Ontem, 11, foi um dia bastante agitado na Câmara dos Deputados. Quando não tem sido, afinal, diante das indisposições entre Governo e Oposição? O clima está tão pesado que está se tornando inútil convocar ou convidar integrantes do Governo para prestar esclarecimentos no Legislativo. Eles estão abandonando seus assentos ou as sessões estão sendo interrompidas pela absoluta impossibilidade civilizatória de chegarem ao seu final. Desta vez foi o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não conseguiu dialogar com membros da Oposição durante uma sessão na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados. O presidente da comissão, o deputado Rogério Correia, resolveu encerrar os trabalhos antes de sua conclusão.
Há pouco tempo situação semelhante ocorreu com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que abandonou o recinto depois de se sentir ofendida. A situação está sensivelmente complicada em áreas estratégicas da gestão, uma vez que as agendas são absolutamente distintas e é quase impossível um denominador comum ou a construção de um consenso mínimo entre ambas as partes. Segurança Pública, Meio Ambiente, Economia são áreas nevrálgicas que nos vem à memoria neste momento. Fernando Haddad encontra-se numa situação delicada, como aquele pai de família que fica raspando o tacho para não cortar a mesada do filho, que costuma exceder os limites de gastos.
Perdeu a batalha dentro do Governo para os "gastadores" e encontra-se numa situação delicada, uma vez que sua única alternativa é aumentar os impostos. Na primeira vez que propôs um ajuste fiscal, alguns ministros do governo ameaçaram até pedir afastamento dos seus cargos. Se não é o IOF são outros penduricalhos, mas não esboça um único gesto no sentido de cortar na pele. Tem arrecadado bastante, o que é bom, mas o que adianta se estupora tudo? Seja para as finanças pessoais, seja para as finanças públicas, o que sai é mais importante para o seu equilíbrio das contas do que o que entra. Não concordamos com tudo que foi exposto pela Oposição, assim como a forma como foi dito, mas é um fato que a situação não está boa para parcelas significativas da sociedade brasileira.
Os preços estão aumentando nas gôndolas dos supermercados, há uma projeção de espiral inflacionária crescente pela frente, cosias do gênero. O Governo deverá sofrer notas derrotas com o novo pacote em substituição ao IOF. Até partidos da "base" a exemplo do União Brasil e Progressistas já sinalizaram que votarão contra. Hugo Motta pede que o Governo faça um gesto. Ninguém suporta mais essa gastança de dinheiro público diante do quadro temerário em que se encontra nossas finanças. O Governo Lula 3 assumiu a gestão com R$ 54 bilhões de superávit. No primeiro ano, o rombo já superava os R$ 200 bilhões. Em 2027 teremos um grande problema pela frente, seja qual for o resultado que as urnas apontarem.
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