Até mesmo a sua merecida condição de Patrono da Educação Brasileira foi duramente atingida. Isso, hoje, não seria mais o problema, pois seu status de um dos maiores pensadores da educação brasileira sera, obviamente, reestabelecida no futuro Governo Lula. Aliás, um dos maiores pensadores da educação no contexto internacional, posto que seu trabalho e suas reflexões sobre o fenômeno educacional ganharam relevo pelo mundo afora. Paulo Freire iniciou seus trabalhos no SESC de Casa Amarela, bairro onde nasceu aqui no Recife.
Ficaria conhecido por um método de alfabetização de adultos baseados na realidade do educando, capaz de alfabetizá-lo em poucos dias, como ficaria evidenciado pela experiência de Angico, no Rio Grande do Norte. Pelos idos da década de 60 do século passado, estava previsto pelo Governo João Goulart que o método seria aplicado para erradicar o analfabetismo no país. Estava no escopo das Reformas de Base, que a nossa elite política e econômica entronchava a cara. Como já é história, logo veio o Golpe Civil-Militar de 1964 e tudo foi por água abaixo, permancendo até hoje a nossa condição de um dos países com os maiores índices de analfabetismo.
Estima-se uma população de 10 milhões, concentrados, sobretudo, em regiões como o Norte e o Nordeste, com um recorte de gênero e raça, inclusive. Em sua maioria são mulheres negras e envelhecidas. Hoje amanheci estarrecido com as cenas de pichações, fruto de um atentado perpetrado contra o Centro de Formação Paulo Freire, mantido pela UFPE, em Normandia, Caruaru, Pernambuco, destinado à formação de estudantes e pesquisadores em educação popular. A casa da coordenadora foi incendiada e as paredes do centro amanheceram pichadas com suásticas nazistas. Tempos sombrios que passamos a viver no país.
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