teremos robôs algoritmo censurando aquilo que pode e aquilo quer não pode ser dito. Antes disso, num exercício de autocensura, alguns temas, por exemplo, já foram abolidos dessas nossas conversas diárias aqui pelo blog. É uma temeridade tratar de assuntos relativos à atuação policial, assim como as ações de grupos do crime organizado.
Tarcísio de Freitas é hoje o nome ungido pelos setores conservadores para as eleições presidenciais de 2026. Aqui se congregam o eleitorado conservador - bolsonarista radical ou não - setores da mídia, o mercado, a Faria Lima e possivelmente amplos segmentos do Centrão. Por outro lado, esse puxa e encolhe do PL em torno de aspirar, ainda que remotamente, uma eventual candidatura de Jair Bolsonaro ou alguém indicado por ele, tem levado o governador de São Paulo a manter-se reticente acerca da necessidade de assumir que é candidato à Presidência da República em 2026. Algumas de suas atitudes alimentam a expectativa desses setores, ao passo que, em alguns momentos, outras atitudes sinalizam para o desejo de Tarcísio em esquentar a cadeira do Palácio Bandeirantes por mais quatro anos. Ele é coerente e muito correto com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Folha de São Paulo, no dia de hoje, 15, traz uma reportagem onde observa que interlocutores confiáveis entre ambos estariam fazendo uma ponte no sentido de se chegar ao ex-governador Tarcísio de Freitas a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria disposto a apoiá-lo, desde que a sua esposa, Michelle Bolsonaro fosse indicada a ocupar a vice na chapa encabeçada por ele. Michelle tem uma cadeira praticamente assegurada como representante do clã ao Senado Federal, concorrendo pelo Distrito Federal. É quase impossível que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro seja revertida. Sugere-se que ele já começou a trabalhar com tal hipótese. Uma condenação, igualmente, não seria improvável. Nesse contexto, talvez se entenda uma declaração recente do seu filho, Eduardo Bolsonaro, no sentido de que o próximo presidente de direita - que é o que eles esperam que ocorra com resultado em 2026 - se comprometa a indultar Jair Bolsonaro e não aceitar qualquer anulação do ato pelo STF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário