sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Editorial: Recife e Salvador: Capitais do desemprego no país
No dia de ontem, ao elencar as prioridades que estão sendo previstas pela equipe da governadora Raquel Lyra, levantamos alguns dados extremamente preocupantes sobre o Recife. Faz muito tempo que não temos notícias alvissareiras sobre o Estado e a sua capital em particular. Entre as prioridades apontadas pela futura governadora - por algum descuido não mencionada no texto - está a questão da mobilidade urbana,possivelmente, alternativas de enfrentamento aos altos índices de desemprego. A mobilidade urbana está literalmente travada. Outra prioridade seria os programas habitacionais, principalmente no sentido de atender às necessidades da população que mora em zonas vulneráveis em alagados ou nas encostas dos morros.
Nas últimas enchentes ocorridas no Brasil, Recife bateu o recorde - mais um - de capital com o maior número de mortos e desabrigados. Embora já houvesse informações a esse respeito, hoje repercute aqui na província as absurdas estatísticas de desemprego da população. Com 600 mil desempregados, só ficamos acima de Salvador, capital da Bahia. De acordo com dados do IBGE, nosso índice é de 14,7%, enquanto a capital dos baianos ostenta 17,9%. Pernambuco tem mais pessoas recebendo o Auxilio Brasil do que com carteira assinada, o que se constitue numa distorção que precisará ser corrigida.
Embora a governadora Raquel Lyra tem demonstrado todas a disposição para o diálogo, interessa saber como será a postura do atual prefeito do Recife, João Campos, do PSB. Como se sabe, a família Campos tem interesse em retormar o controle do Palácio do Campo das Princesas em algum momento. João Campos é o grande aspirante a esse projeto, como herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos. Sua candidatura à reeleição é praticamente certa. Quando concluir o mandato - ou mesmo antes - ele já teria idade para almejar o governo do Estado. Por outro lado, as eleições municipasi de 2024 no Recife promete ser bastante disputada, inclusive com nomes do núcleo duro que gravita em torno de Raquel Lyra. Deveria prevalecer o interesse público, mas aqui na província alguns políticos parecem desconhecer o sentido desta expressão.
Editorial: O que ocorreu, de fato, com Jair Bolsonaro?
Eis aqui uma resposta que todos os brasileiros e brasileiras gostariam de obter neste momento. Segundo informações de coxias, ele teria ficado abatido e apático depois da derrota nas urnas nas últimas eleições. Em razçao disso, abandonou as lives, as redes sociais e estaria "enfurnado' - permitam-me o termo - no Pálacio do Alvorada, delegando as tarefas mais espinhosas do dia-a-dia aos seus assessores mais diretos, o vice-presidente Hamilton Mourão e o Ministro-Chefe da Casa Civil, O senador Ciro Nogueira. Salvo melhor juízo, o próprio vice, Mourão, informou que ele estaria sofrendo os males de uma elisipela.
Hoje, pela manhã, surgiu uma notícia mais preocuante, a de que ele estaria sentindo fortes dores abdominais e que, em razão do problema, teria sido atendido no hispital das Forças Armadas, Brasília. O quadro de saúde estaria sendo avaliado, não se descartando a possibilidade de uma intervenção cirúrgica. A informação foi publicada no Estadão, a partir de dados fornecidos pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Masi recentemente, estranhamento, passou a circular uma informação atribuída a sua esposa, Michele Bolsonaro, que alega desconhecer esse internamento.
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, uma das pessoas mais próximas ao presidente, corrobora com Michele ao informar que desconhece que ele esteja sob cuidados médicos no hospital das Forças Armadas. Convém permanecer com as barbas de molho diante desse fatos, sobretudo porque as fake news passaram a ocupar o nosso cotidiano de forma preocupante. O fato concreto é que Jair Bolsonaro não está bem. Seja fisicamente, seja psicologicamente. Durante o último debate da Rede Globo, ele já denunciava uma certa dificuldade em caminhar, o que sugere crer nas informações sobre a possibilidade de alguma ferida na perna. Psicologicamente, ele encontra-se visivelmente abatido. Vaza informações sobre eventuais crises de choro.
Editorial: Defesa e Inteligência: O nó-górdio da equipe de transição.
Até o momento, a equipe de transição tem recebido inúmeros elogios, ao montar grupos de trabalho com pessoas competentes; ser uma equipe de perfil plural; contemporizar a gama de partidos e entidades que estiveram na linha de frente de apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nossa gloriosa UFPE vai contribuir com três professores, inclusive a economista Tânia Bacelar. A liderança e desenvoltura do vice-presidente Geraldo Alckmin é inconteste, tendo o mesmo já sido nomeado, por analistas, como uma espécie de primeiro-ministro do futuro presidente.
Já haveriam 30 grupos de trabalhos montados, mas falta um, aquele que, por razões óbvias, tornou-se o nó-górdio: Defesa e Inteligência. A tarefa de "despolitizar' o aparato de defesa e inteligência do Estado pode ser classificada como uma tarefa hercúlea. Nos bons tempos de normalidade democrática, as Forças Armadas estiveram tão pacificadas, que conviviam, harmoniosamente, com atores como José Genoíno - um ex-guerrilheiro da Guerrilha do Araguaia - e Aldo Rebelo, militante do Partido Comunista do Brasil. Cuidavam de suas atividades inerentes, das suas escolas de formação, de seus clubes militares, e não desejavam qualquer tipo de envolvimento com as atividades políticas.
No Governo Bolsonaro houve um processo de politização das Forças Armadas, que atingiu proporções gigantescas. Além dos postos-chave, estima-se que algo em torno de 8 mil militares estejam ocupando cargos de DAS na burocracia do Estado. A relação tornou-se tão orgânica que a própria equipe de transição descobriu, a a partir de informaçõe fornecidas de órgãos de controle e fiscalização, que 79 mil militares poderiam estar na folha de beneficiários do Auxílio Brasil, de forma irregular.
A reforma previdenciária não atingiu os militares, que tiveram recomposições salariais regulares ao longo deste período, enquanto há setores do Executivo que estão há 7 anos sem qualquer recomposição salarial. Não vamos entrar em mais detalhes para não sermos mal intepretados, mas o avanço da politização nesta área foi grande, exigidno uma verdadeira obra de reengenharia política, que inclue: Um amplo processo de despolitização das Forças Armadas; substituição de militares por civis na burocracia do Estado; renovação dos quadros de comando das forças; nomeação de um civil para o Ministério da Defesa; despolitização das polícias federais e do aparato de inteligência do Estado; fortalecimento dos serviços de contra-espionagem; um amplo diálogo com os governadores dos Estados para conhecer a dimensão da bolsonarização das polícias estaduais.
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
Editorial: Um torniquete nas ações antidemocráticas.
| Crédito da foto: Divulgação\TSE |
Ontem tivemos o desprazer de acompanhar, pelas redes sociais, cenas chocantes de um cidadão sendo brutalmente espancado por grupos bolsonaristas, depois de furar um bloqueio imposto por eles, numa determinada estrada. Hoje, igualmente estarrecido, ouvi atentamente o discurso de ódio de um cidadão que se dizia pastor, militar, capelão, fardado, utilizar-se de um discurso bíblico, absolutamente descontextualizado, para afirmar que, com autorização de Deus, irá pegar em armas e matar petistas e psolistas. Um ato criminoso, que já implicaria na adoção das penas previstas em lei. Isso ocorreu aqui no Recife, numa concentração em frente ao quartel do Comando Militar do Nordeste.
Essas sandices precisam ser contidas e algumas medidas já estão sendo adotadas, como a utilização das polícias estaduais para dissuadir os manifestantes. Registro aqui que a PRF está atuando de forma republicana no sentido de dissuadir esses acampamentos e bloqueios. Não vamos entrar no mérito da questão, uma vez que todos sabem que o MPF encontrou indícios de que algumas dessas ações, não foram, digamos assim, de caráter republicano. Quem, por muito pouco não ficou careca foi o Lula. Os pneus dos ônibus estavam em bom estado, obrigado.
Agora, vem a decisão do ministro Alexandre de Moraes - o guardião de nossas instituições democráticas - determinar o bloqueio de 42 contas de pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no financiamento desses atos antidemocráticos. Por sua disposição, isto é apenas o começo. Como ele tem reafirmado, tais mobilizações se constituem uma afronta a um processo eleitoral legitimado, limpo, transparente, com resultados apurados e eleitos homologados. Questionar tal processo tem implicações jurídicas, assim como o pedido para uma intervenção militar no escopo de uma democracia representativa.
O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: A grande "arrancada' da governadora Raquel Lyra.
A futura governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) deu uma demonstração das mais auspiciosas sobre como pretende governar o Estado de Pernambuco. Há uma evidente demonstração de boa vontade,de que não pretende alimentar arestas políticas com nenhum grupo politico no Estado, o que significa dizer que será uma governadora de pontes e não de muros, engajando todos os agentes em pró do projeto de soerguer o Estado, independentemente da vinculação a esta ou àquela "tribo" ideológica. Raquel Lyra trabalha no sentido de azeitar suas relações com a ALEPE, criando as condições ideais de governabilidade.
Não gostamos muito da expressão jogo de cintura, porque, neste quesito, ninguém melhor do que a mulata globeleza. Mas é preciso ter a flexibilidade ou a elasticidade necessária para conduzir a máquina dentro de padrões civilizados e republicanos com os outros poderes. E olha que este editor é conhecido pela intransigênfia e radicalidade com que defende suas ideias e princípios. Sua vice, Priscila Krause, exercia, como parlamentar, a partir da ALEPE, uma oposição "intransigente" e responsável, voltada para preservar interesse público nas transações entre agentes públicos e privados. Sua atuação foi tão importante que "sangradouros" de desvios de recursos públicos foram estancados, assim como licitações suspeitas em andamento suspensas.
Infelizente, tivemos uma gestão pública manchada por inúmeros escândalos e alguns deles foram denunciados e até mesmo "abortados" pela ação da parlamentar, conhecida aqui pelo blog pelo carinhoso e respitoso apelido de "Danadinha'. Agora, ela torna-se vidraça. A responsabilidade é grande. O bom trânsito de Raquel Lyra, em Brasília, em sua articulação com a bancada federal do Estado, ganhou repercussão nacional, sobretudo em razao da desenvoltura da futura governadora, tratando sobre as obras que serão prioritárias em sua gestão no Palácio do Campo das Princesas.
Aqui, ela já marcou dois golaços. Mas, o melhor ainda estava por vir, quando ela estabeleceu as diretrizes do seu governo, voltada, sobretudo para as obras estruturadoras do Estado, como a Adutora do Sertão; ativos de infraestrutura, como a BR-232 e recursos para a área da saúde, em cumprimento aos compromissos assumidos durante a campanha. A futura governadora deixa claro a "filosofia" que pretende imprimir em sua gestão, atendendo, prioritariamente, as principais demandas da população mais empobrecida do Estado. Como se sabe, esta precisa ser a prioridade das prioridades num Estado que nunca empobreceu tanto nos últimos anos, de acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas. É estarrecedora a constatação de que a população do Estado nunca foi tão abandonada. Uma grande arrancada, governadora. Bola para frente!
Editorial: Intervenção militar não combina com liberdades individuais e coletivas.
A cidade do Recife tem se destacado por apresentar indicadores sociais bastante negativos. Ostenta a condição de cidade com um dos maiores índices de população em situação de pobreza, tornando seu perímetro central o mais degradado do país. Se o sociólogo Josué de Castro ainda fosse vivo, se sentiria envergonhado em visitar os bairros alagados da Veneza brasileira - Pina, Afogados, Ilha de Deus - que serviram de fonte de inspiração para os seus estudos. Os leitores e leitoras vão nos permitir e perdoar a expressão, mas é uma merda que os gestores da capital e do Estado, nos últimos anos tenham deixado, literalmente, de cuidar das pessoas para satisfazer a sanha dos interesses do capital, quase sempre em transações de caráter nada reublicanas.
Os sem-teto, desabrigados e famintos povoam as imediações do Palácio do Campo das Princesas. Rua do Imperador, Teatro de Santa Isabel, Liceu de Artes e Ofício, Praça Maciel Pinheiro. Pernambuco, isoladamente, foi o Estado que mais contribuiu para fazer cair nossos indicadores de extrema pobreza nos últimos anos, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas. Como se observa, nossos destaques nacionais não ocorrem por uma boa causa.
Ficamos curiosos em observar porque o Recife estava ocupando um lugar privilegiado no trending topics do twitter. Infelizmente, sentimos informar que, igualmente, não é por um bom motivo. Trata-se da repercussão de uma mega mobilização de bolsonaristas no quartel do Comando Militar do Nordeste, no bairro do Curado. Em mais um ato inconsequente e irresponsável, pedindo uma intevenção militar. Quando esteve aqui na década de 70 - apenas para alertar os desavisados que acham que se pode conciliar intervenção militar com libertdade - o filósofo Michel Foucault considerou que talvez fosse menos vigiado pela Ditadura Militar aqui na província.
Pensava o filósofo que seria menos visado do que em praças como o Rio de Janeiro ou São Paulo, onde já teria tido alguns problemas com os militares. Ledo engano. Professores da UFPE chegaram a tentar organizar um almoço para o filósofo francês, mas, um a um dos convidados desistiram, diante de sua indisposição com os militares. Restou ao filósofo, com uma grande boa vontade de uma professora da UFPE, visitar Igarassu, a Casa da Cultura - espaço que ele mais se interressou, porque no passado havia sido um presídio - e comer umas tapiocas no Alto da Sé, aqui em Olinda.
Todas as vezes que vamos ao local, tentamos imaginar os seus passos por aquele logradouro. Escrevemos até um conto sobre o assunto. Pernambuco, diferente do que pensava o filósofo, tem uma presença militar estratégica e uma forte organização do bolsonarismo, daí se entender essa intensa mobilização que ocorre no quartel do Comando Militar do Nordeste. O primeiro presidente da Junta Militar, pós Golpe de 1964, foi o presidente general Costa e Silva, que, antes, era o comandante desse agrupamento militar.
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
Editorial: As eleições terminaram. O Brasil voltou. Avisem aos bolsonaristas.
Acabo de ler um artigo bastante interessante sobre as razões do crescimento das teses bolsonaristas no Brasil. Não vamos descer às minúncias, para não parecermos provocadores, mas o autor acaba concluindo que, além da ausência de bom-senso, falta um pouco de preparo intelectual às suas lideranças. Antes observamos por aqui que Bolsonaro prestaria um grande serviço ao país se pedisse para os seus apoiadores baixarem as armas, enrolar as bandeiras e voltarem para as suas residências. Informações de coxias, no entanto, sugerem que o chefe da nação entrou num processo de apatia e depressão, mesmo diante das novas missões que terá que cumprir daqui para frente, que envolveria manter seu capital político intacto para as eleições municipais de 2024. Mesmo com as relações esfriadas, Bolsonaro está delegando ao vice as tarefas espinhosas do dia-a-dia.
Uma fala sua neste sentido poderia produzir grandes efeitos sobre os grupos bolsonaristas que ainda estão mobilizados nas ruas. Afinal, as eleições terminaram e o Brasil voltou, a julgar pela repercussão -amplamente positiva - do discurso do fururo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, na COP-27. Em sua conta oficial do Twitter, Lula já antecipou que a COP-28 poderá ser realizada no Brasil, de preferência na Amazonas. Aliás, vamos precisar do apoio imenso de todos os brasileiros e da comunidade internacional para salvar a Amazônia. Que os bolsonaristas não nos escutem, mas a Amazônia é um patrimônio da humanidade.
Ontem, abordamos por aqui os enormes desafios que se apresentam para se atingir a meta de desmatamento zero, sobretudo em razão dos estragos ambientais produzidos nos últimos anos. Há de se considerar, igualmente, a política de desmonte dos órgãos que se dedicam ao trabalho de preservação ambiental no país, a exemplo do IBAMA, ICMbio, Funai. É uma tarefa hercúlea, de proporções bem maiores do que a encontrada por Lula no primeiro governo. Parte da "boiada', como previa um certo ministro, já passou. Há de se rever, inclusive, as 'licensiosidades' da legislação sobre o assunto, permitindo esse ambiente nefasto de terra arrasada. Mas o Brasil voltou. É um primeiro passo.
Editorial: Quem vai colocar a faixa de presidente em Luiz Inácio Lula da Silva?
Ainda muito preocupado com os rumos que este país está tomando. Os atores relevantes - aqueles que, em razão dos cargos que ocupam, poderiam dar um bom exemplo - continuam emitindo suas declarações polêmicas, soltando notinhas, alimentando pretenções antidemocráticas. Agora nos chega a informação de que o vice-presidente, general Hamilton Mourão, acaba de anunciar que não colocará a faixa presidencial no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Estaria arrumando as gavetas para a sua nova residência, vinculado ao seu novo cargo, o de Senador da República. Possivelmente, Lula terá que contar com o beneplácito de alguma autoridade do poder Judiário ou do Poder Legislativo, porque, como se sabe, o atual presidente, Jair Bolsonaro, anda de silêncio obsequioso, mas já deu todos os indicadores de que não se submeterá a tal missão.
Vamos consultar os manuais de História, mas não nos parece ter ocorrido algo semelhante na nossa trajetória republicana. Em todo caso, este editor pode estar cometendo algum equívoco. Na realidade a "solução' Mourão já teria sido pensada em razão da quase impossibilidade de o presidente Jair Bolsonaro cumprir tal formalidade. A derrota nas urnas fez muito mal ao presidente, que anda visivelmente abatido. Três atitudes fundamentais se esperava do presidente. Aceitar o resultado das urnas, cumprimentando pela vitória o presidente que assumirá a partir de primeiro de janeiro; Cumprir com denodo e cabeça erguida o restante do seu mandato; Repassar todas as informações possíveis à equipe de transição do futuro governo, dentro das boas práticas do serviço público.
Seria de tando bom alvitre, ainda, acalmar seus apoiadores por todo o Brasil, que estão lutando por causas "perdidas', como a de constestar o resultado de uma eleição limpa, transparente, com resultados homologados pela Justiça Eleitoral - o que já se configura num ato ilícito - e pedir uma intervenção militar num país de constituição democrática e republicana. No dia de ontem eles continuaram com tal escarceu, reclamando bastante da mídia, que não está embarcando nessa sandice. Felizmente.
Editorial: A difícil missão de Marina Silva na pasta do meio-ambiente.
Antes do Diário Oficial da União, já estamos nomeando por aqui Marina Silva como Ministra do Meio-Ambiente. Para os demais ministérios, sempre surgem mais de uma opção. Neste caso em particular, não enchergo no horizonte alguém que possa atender melhor os requisitos para assumir o cargo. Aliado ao nome de Flávio Dino para o Ministério da Justiça ou Segurança Pública, são os únicos em relação aos quais arriscamos um palpite. No Egito, para participar da COP-27, a página oficial de Lula na rede Twitter postou que ele hoje manteve encontros com representantes dos Estados Unidos e da China.
Hoje, logo cedinho, em razão do fuso horário, o presidente do Brasil (ops! futuro presidente) estará fazendo um pronunciamento na conferência. Tudo indica que as motosserras deverão parar de derrubar a floresta Amazônica, o que já seria um alento incomensurável para este editor, para a população brasileiro e para o mundo. Já antevendo as grandes dificuldades que terá que enfrentar na pasta, Marina Silva já antecipou que os problemas serão bem maiores do que no primeiro Governo Lula, quando ela assumiu o mesmo ministério.
De fato, sim. Em todos os sentidos os problemas se avolumaram. A situação, hoje, em razão da ausência ou mesmo de ações deliberadas e permissivas, tornaram-se bem mais complexas. Uma das vértices dessa engrenagem perversa foi o desmonte ou aparelhamento dos órgãos que atuam na linha de frente no combate ao desmatamento; o expressivo aumento de garimpos e pesca ilegais em terras indígenas; derrubada e exportação ilegal de madeira;além da ação de traficantes de drogas, armas e pedras preciosas na área, o que se constitue num grandiosíssimo problema, pois transformou algumas microrregiões em zonas fora de controle do Estado. Nem mesmo as Forças Armadas, teriam algum controle sobre essas microrregiões.
terça-feira, 15 de novembro de 2022
Editorial: A chuva deu uma força à democracia.
Segundo informações obtidas, chove torrencialmente em Brasília, atrapalhando bastante as mobilizações dos bolsonaristas na capital federal. O país vive um clima de grande tensionamento, o que pode a vir agravar-se com as ações que deverão ser implementadas pelo STF para enfrentar, de forma ainda mais contundente, essa onda de pregação e atos antimocráticos, de corte golpista, pois pedem, abertamente e sem a menor cerimônia, uma intervenção militar no país. Na realidade, o STF tem tomado medidas neste sentido, em defesa da democracia, da Constituição Federal.
A tendência é que tais medidas tornem-se mais rigorosas, em razão do recrudescimento dessas ações aqui e no exterior, como ficou evidenciado mais recentemente em Nova York, nos Estados Unidos. Como disse antes, essas práticas precisam ser contidas, sob pena de conduzir o país a uma situação insustentável. Estamos perto disso, infelizmente. No dia de ontem, uma atriz conhecida andou referendando - e sugerindo a adoção no país - de uma das práticas mais abjetas utilizadas durante os dias obscuros do nazismo na alemanha, ou seja, a de identificar os petistas em seus locais de residência e comércio, no sentido de boicotá-los. Esse procedimento está ganhando musculatura, pois alguns petistas já estão se queixando da perda de clientes bolsonaristas.
Pouco antes das eleições, a varanda de um apartamento aqui no Recife, foi metralhada durante a madrugada. Motivo? O morador havia exposto uma bandeira do PT na porta. É preciso que se promova uma distenção e que voltemos ao estágio da convivência democrática, pacífica, de tolerância, dentro de padrões civilizados. É assustador quando se observa um deputado federal eleito - com as responsabilidades que o cargo impõe - vir a público afirmar que logo teremos os caras pintadas nas ruas, novamente, assustando o PT. Seu papel seria outro, ou seja, o de trabalhar para que tais atos antidemocráticas sejam interrompidos.
Editorial: Lula precisa aprender com os erros do passado.
Acabei de ouvir uma análise sobre a viagem de Lula ao Egito. Não sobre o evento em questão, mas sobre a forma com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou até lá, através de uma carona cedida por empresário, num jatinho particular, quando poderia ter optado em viajar num jato cedido pela Força Aérea Brasileira. Lula já faz jus a uma série de benefícios concedidos pelo Estado Brasileiro. Sinceramente, aqui tenho que concordar com o jornalista Josias de Sousa,do UOL, de que não ficou bem para um presidente eleito manter esse padrão de relação com determinados empresários, como se ele não tivesse aprendido nada com o passado. Será que ele já esqueceu das encrencas que representou seus finais de semana no sítio de Atibaia?
Os adversários já levantaram uma série de informações sobre o tal empresário, como um rolo na justiça, que envolve um senador da República; alguns meses de prisão efetiva; financiamento de campanhas, inclusive com doações ao Partido dos Trabalahores. Salvo melhor juízo, o atendimento aos pacientes de sua empresa de saúde foi muito criticada durante os trabalhos da CPI da Covid-19. Lula poderia muito bem ter evitado essa artilharia pesado do bolsonarismo, logo no início do futuro governo, faltando poucos dias para a posse.
O mesmo ocorre em relação a alguns nomes cogitados para assumirem ministérios, alguns deles envolvidos, no passado, nas famosas planilhas da Odebrecht. Como observamos num dos editoriais, até mesmo alguns simbolismos poderiam ser evitados, como a possibilidade de um outro tesoureiro assumir a direção nacional da legenda, com a saída da atual presidente, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann. Existe um estigma envolvendo os tesoureiros do PT. Nesta nova oportunidade, o partido precisa manter um absoluta distanciamento de qualquer vínculo com as teses que alimentaram as narrativas do antipetismo.
Editorial: 133 anos do golpe republicano.
A referência histórica - sobretudo nesses dias turbulentos que o país atravessa - a um golpe militar contra a monarquia, ocorrido há 133 anos atrás, talvez não seja muito feliz. Mas, de forma coerente e objetiva, na realidade, os períodos de normalidade democrática no país - quando comparados aos períodos de quarteladas - por incrível que possa parecer, sugerem uma exceção à regra. Expressões como a usada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, de que a democracia entre nós nunca passou de um grande mal-entendido, infelizmente, na prática, tem muita consistência com a nossa realidade.
Agora, por exemplo, depois de uma eleição realizada no escopo de um processo democrático limpo, transparente, com resultados definidos e candidatos eleitos e homologados, surgem essas manifestações públicas no sentido de tumultuar a ordem e a normalidade democrática e, pasmem, pleitear, de forma irresponsável e inconsequente, uma intervenção militar. No dia hoje, aliás, espera-se uma grande mobilização de bolsonaristas insatisfeitos com os resultados das urnas, dando um péssimo exemplo ao país sobre a incapacidade de convivência com as regras do jogo de uma democracia representativa.
O que se pode fazer? Como evidenciamos no editoral de ontem, algumas dessas ações precisam ser tratadas não junto às autoridades republicanas, mas num consultório de psiquiatria. Mas vamos em frente. Há dois anos atrás, este editor, juntamente com a família, fez uma visita a casa museu onde nasceu o Marechal Deodoro da Fonseca, na cidade do mesmo nome, em Alagoas. Foi a primeira missão, antes mesmo de conhecer a famosa praia do Francês, que fica na cidade. No Museu, fomos acompanhados por um guia que nos deu detalhes da constituição da família, de pefil militar, cuja matriarca constumava comemorar - de tanto orgulho - quando algum dos seus filhos morriam em combate.
A casa, com eiras, beiras e tribeiras - como se pode observar na foto - guarda vários objetos que pertenceram ao marechal, inclusive o famoso penico, um vaso utilizado para se fazer as necessidades fisiológicas. Esses utencílios, improvisados, eram trazidos da Europa com manteiga, originalmente. Se servia da manteiga e jogava-se fora o cocô. O contrário já seria complicado. No quintal, que dá para a lagoa Manguaba, ainda tivemos a oportunidade de saborear as lindas amoras que estavam no período de safra. Na hora do almoço, fomos para o polo gastronômico de Massagueira, saborear o tradicional Sururu no Capote, um prato típico da gastronomia alagoana. Atitude cívica, gente, é respeitar as regras do jogo democrático. Jamais sair às ruas pedindo intervenção militar, sobretudo num país de conhecidas fragilidades institucionais.
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
Editorial: A besta fera do fascismo anda solta e precisa ser contida.
Manifestamos aqui a nossa irrestrita solidariedade aos ministros do STF, atacados por manifestantes em Nova York, depois de participarem de um evento. Um episódio triste e lamentável, que poderia ter sido evitado se nós não estivéssemos chegado a esses níveis de radicalismo, fomentado por grupos de orientação fascista e autoritária, ao longo dos anos. As ruas, as praças, os muros dos quartéis, dentro e fora do país, esses grupos estão à solta para adotarem seus métodos conhecidos, que consiste em ações de intimidação, práticas persecutórias, além de disseminação de mentiras, com o propósito de atingirem seus objetivos vis.
Enquanto as redes sociais mostravam vídeos assustadores dos ataques físicos e verbais ocorridos em Nova York, aqui no Brasil circulavam vídeos com conteúdos ou mensagens não memos apavorantes, irresponsavelmente produzidos por atores sociais com forte influência sobre a opinião pública. Pelo andar da carruagem política, estamos longe de uma expectativa de arrefecimento natural deste movimento, uma vez que estão sendo conduzidos por uma sanha de natureza patológica. Como estamos mostrando desde o domingo, os exemplos não nos deixam mentir, tampouco sugerem algum exagero no diagnóstico. Há pedidos de intervenção no Exército Brasileiro - uma vez que a instituição ainda não decretou uma intervenção militar, conforme insanamente solicitada -; associação entre Jesus Cristo e o coronel Brilhante Ustra; uma atriz conhecida sugerindo que as casas e os estabelecimentos comerciais dos petistas sejam identificados - a mesma prática nefasta utilizada pelos nazistas, em épocas passadas, para identificar os judeus - empresário sugerindo aos colegas para parar o Brasil até o STM tomar alguma medida. O grau de esquizofrenia e irresponsabilidade é grande.
Aqui em Pernambuco, como informamos pela manhã, o Centro de Formação Paulo Freire, da UFPE, localizado na cidade de Caruaru, amanheceu pichado com figuras de suásticas nazista. O país atravessa um momento bastante delicado. Em 1964, os grandes jornais brasileiros foram negligentes - quando não coniventes - com o Golpe Civil-Militar de 1964. Em visita aos Estados Unidos, o dono de um deles pediu abertamente um golpe militar no país. Depois, já aqui no Brasil, soube-se que carros de reportagem de um outro jornal eram fornecidos para utilização dos agentes da repressão. De um deles, li dois editoriais duros, condenando o que está ocorrendo no país. Outros tantos, estão mais preocupados com o valor da blusa da Janja ou com a carona que Lula pegou no jatinho para sua viagem ao Egito. Somos maioria contra o fascismo, mas é preciso que essa maioria seja mobilizada.
Editorial: The Game is over. O bom senso que vem da caserna.
Quando quebrarem o sigilo dos cem anos, talvez possamos entender melhor as reais motivações que levaram alguns generais a se afastarem do governo do presidente Jair Bolsonaro. Naturalmente que se trata de força de expressão, pois tais segredos de alcovas não precisariam ser tão bem guardados. Mas, já seria possível tratarmos aqui de uma provável insatisfação desses auxiliares em razão dos rumos tomados pelo governo. Não deixa de ser emblemático, por outro lado, as afinidades desses generais com princípios democráticos, legalistas, republicanos e constituicionalistas.
O general Otávio Rego Barros, que já ocupou o cargo de porta-voz do Planalto, acaba de publicar um artigo no jornal O Globo, onde reafirma suas crenças no processo democrático, do país, concluindo que o jogo acabou, sendo, portanto, aconselhável recolher as bandeiras para as próxmas eleições previstas para 2026. Há, aqui, naturalmente, uma digressão estilísitica livre do editor do blog, mas, no geral, o que se compreende do seu artigo é que, de fato, o jogo acabou. As declarações de um outro general, Santos Cruz, seguem o mesmo raciocínio do colega, pautando-se sempre pelo irrestrito respeito à Constituiçao do país.
Cumprimentamos o general Rego Barros pelo artigo, que vem a público num momento onde o país, infelizmente, ainda enfrenta problemas com os resultados de uma eleição legalmente concluída, com os eleitos devidamente homologados. Isso é bastante grave, posto que significa que tais atores não possuem - ou não desejam - conviver num ambiente de democracia representativa. Uma marcha da insensatez - e, porque nçao dizê-lo - da irresponsabilidade que pode conduzir o país ao agravamento de uma crise institucional que poderia, pelo bom senso, ser evitada.
Editorial: As hostilidades contra os ministros do STF
Penso que ainda podemos. Portanto, devo contestar por aqui um pronunciamento do ex-presidente Michel Temer solicitando que tanto Jair Bolsonaro quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva façam um apelo aos seus apoiadores para que cessem as manifestações de protesto. Acreditamos haver aqui um equívoco, uma vez que apenas os partidários do presidente Jair Bolsonaro é que resolveram não aceitar os resultados das urnas. Salvo melhor juízo, não há mobilizações lulistas. Havia, no início dos bloqueios das estradas, a possibilidade da utilização de integrantes do MTST no sentido de ajudarem a desobstruir as rodovias federais.
Uma solução infeliz, logo descartada pelo bom-senso. Neste sentido, não faz sentido pedir algo aos militantes petistas, que agora se preparam, aí sim, ordeira e pacificamente, para ocurparem Brasília, mas seria para consolidar um ato democrático, ou seja, assistir a posse de um presidente eleito soberamente pelo vontade do povo, através de um processo limpo, democrático e republicano, conduzido pela Justiça Eleitoral. É exatamente essa tal condição política que alguns bolsonaristas radicais insistem em não aceitar, a julgar pelos mobilizações que estão ocorrendo em todo país e até no exteior, como essas hostilidades verificadas em Nova York contra os ministros do STF, que estavam na cidade, participando de um evento.
Todos eles foram atacados, com palavras de ordem e xingamentos, em especial o ministro Alexandre de Moraes, que se tornou uma espécie de guardião de nossas instituições democráticas. É preciso muia serenidade e paciência para suportar essas hordas enfurecidas e enlouquecidas, a julgar por suas proposições estapafúrdias, conforme comentamos no dia de ontem. Aqui em Pernambuco, conforme relatamos no post anterior, ocorreu um atentado preocupante ao Centro de Formação Paulo Freire, da Universidade Federal de Pernambuco.
Editorial: Atentado contra o Centro de Formação Paulo Freire.
Até mesmo a sua merecida condição de Patrono da Educação Brasileira foi duramente atingida. Isso, hoje, não seria mais o problema, pois seu status de um dos maiores pensadores da educação brasileira sera, obviamente, reestabelecida no futuro Governo Lula. Aliás, um dos maiores pensadores da educação no contexto internacional, posto que seu trabalho e suas reflexões sobre o fenômeno educacional ganharam relevo pelo mundo afora. Paulo Freire iniciou seus trabalhos no SESC de Casa Amarela, bairro onde nasceu aqui no Recife.
Ficaria conhecido por um método de alfabetização de adultos baseados na realidade do educando, capaz de alfabetizá-lo em poucos dias, como ficaria evidenciado pela experiência de Angico, no Rio Grande do Norte. Pelos idos da década de 60 do século passado, estava previsto pelo Governo João Goulart que o método seria aplicado para erradicar o analfabetismo no país. Estava no escopo das Reformas de Base, que a nossa elite política e econômica entronchava a cara. Como já é história, logo veio o Golpe Civil-Militar de 1964 e tudo foi por água abaixo, permancendo até hoje a nossa condição de um dos países com os maiores índices de analfabetismo.
Estima-se uma população de 10 milhões, concentrados, sobretudo, em regiões como o Norte e o Nordeste, com um recorte de gênero e raça, inclusive. Em sua maioria são mulheres negras e envelhecidas. Hoje amanheci estarrecido com as cenas de pichações, fruto de um atentado perpetrado contra o Centro de Formação Paulo Freire, mantido pela UFPE, em Normandia, Caruaru, Pernambuco, destinado à formação de estudantes e pesquisadores em educação popular. A casa da coordenadora foi incendiada e as paredes do centro amanheceram pichadas com suásticas nazistas. Tempos sombrios que passamos a viver no país.
Editorial: O PT prepara sua sucessão. Um conselho: Evitam o estigma do "tesoureiro".
Ao longo dos anos, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann tornou-se uma pessoa da estrita confiança do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assumiu a direção nacional do PT sob as bençãos do morubixaba petista. Durante o período em que Lula esteve preso na carceragem da Polícia Federal no Paraná, Gleisi continuou exercendo esse papel privilegiado de interlocutora do petista, favorecida, entre outras coisas, pela geografia. Gleisi residia na cidade. Há uma perfeita sintonia entre ambos. Gleisi vem do núcleo parlamentar da agremiação e hoje exerce um papel estratégico na equipe de transição,sendo até recentemente elogiada por Lula, que reconheceu suas credenciais de boa articuladora política.
Agora, com a composição do novo governo, a deputada está sendo cotada para assumir um ministério, abrindo a corrida pela sucessão na agremiação. Por enquanto, nenhum martelo batido e prego virado na composição do ministério de Lula. Nem mesmo para a área de economia, apesar das cobranças constantes do mercado. O feeling deste editor arriscaria, quando muito, a indicação da Marina Silva para o Ministério do Meio-Ambiente. Flávio Dino para Justiça ou Segurança Pública, pois, segundo dizem, ele teria pretensões de ser indicado para uma das vagas para o STF. Depois, tem capital político para exigir alguma coisa no governo.Fora disso, é tudo especulação.
Para não se expor a má vontade de alguns formadores de opinião- principalmente entre aqueles que torcem o nariz para a agremiação - recomendaríamos que o partido evitasse, tanto quanto possível, indicar para cargo relevantes pessoas que já estiveram envolvidas em denúnicas - fundadas ou não - de malversação de recursos públicos. Uma dessas pessoas está entre os mais cotados para assumir a legenda, o que expõe o partido aos seus opositores. Outro problema é o estigma que pesa contra os tesoureiros da legenda, o que recomendaria, prudentemente, não indicar para a ssumir o comando do partido alguém que tenha saído dessa condição. É epenas um conselho, mas evitaria os desgastes desnecessários.
domingo, 13 de novembro de 2022
Editorial: Atores relevantes a até partidos politicos poderiam estar apoiando o movimento golpista.
Realmente, estamos vivendo dias difíceis. Aqui pelo blog, nos sentimos muito à vantade em definir essas mobilizações dos bolsonaristas como um movimento de caráter golpista. Na realidade, eles sequer omitem esse caráter golpista, na medida em pedem, explicitamente, uma intervenção militar. Quem acompanha esse movimento está apoiando atos antidemocráticos, posto que questionam o resultado de uma eleição já realizada, limpa, com resultados apresentados e homologados. Não se justificaria nenhum protesto, exceto por uma razão exdrúxula, a de não aceitar as regras do jogo. A expectaiva é que o movimento se arrefeça naturalmente, vencido pelo lucidez e o bom-senso.
Mas, nas entrelinhas, as instituições democráticas já construíram o consenso de que seus organizadores e financiadores precisam ser identificados e punidos. O mais escandaloso de tudo isso é que hoje começaram a ser identificados alguns atores que exercem papel social relevente, que poderiam dar um bom exemplo de conduta republicana e democrática, apoiando tal movimento. Ontem, o jornal O Estado de São Paulo taxou a postura do Presidente Nacional do PL como a de uma oposição eleitoreira e golpista.
Hoje, recebo a informação de que a Corregedoria do Ministério Público mandou apagar as postagens de uma procuradora que estariam estimulando essas práticas antidemocráticas. Nos escaninhos, a informação de que há a suspeita de que um senador da República, eleitor recentemente, estaria usando laranjas para a aquisição de sanitários para dar suporte a este movimento. O caboclo sempre teve essa tara golpista, desde longas datas. Não surpreende, portanto. Não podemos mencionar por aqui, mas existiria, igualmente, dois partifos políticos que também estariam dando apoio logístico a tal movimento.
Editorial: O papel de Janja no futuro governo Lula.
Desde a campanha que já havia sido provocados alguns questionamentos acerca do papel exercido pela socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No dia de ontem, através de um programa transmitido pela Globo News, canal por assinatura, tal questão atingiu o ponto máximo quando a jornalista Eliana Cantanêde, no momento de sua fala no programa, deu a entender que o papel de Janja deveria se limitar às quatro paredes, o que logo foi interpretado - pelos próprios companheiros - como uma postura equivocada, quando não de cunho machista e misógino.
Não temos elementos para afirmar qual a dimensão disso, mas é inegável a grande desenvoltura da socióloga em todas as fases de campanha e, porque não dizê-lo, nesta fase inicial de governo. Não sabemos, igualmente, qual o papel que Lula estaria reservando para a sua esposa no proximo governo, mas, pensando bem, talvez não seja ele quem irá definir isso, mas a própria esposa, que nos parece um mulher competente, ativa, cheia de disposição para o trabalho, com potencial para dar uma grande contribuição ao futuro governo. Portanto, tais qualidades precisam ser bem-utilizadas. Ao fim e ao cabo, quem irá definir o seu papel como esposa do presidente é a própria Janja. Chega de machismo.
Veja-se, por exemplo, a esposa do atual presidente, Jair Bolsonaro, Michele Bolsonaro. Na última campanha - não entendo porque os bolsonaristas ainda não estão convencidos de que isso já é coisa do passado - ela cumpriu um papel estratégico e fundamental junto a dois nichos eleitorais: o eleitorado evangélico e o eleitorado feminino. No primeiro nicho nem tanto, mas no segundo o presidente construiu algumas arestas que precisavam ser aparadas. Embora ele tenha perdido as eleições, ela exerceu com denodo tais missões, o que levou alguns analistas a admititem que ela construiu a capilarirade política necessária para tentar, por exemplo, viabilizar uma carreira solo, o que não seria de todo improvável.
Editorial: Esquizofrenia bolsonarista.
sábado, 12 de novembro de 2022
Editorial: Brasil: Uma futura democracia iliberal?
Em nossa época de estudante, os professores sempre definiam nossa experiência democrática como uma democracia liberal. ao longo dos anos, a despeito das dificuldades em consolidar a nossa experiência democrática, o conceito - pelo menos a nível da academia - sempre continuou sendo muito recorrente. Logo depois, fomos percebendo - com grande pesar - que, dada às nossas condições sociais, culturais e históricas - tornava-se muito improvável consolidar uma experiência democrática no país. É imenso o hiato entre democracia política e democracia substantiva.
Enquanto escrevo este texto, 33 milhões de brasileiros e brasileiras estão enfrentando a condição de insegurança alimentar, temos um presidente eleito preocupado com essa questão e, do outro lado, um mercado que não dá a mínima para este fato, unicamente preocupado com os ajustes fiscais. Os assédios para que o futuro presidente defina logo as regras do jogo são imensos, capaz de derrubar a bolsa e levantar a cotação do dólar às alturas. O mercado representa os interesses dessa elite abjeta e insensível, considerada como a mais perversa do mundo, forjada num processo escravagista de 365 anos.
Li, com muito atenção, o artigo escrito pelo cientista político Fernando Schuller, no site da revista Veja, onde ele envereda pelo tema das fake news, da censura prévia e, naturalmente, sobre a germinação de um eventual modelo de democracia iliberal no país, tendo experimentos como os modelos de gestão pública da Turquia e a Hungria como referências. Como bem descreve esta realidade, citado pelo autor, o historiador Sérgio Buarque de Holanda já alerta sobre os perigos dos vícios do processo de colonização portuguesa - indefinindo as fronteiras entre o público e o privado - inviabilizaram a democracia entre nós. Somos a sociedade dos laços familiares, do familismo amoral, dos favores. Onde um indivíduo deve favor ao outro, a impessoalidade inexiste.
Há uma frase dele muito emblempatica - frequentemente utilizada por este editor, ao tratar deste assunto - onde ele define bem isso: No Brasil, a democracia sempre foi um grande mal-entendido. Há a questão também dos tapinhas nas costas, dos acordos entre amigos. O sociólogo Gilbeto Freyre argumentava que fomos uma sociedade constituída sob bases sadomasoquistas, o que também seria algo que poderia interditar o nosso processo democrático. Curioso que Gilberto mantinha divergências com o professor Sérgio Buarque de Holanda, mas, numa dessas visitas ao Estado de Pernambuco, Sérgio experimentou o famoso licor de pitangas oferecido pelo sociólogo e tudo ficou dissipado.
Este editor concorda com boa parte dos argumentos apresentados pelo cientista político Fernando Schuller, que sempre tem uma preocupação de subsidiar seus argumentos ancorados em boas bases teóricas e empíricas. Talvez apenas num ponto possamos discordar. Nesses modelos de democracia iliberais, o ovo da serpente está no poder Executivo e não no Judiciário. O modelo que mais se aproxima do Brasil é o da Hungria, principalmente o modelo implantado por Victor Orbán.
Editorial: Sejemos afirmativos como Jesus Cristo.
Outro dia, li, com muita atenção, um artigo que se propunha a esclarecer alguns fatos que estavam intrigando este editor: Como pode pessoas que se dizem professar a fé cristã abraçarem teses fascistas? O artigo, escrito pelo professor Durval Muniz de Albuquerque, foi bastante elucidativo e didático sobre o tema, o que nos provoca a voltar a discuti-lo por aqui num outro momento. Tempos difíceis. Ultimamente, seja em relatórios oficiais ou em simples postagens nas redes sociais, as pessoas estão com uma tendência a se colocarem de forma inigmática, ambígua, suscitando possibilidades de interpretações distintas sobre o que escreveram.
O relatório do tal órgão de defesa afirma que não observaram qualquer possibilidade de fraudes, mas, longo em seguida, uma nota reafirma que há, sim, a possibilidade de o sistema ser violado. Por outro lado, as manifestações violentas, de caráter eminentemente antidemocráticas são condenadas, mas há como que uma possível interpretação de salvo conduto para os manifestantes, ao advogar que o direito de manifestar-se deve ser assegurado, sem esclarecer que tais manifestaçãos deverm ser pacíficas, ordeiras, dentro da legalidade, sem por em risco a ordem pública. Manifestações bloqueando estradas, ameaçando o direito de ir e vir, claramente de caráter golpista, não entram neste cipoal.
Aproveitamos para reler, também, uma autobiografia do cineasta russo Seguei Eisenstein. É curioso como o autor de "O Encouraçado Potemkin' traz muitas referências bíblicas em sua "Memórias Imorais'. Numa delas ele faz referência a uma passagem bíblica, onde se recomenda honrar pai e mãe para ter seus dias prolongados aqui na terra. Muito sabiamente, ele acaba concluindo que a recompensa não seja, assim, necessariamente, um bom negócio. Se ele vivesse no Brasil de hoje, possivelmente ficaria ainda mais convencido dessa premissa. As ambiguidades permanecem.
Estava lendo uma postagem da jornalista Dora Kramer, em sua conta do Twitter, onde ela afirma: "Estava tudo relativamente tranquilo até Lula entrar em cena". Margem para mais de uma interpretação. Já que o Eisenstein faz referênfias às sagradas escrituras, recomendo aqui seguir o exemplo de Cristo até no vernáculo. Suas frases não permitiam margem para dúbias interpretações, não sugeriam o gerúndio, tampoupo propunha alguma indecisão. Ou era ou não era. Preto no branco. Em resposta ao Dimas, o bom ladrão que se arrependeu, ele foi categógorico:Hoje mesmo estarás comigo no paraiso. Sobre o pedido de cura do cego de Jericó: Vê. A tua fé de salvou.
sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Editorial: A nova "ninhada" tucana que deve salvar o partido.
O PSDB iniciou bem sua trajetória política. Este editor ainda se recorda de ter participado de uma reunião dos seus fundadores, aqui no Recife, com a presença de Mário Covas, Franco Montoro e Fernando Henrique Cardoso, além de outras aves de menor plumagem. Bons nomes do campo político, já cansados da militância junto ao MDB. Era um partido bem arrumado, com programa, bons quadros e projeto para o país. Tinha o verniz da intelectualidade, dada a capilaridade no meio acadêmico de sua principal liderança, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso.
Houve um momento de ascenção - com a chegada de FHC à Presidência da República - e, naturalmente, um desgate posterior ao longo dos anos,culminando com as brigas internas pelo controle da legenda. Acabou caindo em mãos erradas, sob o controle de políticos que não honraram as tradições iniciais da legenda, perdendo espaços de poder e expondo suas vísceras em praça pública, como nessas últimas querelas para a definição de um nome que poderia disputar a Presidência da República pelo partido, que acabou não ocorrendo.
Nessas eleições, perdeu São Paulo - o seu ninho mais emplumado - mas conseguiu eleger três novos governadores que já estão sendo indicados para assumirem o comando da legenda. Eduardo Leite, pelo Rio Grande do Sul, Raquel Lyra, pelo Estado de Pernambuco, e Eduardo Riedel, pelo Mato Grosso do Sul, todos eleitos no segundo turno das eleições passadas. O mais cotado é o governador do Rio Grande do Sul, uma liderança que consegue unir a nova e a velha guarda da Manqueira tucana, como o atual presidente, Bruno Rodrigues e o senador cearense Tasso Jereissati. Está sob a responsabilidade dessa nova ninhada, resconstruir o partido. Os eleitos estão se entendendo bem. Eduardo Leite esteve em Pernambuco para trocar experiência com a governadora Raquel Lyra sobre o trabalho das equipes de transição.
P.S.: Contexto Político: Não mencionei no texto, mas um outro político que pode e deve ser enquadrado nesse nova "ninhagem' tucana é o paraibano de Campina Grande, Pedro Cunha Lima, que concorreu ao Governo da Paraíba nas últimas eleições. Pedro é Deputado Federal com uma particiapação bastante ativa nas comissões da Câmara dos Deputados que estão relacionadas à questão da educação.


